CAPÍTULO 51

TRAUMAS POR ACIDENTES

(reprodução parcial)

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Terceira visita.

Encontro-me no interior de uma casa, que em tudo se parece com uma maternidade. Vejo muitos berçários e crianças recém nascidas. Sinto fortes vibrações no ambiente, como se as crianças sofressem e isso repercute em meu Espírito. O instrutor explica que são crianças abortadas.

Esses pequeninos passaram pela redução perispiritual e não tiveram condições de retornar ao tamanho natural. Aqui eles são tratados como recém-nascidos, em incubadoras. Existem crianças abortadas com até seis meses, quando o esquecimento e o aprofundamento do Espírito na matéria, já bem pronunciados, dificultam o seu retorno ao estado anterior ao reencarne. O tipo de aborto e o tempo de gestação, muito contribuem para que a condição de bebê, após o aborto, seja irreversível. Estou observando uma delas. (Coitadinhas! São tão indefesas!) Estou com uma

roupa apropriada, esterilizada, para observá-las. Uso luvas, máscara, bata, gorro e sapatos de pano. Elas devem ficar isoladas o mais possível de nossos fluidos, diz o instrutor. Este pequenino que observo tem entre cinco e seis meses de gestação. Mostra grande deformação no crânio, que apresenta-se perfurado. Chora constantemente, como se estivesse apavorado. Na verdade, relembra o instante em que o seu cérebro foi perfurado pela técnica abortiva.

Ele está me causando um sentimento muito forte de piedade. Também existe uma mutilação em seu braço, que aparenta estar quebrado. Observo os detalhes. Vejo que é um corte; parecido com uma fratura. Esses Espíritos passaram por acidentes, embora que provocados, e não estão em condições de efetuarem suas modelações.

Noto que um dos tratamentos é o passe, que acalma a sensação de pavor. O tratamento básico consta de fluidoterapia e de vibrações amorosas das enfermeiras especializadas. O regime alimentar se reduz a substâncias à base de sucos de legumes e de outro vegetal que desconheço, sendo este utilizado na fabricação de um chá revigorante e ao mesmo tempo calmante. A alimentação é introduzida em seu intestino por uma espécie de sonda. O tratamento é intensivo. Vejo a enfermeira colocar a mão sobre a cabeça de uma delas, que grita convulsivamente. Então ela vai acalmando… acalmando…

 Vamos para uma outra sala onde a criança com o crânio perfurado a que me referi foi transportada. Quatro médicos a examinam e decidem por uma espécie de enxerto, colocando pequeninas porções em sua massa encefálica, em verdadeiro trabalho artesanal. No ferimento do braço, refazem o tecido epitelial. A pele dela é frágil, quase transparente.

Após a superação dessa fase crítica, essas crianças irão crescer normalmente, como as nossas aí na Terra. Relatam então o que lhes aconteceu, na tentativa de afirmação frente à vida, para que possam enfrentá-la com otimismo, sem mágoas ou revanchismo.

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TRAUMAS POR ACIDENTES – CAP. 51