RUMO A LUZ https://rumoaluz.com.br Jesus, Espiritismo, Kardec Thu, 12 Dec 2024 18:56:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 https://rumoaluz.com.br/wp-content/uploads/2024/11/logo_desenho-150x150.jpg RUMO A LUZ https://rumoaluz.com.br 32 32 INTERVENÇÕES DA ESPIRITUALIDADE EM ACIDENTES VIOLENTOS – CASOS DE REMODELAÇÃO DO PERISPIRITO https://rumoaluz.com.br/intervencoes-da-espiritualidade-em-acidentes-violentos-casos-de-remodelacao-do-perispirito/ Thu, 12 Dec 2024 18:48:41 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1289 Seleção de trechos do livro
‘’O PERISPIRITO E SUAS MODELAÇÕES’’ de Luiz Gonzaga Pinheiro
Publicado pela Editora EME – 15ª edição – 2013
(disponibilizado por www.ebookespirita.org)

Páginas 307 a 312

A lei cármica admite flexibilidade em seu determinismo, mas seu cumprimento é inexorável, no sentido que cada um receba segundo as obras praticadas. É, portanto, criadora e determinadora de muitos” acidentes”, acordando o Espírito da inércia ou da lentidão em que se encontra por livre vontade, de vez que o velocímetro da marcha evolutiva de cada um é ajustado por si próprio.

Neste capítulo, veremos alguns casos de acidentes, com as consequentes implicações no perispírito dos acidentados, bem como a terapia ministrada, objetivando a normalização desse corpo plástico.

Quando esses acidentes atingem proporções inusitadas, prejudicando sobremaneira o perispírito, entra em cena o corpo mental servindo como fôrma para a nova peça a ser modelada. Até aqui isso parece ser uma constante em acidentes de grande porte.

PRIMEIRA VISITA

— O instrutor está me informando que vamos observar dois casos de acidentes traumáticos para o perispírito. A explosão de um avião de passageiros e um paciente, vítima de radiações atômicas de Hiroshima. São exemplos bem demonstrativos das agressões que o perispírito pode sofrer, determinadas pelas condições mentais e cármicas de cada um.

Fala-nos que nessa observação você pode explorar o assunto à vontade, de maneira a não permanecerem dúvidas em qualquer detalhe
da narrativa. Encontro-me em uma sala ampla e arejada, onde homens e mulheres trajam batas, como se fossem profissionais da Medicina.
A minha frente uma tela branca e grande, onde, segundo o instrutor, vamos assistir a um acidente ocorrido com um avião de passageiros.
As cenas que começam a surgir mostram imagens tridimensionais de grande realeza. Como estou atenta a todos os detalhes, noto através das cenas que os passageiros do avião são as mesmas pessoas que estão aqui conosco, assistindo o filme.

No avião eles estão bem vestidos, paletós, elegantes vestidos, como se estivessem a passeio. O instrutor (que coisa estranha!) diz que as cenas relativas ao acidente estão sendo retiradas da mente dos passageiros. Devo permanecer com atenção máxima, para descrever o mais fielmente possível. Verei a atuação dos médicos e enfermeiros antes e após a tragédia.

Neste instante, ele coloca a mão sobre a minha cabeça e sinto como se extraísse algo de mim. Como no momento sou a única encarnada presente, devo funcionar como doadora de ectoplasma para uma melhor funcionalidade da tela. Todos os Espíritos que estão na primeira e na segunda fila estão concentrados, e de suas mentes sai uma substância azul prateada, que está dando vida às ações na tela. O avião está em voo e seus passageiros descontraídos. O clima é alegre e cordial e nada parece prenunciar uma tragédia. As pessoas que passaram por esse acidente e aqui estão presentes encontram-se equilibradas e conscientes. Vejo agora vários enfermeiros dentro do avião. O acidente ainda não ocorreu. Cada enfermeiro, concentrado e em posição de alerta, se coloca ao lado de um passageiro. Os passageiros continuam despreocupados como se tudo transcorresse normalmente. Vejo também, com os enfermeiros, outras entidades desencarnadas; amigos e familiares dos passageiros, uns aflitos, outros orando, alguns prontos para o auxílio.

