Trechos extraídos do livro ‘’UNIVERSO E VIDA’’, do ESPÍRITO ÁUREO, psicografado por HERNANI T. SANT’ANNA editado pela FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA – DEPARTAMENTO EDITORIAL lançado em julho de 1979 e relançado pela ‎ FEB Editora; em 1ª edição (11 junho 2016).

IX – DEPOIS DO CRISTO

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(SOBRE MAOMÉ)
Estamos agora em pleno século VI. Do alto do seu trono de luz e de trabalho, o Senhor contempla a sua seara e decide que estava chegado o momento de reforçar as suas lições divinas e ampliar os domínios da fé e do amor. Escolhe, então, um dos seus mais caros Apóstolos, Espírito amplo e enérgico, decidido e hábil, e confere-lhe a missão de trazer os árabes ao redil do Evangelho.
Guardando na alma a visão alcandorada dos cimos da vida, Maomé encarna em Meca, no ano 570. Aos quarenta anos de idade, após longa preparação, recebe a visita de celeste emissário, que o lembra do honroso compromisso e o concita a iniciar o seu apostolado. Sublimes recordações espirituais trazem-lhe à alma formosos estímulos; mas, limitado às estreitezas da carne e sentindo-se aparentemente à deriva, entre forças contraditórias, cede ouvidos invigilantes às potências do mal. . . Mistura no seu trabalho o divino e o humano, a luz e as sombras, a verdade e o erro, a misericórdia e a tolerância; permite que interesses imediatistas, eivados de violência e cupidez, se imiscuam em seu pensamento e lhe tisnem de treva as mais nobres inspirações.
O desapontamento do Colégio Celeste é doloroso e profundo. O Amigo de Jesus fundara, na Terra, um Estado teocrático e imperialista, infinitamente distanciado do sonho de amor e paz que sonhara na Galiléia! Ele, porém, voltaria depois à poeira dos caminhos terrenos, em sucessivas peregrinações de reajustamento; e na humildade e na dor, pôr-se-ia de novo em condições para novos serviços de construção e verdade. Experimentaria na própria alma as consequências de sua fraqueza, e dando exemplo de extrema dignidade, deixar-se-ia trucidar pelas hordas de seus próprios seguidores. Na esteira da história, ainda nos comoveria profundamente os Espíritos, ao se mostrar, modesto e ativo, sempre amparado pelos seus indefectíveis Amigos Espirituais, a construir, laboriosa e infatigavelmente, com a ajuda de sua fiel Cadija, a monumental reinterpretação de “Os Quatro Evangelhos”…

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(SOBRE TOMÉ)
Com as fogueiras que queimaram vivos João Huss, em 1415; Jerônimo de Praga, em 1416,e Joana d’Arc, em 1431; e com a queda de Constantinopla, em 1453, ruiu o mundo antigo; mas quando Colombo e Cabral, no último decênio do século, chegaram às terras americanas, abrindo a cortina do tempo, surgiram, como por encanto, no cenário humano, um mundo novo e uma nova era.
“É então — escreve Emmanuel, em seu precioso livro “A Caminho da Luz” — que inúmeros mensageiros de Jesus, sob a sua orientação, iniciam largo trabalho de associação dos Espíritos, de acordo com as tendências e afinidades, a fim de formarem as nações do futuro, com a sua personalidade coletiva. Á cada uma dessas nacionalidades seria cometida determinada missão no concerto dos povos futuros, segundo as determinações sábias do Cristo, erguendo-se as bases de um mundo novo, depois de tantos e tão continuados desastres da fraqueza humana.
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“O século XVIII iniciou-se entre lutas igualmente renovadoras — comenta Emmanuel, no livro já citado —, mas elevados Espíritos da Filosofia e da Ciência, reencarnados particularmente na França, iam combater os erros da sociedade e da política, fazendo soçobrar os princípios do Direito divino, em nome do qual se cometiam todas as barbaridades. Vamos encontrar nessa plêiade de reformadores os vultos veneráveis de Voltaire, Montesquieu, Rousseau, D’Alembert, Diderot, Quesnay. Suas lições generosas repercutem na América do Norte, como em todo o mundo.
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O grande Espírito do Apóstolo Tomé já estava, a esse tempo, no mundo, onde reencarnou a 3 de outubro de 1804, com a excelsa missão de codificar o Espiritismo (OBSERVAÇÃO NASCE HIPPOLYTE LÉON DENIZARD RIVAIL/ ALLAN KARDEC). Ele não vinha só. Como assinala Emmanuel, no livro já citado, “fazia-se acompanhar de uma plêiade de companheiros e colaboradores, cuja ação regeneradora não se manifestaria tão-somente nos problemas de ordem doutrinária, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século XIX.” E acrescenta:
— “A Ciência, nessa época, desfere os vôos soberanos que a conduziriam às culminâncias do século XX. O progresso da arte tipográfica consegue interessar todos os núcleos de trabalho humano, fundando-se bibliotecas circulantes, revistas e jornais numerosos. A facilidade de comunicações, com o telégrafo e as vias férreas, estabelece o intercâmbio direto dos povos. A literatura enche-se de expressões notáveis e imorredouras. O laboratório afasta-se definitivamente da sacristia, intensificando as comodidades da civilização….’’

NOTA DO BLOG : O COMENTÁRIO DO ESPÍRITO ÁUREO DE QUE ‘’o laboratório afasta-se definitivamente da sacristia’’, MOSTRANDO A IMPORTÂNCIA QUE ELE DÁ À FACETA DE CIÊNCIA QUE SE DESTACA NA DOUTRINA ESPÍRITA, JUSTAMENTE COM A FILOSOFIA E RELIGIÃO. )

MAOMÉ E KARDEC : APÓSTOLOS REENCARNADOS