PG 75  da versão em PDF do site bvespirita.net/livros

(NOTA DO BLOG: NESSE TÓPICO O ESPÍRITO  ÁUREO FAZ UMA RETROSPECTIVA COMEÇANDO PELA ARTE DESDE OS HOMENS DAS CAVERNAS, SEGUIDA DO SURGIMENTO DOS CULTOS, DA MITOLOGIA, DA MAGIA, DA CIÊNCIA E DA FILOSOFIA. E OS ENVIADOS DE JESUS: MOISÉS E OS 10 MANDAMENTOS, BUDA , ZARATUSTRA E MUITOS  OUTROS PORTADORES DA LUZ E FAMOSOS FILÓSOFOS E  PENSADORES E  PRECURSORES DO PORVIR DA HUMANIDADE . ÁUREO DESCREVE A DECEPÇÃO DA ESPIRITUALIDADE MAIOR ANTE O FRACASSO DA MISSÃO DO APOSTOLO DE JESUS QUE AQUI REENCARNOU COMO MAOMÉ PARA TRAZER A PAZ NO ORIENTE MÉDIO MAS PLANTOU E COLHEU A ‘’GUERRA SANTA’’ QUE HOJE É CHAMADA DE ‘’TERRORISMO’’.

Desde que os primeiros homens surgiram sobre a face da Terra, nasceu com eles o sentimento religioso, feito de imenso e amedrontado respeito diante das grandes forças da Natureza, que os fazia sentir-se pequeninos e cheios de temor. Já no primitivo clã totêmico, ensaiam-se os primeiros rituais de homenagem, em face do mistério da morte, e surgem os primeiros tabus, que tendem a conjurar os desafios da vida. Em plena era paleolítica, os despojos humanos eram inumados em grutas, como a de Spy, cobertos de enfeites, protegidos por pedras e com a cabeça voltada para o ponto do horizonte onde nascia o Sol. Revelando inequívoca preocupação com a sobrevivência dos Espíritos, homens pré-históricos deitavam seus mortos na posição dos fetos, para simbolizar-lhes o renascimento para uma vida mais alta, enquanto outros amarravam fortemente os membros dos cadáveres, na tentativa de impedir os defuntos de se erguerem dos seus túmulos para atormentar os vivos. Foi no recinto sombrio dos sepulcros que se esboçaram os primeiros templos, quando naquelas épocas remotas os homens começaram a pintar imagens de deuses nas paredes das cavernas funerárias e a colocar nelas as primeiras esculturas mágicas, como as encontradas na gruta de Tuc d’Audoubert e na de Montespan.

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Cultuam então a Terra, o Sol, as Águas, o Fogo, o Vento, a Morte, o Trovão, a Lua… E pondo-se sob a proteção de alguma divindade mais próxima, poderosa e amiga, elegem–na sua padroeira, consagrando-lhe o seu clã, depois a sua cidade e finalmente o seu país. Para servir continuamente às divindades e lhes interpretar os desejos, constituem sacerdotes, logo erigidos a uma condição superior, quase sobre-humana, de intermediários entre os deuses e os homens. Os sacerdotes organizam-se em classes e hierarquias, assumem o comando da política, da guerra, do comércio, dos cultos; criam a mitologia, a magia, os tabus.

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É, porém, no bojo dos templos, transformados em observatórios e em dispensários, que a Mitologia e a Magia começam a criar a Filosofia e a Ciência. Os astros, considerados a morada de potentes divindades superiores, cujos relacionamentos, harmônicos ou desarmônicos, afetam favorável ou desfavoravelmente a vida terrena dos homens, passaram a ter importância fundamental para os antigos mesopotâmios, que criaram a Astrologia, futura mãe da Astronomia e futura avó da Astronáutica.”

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Chegados ao século XIII, antes do advento do Senhor, o Excelso Mestre ordena, no Infinito, a descida, à Terra, de um dos maiores Espíritos que o mundo antigo conheceu: — Moisés, o Legislador.

