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‘’O EVANGELHO APÓCRIFO DE MARIA MADALENA é um texto gnóstico, como os demais evangelhos apócrifos descobertos em 1945 em NAG HAMMADI no Egito, perto de Alexandria. Só uma cópia do EVANGELHO de MARIA MADALENA já havia sido descoberta em 1896. Ele foi comprado no Cairo por um diplomata alemão e levado para a Alemanha e por isso foi chamado de CÓDICE DE BERLIN, mas só dada importância a ele quando viram que ele era cópia do que estava escondido em NAG HAMMADI. Tanto é assim que ele só foi traduzido em 1955. Salvaram-se dele poucas páginas (19) e ele ainda contém outros textos denominados ‘’APÓCRIFOS DE JOÃO’’, ‘’SOPHIA DE JESUS O CRISTO’’; ‘’UM RESUMO DOS ATOS DE PEDRO’’. Outros fragmentos do EVANGELHO de MARIA MADALENA foram descobertos em outras escavações pelo Egito. Tinha forte influência dos gnósticos.
Os gnósticos consideravam-se os primeiros seguidores diretos de Jesus porque SEGUNDO ELES após sua ressureição, ele foi o revelador desses princípios gnósticos em diálogos junto aos seus seguidores mais diretos. Tal não ocorreu com os demais seguidores cristãos, que surgiram depois com novas idéias algo distorcidas sobre o papel da Igreja nascente.
UMA APERTADA SÍNTESE DO EVANGELHO de MARIA MADALENA:
Ali se destaca a controvérsia entre cristãos entre si e entre os próprios apóstolos como PEDRO (o mais influenciado pela ortodoxia judaica) e dá ênfase à importância das mulheres no contexto dessa sociedade cristã, ideia essa nem sempre acatada por essa ortodoxia. Maria Madalena cita vários diálogos deles com Jesus, onde este lembra aos discípulos que eles estão conectados com o divino (o Uno) e são incentivados a buscar a verdadeira identidade e redenção que consiste em retornar ao divino, valorizando-o e desprezando a matéria para libertar-se dela. ‘’Porque a matéria não é perene, ela se dissolve como o corpo.’’
Ela reproduz uma pergunta de Pedro a Jesus: ‘’Qual o pecado do mundo ?” Jesus responde : ‘’Não há pecado. Ele não existe. Vocês é que o fabricam quando realizam coisas que vocês sabem que são erradas, como o adultério, que vocês chamam de pecado. O Bem existe para ser uma opção salvadora e certa. Sem ele vocês tornam-se doentes e morrem, pois estão privados do que pode curá-los e salvá-los. A Matéria deu nascimento a uma paixão sem igual, Então aí surge um distúrbio no corpo inteiro. Por isso eu digo a vocês ‘tenham coragem, e se estiverem em desalento sejam encorajados em presença das diferentes manifestações da natureza’. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça.’’.
Mais sobre o Evangelho :
Quem se debruça sobre esse Evangelho há de ter em conta a natureza gnóstica da obra (a exemplo dos Evangelhos de Felipe e Tomé) e que ela muito provavelmente reflete conflitos de seu tempo. É também provável (como o admitem vários pesquisadores[quem?]) que a obra seja uma colagem de dois textos. O segundo texto exibe o confronto entre Pedro e Maria (supostamente Madalena), refletindo a tensão entre os gnósticos e um certo cristianismo “masculinizado”, em fase de consolidação. n).
Há dois detalhes no exame desse Evangelho que cumpre destacar:
- Madalena é mostrada como uma discípula do Mestre (na verdade, o nome Jesus também não é explicitado), em condição até superior a dos demais discípulos, porque logra entender certos ensinamentos que Pedro e seus companheiros não conseguem captar. Mas, ao contrário do que se lê nos Canônicos, onde a condição de Apóstolo decorre de conviver com Jesus, Maria a conquista por uma “via paulina” um caminho mais espiritualizado: é através de uma visão que ela é distinguida pelo Mestre.
- Os ensinamentos secretos que ela recebe do Mestre constituem uma autêntica “aula de Gnosticismo” , atestando que longe de pretender ser um relato de fatos, a obra é essencialmente proselitista.
A Historia da França é plena de registros e marcos da passagem de Maria Madalena pelo país. Conta-se que ela havia fugido para o Egito devido a perseguições movidas aos seguidores diretos de Jesus. Do Egito atravessou o Mediterrâneo e desembarcou em Marselha juntamente com José de Arimatéia e outros. Ela percorreu por longos anos a França e depois voltou para sua cidade de origem, onde se notabilizou pelo cuidado dispensado aos pobres e principalmente os leprosos. HUMBERTO DE CAMPOS pelas mãos do CHICO XAVIER descreveu no livro PONTOS E CONTOS os últimos momentos de sua vida. Desencarnou devido a doença contraída junto aos referidos doentes.