Os enfermeiros continuam posicionados, uns à frente, outros de lado e ainda alguns à retaguarda dos passageiros (Isso está me deixando nervosa!). Como estou um pouco tensa, o instrutor diz que me poupará

do instante dramático da explosão por ser bastante chocante, podendo me abalar e com isso prejudicar a narrativa. Verei cenas imediatamente após a explosão. Mas está acontecendo algo inesperado! Alguns Espíritos na assistência, que passaram pelo acidente estão vivendo fortemente o momento. Envolveram-se demais com o drama revivido e forçaram o aparecimento na tela do momento crucial da explosão. A cena está sendo plasmada! Não há tempo nem para gritos!.Explodiu de uma vez. Tudo e todos vão pelos ares. Pedaços humanos se projetam em várias direções. Os enfermeiros que estavam a postos, retiraram os perispíritos dos passageiros em fração de segundo, antes da explosão. É como se eles tivessem desencarnado antes da tragédia se consumar. Foram como que sugados do corpo; até aqueles mais arraigados à matéria.

Ocorre que alguns registraram tão fortemente a explosão, que a impressão que sentiram no momento pareceu fixar-se em suas mentes, entrando em coma profundo e a reviverem seguidamente a cena dantesca.

Esses que registraram rudemente a cena, sofreram o impacto no perispírito?
— Sim. Vejo a cena onde um Espírito desesperado procura pedaços
do seu corpo. Ele está totalmente alucinado.

E por que não entrou em prostração?

— Por causa do seu apego demasiado à matéria e ao corpo físico. Era excessivamente vaidoso; cultivava certo endeusamento de sua figura, e os enfermeiros não conseguiram fazê-lo entrar em prostração. Seu desespero é muito grande. Procura juntar cada parte do seu corpo. Aqui ele pega um pedaço da sua perna; ali ele apanha uma mão. Engraçado! Ele traz um pedaço da perna na mão, vejo seu perispírito sem a perna, mas ele caminha normalmente; como pode ser isto? O instrutor explica que o pedaço de perna que está em sua mão é uma criação mental dele, estando seu perispírito intacto, posto que ele foi retirado do local antes da explosão. Insiste que são resíduos de sua mente, onde se alojou a ideia da mutilação, favorecida pelo
desconhecimento da existência do perispírito. O tratamento para ele não será o mesmo dos mutilados comuns, uma vez que ele necessita apenas de educação mental e conhecimentos básicos sobre a vida espiritual.

Muitos Espíritos que entraram em prostração, abrigando em cores vivas nos arquivos mentais o drama sofrido, necessitam dessa terapia, pois se veem e se sentem mutilados, quando na realidade estão perispiritualmente intactos, sem a lucidez de perceberem tal realidade. Isso ocorre devido ao grau de alucinação em que se encontram e à falta de méritos que os credenciem a uma percepção mais vigorosa da realidade em que se inserem. Esse companheiro que traz o pedaço de perna em sua mão fechou todas as portas ao seu redor, para ter comovisão única o pedaço de perna que julga ser real.

Os desencarnes coletivos, que são casos excepcionais, podem ser precedidos de um desencarne antecipado dos envolvidos, contabilizando-se neste caso o trauma perispirítico, por conta da cristalização mental da ideia do acidente e do despreparo do Espírito para com as leis divinas. Alguns passageiros assistiram ao acidente, mas não compreenderam que poderiam ficar imunes aos seus efeitos,justamente porque não havia intimidade com o estudo, nem a meditação sobre o seu mundo de origem, o plano espiritual.

— Mas já estudamos casos de explosões em que o perispírito realmente sofreu danos profundos, à semelhança do corpo físico.

— É verdade. Mas aqui o caso é diferente. O perispírito foi retirado do local da explosão, não lhe restando qualquer sequela. No caso que observamos (suicídio) houve por livre-arbítrio uma agressão às leis de Deus, naquilo que de mais sagrado o Espírito recebe como instrumento evolutivo: seu corpo. O suicídio é uma insubordinação à lei. Um capítulo à parte nos traumas do perispírito, pois nele há vontade deliberada de praticar o ato; de mutilar o corpo e retirar do Espírito a sua eterna e inextinguível chama, ato tresloucado do qual o infrator não consegue evadir-se sem macular-se profundamente.
Como a deliberação para traduzir-se em tragédia é antecipada pela luta da consciência entre capitular ou resistir; como em nenhum instante ninguém está desamparado dos recursos divinos através da ajuda dos benfeitores espirituais; como tudo é tentado por parte da vida para lhe conservar na memória o ânimo e a coragem superando o instante depressivo pelo fortalecimento da auto-estima; e ainda assim ele capitula, os enfermeiros divinos não podem salvaguardar um perispírito que em si mesmo contém a ordem de implosão.