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O Decálogo, que Moisés recebeu no Sinai, foi a primeira mensagem mediúnica diretamente transmitida, sem intermediários, aos homens terrenos, por Espíritos Angélicos, em nome e por ordem do Cristo. Por momentos de glória inesquecível, a Corte Celeste se fez presente na Crosta da Terra, trazendo ao chão planetário, pela vez primeira, a impregnação maravilhosa de vibrações excelsas, tão poderosas e sublimes, que ficaram para sempre em nosso solo e em nosso ar, como elo de forças vivas, a garantir sustentação magnética à marcha evolutiva da nossa Humanidade.  Os Dez Mandamentos, de procedência crística, são a grande e sólida base sobre a qual se ergueram as fundações da Civilização do Espírito, ainda hoje em processo de construção. Esse código, de majestosa grandeza, foi de tão decisiva importância para o mundo, que é impossível ignorá-lo ou minimizá-lo, malgrado certas conotações temporais que as necessidades da época nele inseriram, mas que não lhe toldaram a magnificência. Nem mesmo os preconceitos dos saduceus ou as manipulações farisaicas conseguiram obscurecê-lo. Ele foi a sagrada Carta de Justiça, do mesmo modo que o Evangelho de Jesus viria a ser a soberana mensagem do Amor Divino.

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Longe dali, nos pagos da velha índia, haviam surgido, quinze séculos antes da era cristã, os textos védicos, de transcendente beleza e mística inspiração, seguidos depois pelos Aranyakes e Bramanas e, mais tarde, pelos Upanishads. Infelizmente, toda aquela esplêndida doçura degenerou no orgulhoso Bramanismo, que dividiu a sociedade em castas e concedeu abusivos privilégios à casta sacerdotal. Condoído diante de tão predatória indigência moral, o Cristo, na sua magnanimidade, fez nascer no mundo, na casa principesca dos Sáquias, o grande Sidarta, que, assumindo a condição de Buda, buscou reacender, nas plagas do Oriente, as luzes eternas da piedade  e da justiça. Reagindo com violência à pregação budista, os brâmanes não descansaram enquanto não conseguiram solapar seriamente o Budismo, no século VII, e finalmente expulsá-lo da índia, no século XII. Para consegui-lo, tiveram, porém, de reformar a própria doutrina bramânica, tornando-a menos áspera e menos injusta, até que ela se transformasse naquilo que ficou conhecido como sendo o Hinduísmo.

 O Divino Administrador da Terra não havia esquecido, em tudo isso, as numerosas coletividades que viviam nas vastidões da China e no Extremo Oriente. Também por lá, os Mensageiros Celestes animavam cultos vigorosos, de suave e carinhoso respeito aos mortos, mantendo vividas as idéias da sobrevivência e da reencarnação. Seiscentos e quatro anos antes de nossa era, o excelso Lao-Tsé nascia na corte dos Tcheu. Sua nobre pregação, feita de ascetismo e de esperança, dirigia-se sempre ao ideal da harmonia perfeita, filha do amor universal e da verdade simples. Pouco mais tarde, o generoso Confúcio, nascido no ano 551 a.C., reforçava no espírito de seu povo o apreço pela pureza dos costumes e o respeito aos antepassados, num mundo que devia ser regido pelas leis morais.

Ao mesmo tempo, Zaratustra ensinava, na Pérsia, a unidade divina e a fraternidade humana, a resistência ao mal e a vitória final do bem.

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O pensamento, porém, evolui. Em Mileto, Tales, Anaximandro e Anaxímenes, libertando-se da mitologia, buscam uma natureza, um physis, para todas as coisas. Protágoras, Pródico e Górgias, os sofistas, denunciam o caráter convencional das instituições sociais, desenvolvem a Retórica e formulam os fundamentos do Empirismo, do Ceticismo, do Subjetivismo, do Relativismo, do Pragmatismo e do Hedonismo. Demôcrito apresenta o postulado da estrutura atômica da matéria e Leucipo constrói o postulado da causalidade natural dos fenômenos naturais.

De 469 a.C. a 399 a.C., o vulto exponencial de Sócrates domina a cena humana. Ele afirma que o conhecimento é possível e que o seu objetivo supremo é a própria alma. “Conhece-te a ti mesmo”, repetia. Partindo da “douta ignorância”, que sabe nada saber, usava sempre o diálogo para fazer com que seus interlocutores chegassem por si mesmos a todas as conclusões. Valia-se da  ironia para demolir preconceitos e idéias falsas; e da maiêutica, para revelar verdades latentes no espírito humano, operando assim o “parto das idéias”. Dessa forma, trouxe o pensamento filosófico da Cosmologia para a Ética, pois ensinava que só no Bem existe Sabedoria.

Platão, discípulo de Sócrates, preocupou-se com a construção do Estado Perfeito, governado apenas pelos mais sábios e pelos mais dignos. Expôs e defendeu a idéia da pré-existência da alma e da reencarnação, o conhecimento como reminiscência de realidades vistas no mundo espiritual e esquecidas sob o impacto da imersão na esfera carnal.

Aristóteles, discípulo de Platão e preceptor de Alexandre, fundou o Liceu, na Escola Peripatética, onde desenvolveu suas idéias de busca da verdade através da experiência.

(NOTA DO BLOG : O PINTOR RAFAEL PINTOU NO SÉCULO XVI  O  AFRESCO  QUE MAIS TARDE  TOMOU O NOME DE  ‘’A ESCOLA DE ATENAS’’ ONDE RETRATA FAMOSOS PENSADORES E FILÓSOFOS, COM DESTAQUE PARA PLATÃO AO LADO DE ARISTÓTELES. PLATÃO DE BRAÇO LEVANTADO APONTANDO PARA O CÉU ONDE ESTÁ O ‘’MUNDO DAS IDÉIAS’ OU MUNDO INTELIGÍVEL. ARISTÓTELES APONTA PARA BAIXO, COM A MÃO NA HORIZONTAL, ONDE ESTÁ O ‘’MUNDO DAS COISAS’’, O MUNDO TERRESTRE O MUNDO SENSÍVEL.  VEJA ESSA FAMOSA PINTURA PESQUISANDO NO GOOGLE : ‘’A ESCOLA DE ATENAS’’

Continuado e revivescido por seus discípulos, seu pensamento consubstanciou-se no Aristotelismo, doutrina filosófica que atravessaria os séculos e exerceria poderosa influência, até o apogeu da filosofia medieval, quando as versões aristotélicas dos árabes Avicena e Averróis tiveram voga e foram elaboradas sínteses de grande repercussão, entre o Aristotelismo e o Cristianismo, da autoria de Alberto Magno e Tomás de Aquino.

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Estamos agora em pleno século VI. Do alto do seu trono de luz e de trabalho, o Senhor contempla a sua seara e decide que estava chegado o momento de reforçar as suas lições divinas e ampliar os domínios da fé e do amor. Escolhe, então, um dos seus mais caros Apóstolos, Espírito amplo e enérgico, decidido e hábil, e confere-lhe a missão de trazer os árabes ao redil do Evangelho.

Guardando na alma a visão alcandorada dos cimos da vida, Maomé encarna em Meca, no ano 570. Aos quarenta anos de idade, após longa preparação, recebe a visita de celeste emissário, que o lembra do honroso compromisso e o concita a iniciar o seu apostolado. Sublimes recordações espirituais trazem-lhe à alma formosos estímulos; mas, limitado às estreitezas da carne e sentindo-se aparentemente à deriva, entre forças contraditórias, cede ouvidos invigilantes às potências do mal. . . Mistura no seu trabalho o divino e o humano, a luz e as sombras, a verdade e o erro, a misericórdia e a tolerância; permite que interesses imediatistas, eivados de violência e cupidez, se imiscuam em seu pensamento e lhe tisnem de treva as mais nobres inspirações.

O desapontamento do Colégio Celeste é doloroso e profundo. O Amigo de Jesus fundara, na Terra, um Estado teocrático e imperialista, infinitamente distanciado do sonho de amor e paz que sonhara na Galiléia! Ele, porém, voltaria depois à poeira dos caminhos terrenos, em sucessivas peregrinações de reajustamento; e na humildade e na dor, pôr-se-ia de novo em condições para novos serviços de construção e verdade. Experimentaria na própria alma as consequências de sua fraqueza, e dando exemplo de extrema dignidade, deixar-se-ia trucidar pelas hordas de seus próprios seguidores.  Na esteira da história, ainda nos comoveria profundamente os Espíritos, ao se mostrar, modesto e ativo, sempre amparado pelos seus indefectíveis Amigos Espirituais, a construir, laboriosa e infatigavelmente, com a ajuda de sua fiel Cadija, a monumental reinterpretação de “Os Quatro Evangelhos”…

(NOTA DO BLOG: ESCLAREÇA-SE QUE CADIJA, ESPOSA DE MAOMÉ REENCARNADA FOI A MÉDIUM QUE, SOZINHA, PSICOGRAFOU  AS 1861  PGS DESSA OBRA. SENDO QUE  TODA A  OBRA ”REVELAÇÃO DA REVELAÇÃO” TINHA  O TOMO PRIMEIRO  494 PÁGINAS, O TOMO SEGUNDO TINHA 703 PÁGINAS, E O TOMO TERCEIRO, 654 PÁGINAS. TOTAL 1861, PSICOGRAFADA POR UMA ÚNICA MÉDIUM. 

ESSE FATO (UMA SÓ MÉDIUM PSICÓGRAFA)  TERIA MOTIVADO CRÍTICAS E POR ESSA RAZÃO FOI  O SUFICIENTE PARA QUE ESSA OBRA TIVESSE SIDO REPUDIADA PELA COMUNIDADE ESPÍRITA DA ÉPOCA.)

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Lição da História, que os homens terrestres ainda não aprenderam, é a de que o nosso mundo,  como todos os outros mundos do Universo, tem realmente um Governo Espiritual, efetivo e forte, embora tolerante e compassivo;

 Um Governo Providencial, que preside, em nome e sob a inspiração do Divino Pai, à evolução de todos os seres terrenos, e que, nesse mister protecionista e educativo, compreende, tolera e renova, sem cessar, ensinamentos e oportunidades; mas que, nem por isso deixa o orbe à matroca,(DESGOVERNADO) nem permite que a insensatez e a maldade humanas subvertam, além de limites toleráveis, a ordem da vida. A simples análise dos fatos não deixa, a esse respeito, qualquer dúvida. Sempre que a irresponsabilidade, a cobiça ou a perversão ameaçaram seriamente a estabilidade da existência, no planeta, o Céu interferiu ostensivamente, com providências eficazes e oportunas, para recompor a harmonia quebrada. Quando, pois, o excesso de abusos da Igreja Romana desbordou-se na permissividade sem freios e na simonia (FAVORES) oficializada, o Senhor da Seara determinou a encarnação, na Terra, de eminentes e enérgicos Espíritos Reformadores, incumbidos de estancar a enxurrada de vícios que começava a afogar, na Europa, a consciência clerical. Desacostumada de receber críticas fortes e escudada na intolerância e na impunidade, a Igreja queimou vivo, em 1498, a Girolamo Savonarola (FREI DOMINICANO), mas dezenove anos depois teve de enfrentar os protestos de Martinho Lutero, na Questão das Indulgências.

Dessa vez, o Vaticano não teve forças, nem morais, nem políticas, para sufocar a reação aos seus desmandos.  Impedindo que os padres queimassem a Lutero, como faziam com todos os hereges, Frederico da Saxônia o guardou em seu castelo de Wartburg.

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A maior preocupação da Igreja era, porém, o combate aos protestantes e não o seu próprio retorno à humildade cristã. Na verdade, as providências renovadoras do Cordeiro não podiam ficar sem uma reação violenta dos Dragões. Foi sob a inspiração e comando deles que Inácio de Loyola (ESPÍRITO PROTETOR DO RÉU E MÉDIUM JOÃO DE DEUS) fundou, em 1534, a Companhia de Jesus, as guerras religiosas ensangüentaram a Europa e Catarina de Médicis ordenou o Massacre de São Bartolomeu.

Emissários do Anticristo, poderosamente apoiados pelas forças das Sombras, perpetraram, nessa época, os mais horripilantes delitos. Filipe H ocupava o trono da Espanha. Torquemada e Cisneros dirigiam impunemente sangüinolenta repressão à liberdade de consciência. Almas heróicas, porém, não escasseavam na Terra, dando os mais belos exemplos de virtude ativa e imperturbável fidelidade aos ideais evangélicos. Tereza D’Ávila e João da Cruz foram disso luminosos expoentes. Mesmo quando a escuridão parecia dominar o firmamento do mundo, jamais se extinguiu sobre a Terra a chama inapagável do Bem.  O tempo passa ….

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Os cultores da história humana não escondem a sua admiração e a sua perplexidade em face da surpreendente aceleração do progresso mundial, a partir do século XVII, em todos os campos da inteligência — na ciência, na filosofia, nas artes e nas técnicas. Todos os departamentos do saber e do trabalho humanos se iluminam e se engrandecem. É que havia soado, no Infinito, a grande hora em que os Céus se abririam, para que descesse à Terra o Sublime Paracleto, o Espírito da Verdade, o Consolador que Jesus prometera à Humanidade e que a ela viria, para com ela ficar por todo o sempre! Do velho e glorioso Egito, da índia venerável, da China ancestral, da Grécia antiga e sábia, da culta Roma Imperial, acorrem em massa os Espíritos mais generosos e mais lúcidos, para, sob a égide do Cristo, inaugurarem no mundo uma nova era de verdade e de luz. Com a permissão divina do Eterno Pai, o coração amoroso de Jesus iria dar aos homens a Terceira Revelação. O Espiritismo iria ser codificado.

O intercâmbio espiritual entre os “mortos” e os “vivos”, os desencarnados e os encarnados,  sempre existiu, vigoroso e constante, em todas as idades do mundo, mas agora ele seria despojado dos véus da ignorância e do mistério, mostrado às claras, em todo o esplendor da sua realidade  xplicado e compreendido, sistematizado e estudado, cultivado e praticado em inusitadas dimensões  de consciência e de grandeza, como penhor de uma nova e eterna aliança entre a Terra e o Céu.

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Para ter condições de bem receber e entender a Excelsa Mensagem, a Humanidade precisava libertar-se de velhos dogmas, emancipar o pensamento, conquistar novos estágios de conhecimento científico, desenvolver melhores possibilidades de comunicação e difusão cultural. Por isso, o Governo Espiritual do Planeta convocou a benemérita cooperação de cientistas e filósofos, navegadores e estadistas, técnicos, artistas, pensadores. Como, porém, nada de realmente grande se constrói sem a dedicação e a renúncia de almas generosas, dispostas a oferecer-se em holocausto (SACRIFÍCIO) ao progresso e ao bem comum, o Divino Mestre abriu, nas Alturas, o voluntariado do sacrifício, para os pioneiros da Mediunidade… Inúmeros Espíritos abnegados se inscreveram nessa legião de desprendidos e a História guardou, com carinho, nomes como os de Swedenborg, Davis,Cahag-net, Fox, Hayden, Hauffe, Cottin, Maginot, Mireille, Cook, Paladino, Home, Colignon…

A noite de 31 de março para 1º de abril de 1848 marcou, na casa dos Fox, em Hydesville, o início de uma nova época de fenomenologia espetacular, insistente, ostensiva, que se impôs à atenção geral, causou sensação nos Estados Unidos, levantou a opinião pública na Inglaterra e na Alemanha e se popularizou na França. Hippolyte Léon Denizard Rivail, o discípulo de Pestalozzi, tomou conhecimento dos fatos, constatou-os pessoalmente em 1855, estudou-os objetiva e minuciosamente, convenceu-se de sua realidade, buscou-lhes a causa e deduziu-lhe a significação; pesquisou, trabalhou. .. Apareceu então a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”. Era 18 de abril de 1857. Era o Espiritismo.

Agora, o Codificador só vive para a Codificação. Inspirado e sustentado pelas rimícias (INSPIRAÇÕES) celestes, foi apenas idealismo, trabalho e abnegação, até a morte. A equipe de   colaboradores terrenos é também de primeira ordem e prossegue na tarefa de consolidar a Doutrina. Na mesma linha de desprendimento e sacrifício do honesto livreiro Didier e da dedicada Sra. Boudet, alteiam- se o descortino, a coragem e a fidelidade dos Leymarie. A luz brilha na pena abençoada de Denis, Flammarion, Delanne, Bozzano, Geley, Aksakof, Roustaing…

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Nada obstante, os príncipes das Trevas levariam o bispo católico de Barcelona a apreender e mandar queimar ilegalmente em praça pública, por carrasco oficial, cerca de trezentos volumes de obras espíritas, que foram solenemente incinerados no dia 9 de outubro de 1861.

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A verdade é que esses dolorosos acontecimentos e suas tristes conseqüências não fugiam à lógica de uma reação desesperada dos escusos interesses que o Espiritismo naturalmente feria, com os seus princípios e as suas decorrências de inteiriça moral. Fosse ele simples compilação de fenômenos, sem maiores decorrências éticas, talvez pudesse ser tranqüilamente aceito, admirado e até praticado, sem afetar a consciência e sem alterar os hábitos das pessoas; mas, ao contrário disso, ele obrigava, por sua filosofia e pelos seus fundamentos evangélicos, a um claro e inarredável compromisso de renovação para o bem verdadeiro, para o amor desprendido e incondicional, para a fraternidade pura e para a justiça perfeita. Abalava, desse modo, todas as estruturas baseadas no egoísmo e na vaidade, no orgulho e na cobiça. Por isso, pareceu a muitos

incômodo demais e mesmo incompatível com a índole de uma civilização alicerçada no prazer irresponsável e na exclusividade da posse.

Na Europa do século XIX o Espiritismo não pôde florescer, mas a sua sementeira generosa e fecunda germinou no Brasil e aqui se transformou em árvore copada e frutuosa. Firmemente implantado na Terra de Santa Cruz, daqui já começa a irradiar a sua luz sobre o mundo inteiro, té que, vencida a noite tempestuosa que ameaça cair sobre este fim de século, alvoreça com o  novo milênio uma nova era.

A resposta do Anticristo ao novo Pentecostes de claridades eternas não se fez sperar. Karl Marx fundou o materialismo dialético (E ATEU) e abriu caminho para o  bolchevismo ateu. Frederico Nietzsche desenvolveu a teoria do super-homem, exaltando a vontade de guerra, de superioridade e de domínio, e criando condições para o racismo intolerante de Rosenberg e para o Nazismo de Hitler. Os vôos da Ciência, porém, não se detiveram. (….) O tempo transpõe a metade do século XIX, mas o progresso não para. (…) Nos domínios da Filosofia, o século XX traz profundas transformações. (…) No campo da Ciência, o século XX está repleto de acontecimentos notáveis. Freud funda a Sociedade Psicanalítica de Viena; Einstein expõe as suas  teorias da Relatividade; Werner Heinsenberg empreende a formulação da mecânica quântica da teoria atômica; Pavlov publica sua magistral obra “Reflexos  condicionados”; Fleming descobre a penicilina; Wolfgang Pauli anuncia a existência do neutrino, só muito depois experimentalmente comprovada; James Chadwick  descobre o nêutron e Cario Anderson o positron; Meitner, Kahn e Strassmann conseguem a fissão nuclear do urânio. O ano de 1945 tem uma conotação trágica: — explode a primeira bomba atômica, fabricada sob a supervisão de Robert Oppenheimer.

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Em todos os campos da atividade humana, o progresso continua a avançar, celeremente. As incessantes conquistas da ciência e da tecnologia deveriam trazer alegria e felicidade sempre maiores a todos os seres da Terra, mas todos sabem que não é isso o que está acontecendo.

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Os equilíbrio político-militares são precários; os acordos internacionais não  nspiram confiança. O choque desgastante dos interesses em jogo e das pretensões indisfarçadas de hegemonia  tende claramente para uma catástrofe de grandes proporções. Somente a implantação universal e efetiva dos princípios evangélicos de fraternidade legítima poderia instituir no mundo a paz definitiva, tão necessária e tão almejada. Cristo é, na realidade, a única esperança.

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O CAMINHO PERCORRIDO