Nos suicídios, o perispírito não está imune às dolorosas mutilações orgânicas a que se condena, de vez que sendo o Espírito o carrasco de si mesmo, desertor do campo de lutas; renegado, pois abandona a fé em seu Criador, custa-lhe colocar a consciência em ordem para recuperar tamanho prejuízo causado a si mesmo.

— As imagens colocadas em tela foram retiradas da mente de pessoas que
passaram pelo acidente. Mas, as pessoas que estavam no avião não sabiam da presença de enfermeiros a bordo. De onde surgiram essas imagens, uma vez que os passageiros não as tinham registrado em suas mentes?

— Os Espíritos podem retirá-las do éter. Mas aqui presentes, encontram-se enfermeiros que a tudo assistiram. As imagens em parte saíram de suas mentes.

— Como se retira imagens gravadas no éter?

— O vegetal retira do ar o gás carbônico para fazer a fotossíntese.

Ele tem a sua maneira de materializar o alimento. Como isso é um procedimento inerente ao vegetal, retirar imagens do éter é um procedimento inerente ao Espírito. Entendeu?

— Claro que não!

— Você não pode ir além do que não conhece. São técnicas avançadas que eu não conseguiria explicar para você, mesmo com a aquiescência dos técnicos. Veja: tenho visto aqui um Espírito colocar a mão sobre a cabeça de outro e de lá retirar imagens de sua vida, usando técnicas de magnetismo pessoal. Apenas vejo os efeitos; eles conhecem a causa. O máximo que consigo entender é que eles fabricaram essa tela onde assisto ao filme, com fluidos retirados do cosmo e do ectoplasma que cedi. Como as imagens passam da mente deles ou do éter para a tela, aí já não entendo nada.
Iremos agora a outro pavilhão a fim de observarmos perispíritos, vítimas de radiações nucleares. Já os vejo. Apresentam-se com profundas chagas. Foi um desencarne coletivo ligado ao carma daquele povo (Hiroshima). Como acidente de vastíssimas proporções, a retirada de perispíritos antes do acidente restringiu-se a casos isolados, levando-se em conta os méritos de cada um. Noto que as células perispirituais foram lesadas pela radiação. Alguns não desencarnaram de imediato, passando a arrastarem-se penosamente durante dias, semanas, sofrendo a destruição de suas células físicas, impressionando-se mentalmente, formando cristalizações demoradas. As lesões com feridas profundas, pondo à mostra as partes ósseas, instalaram-se fundo na mente de muitos deles. Milhares já reencarnaram e outros continuam em tratamento. O panorama que vejo é, por demais, tristonho. Pessoas muito magras; umas com lesões cerebrais, como se a cabeça estivesse sem o cérebro; outras com o cérebro aparentando geleia. Esse órgão parece ter sido duramente atingido pelas radiações. Os pacientes estão passando por um acoplamento de células cerebrais, com finalidade de restaurar esse órgão. Os que ficaram em estado de alienação profunda foram separados dos demais, para não prejudicá-los, alucinando-os também. O tratamento aqui é bem específico. O Espírito é prostrado e encaminhado aos departamentos para projeção e desenho dos órgãos afetados. Vejo um rapaz portando grande ferimento, tendo o osso da perna à mostra. Observo o curativo ministrado pelos enfermeiros. Eles analisam a ferida, e notando-a limpa, sem pústula, colocam sobre ela um pó esbranquiçado e algo gelatinoso. O pó torna-se aderente, e sob a ação mental desses enfermeiros, parece confundir-se com o tecido ulcerado do paciente. A ferida aparenta entrar em processo de regeneração. A pele não fica totalmente restaurada, mas encena um princípio de cicatrização. Quando os enfermeiros se retiram e o rapaz relembra a cena que viciou sua mente, a ferida volta a abrir. O instrutor, sempre atento, explica que superado esse impasse, a cristalização da ideia, o processo cicatrizante se instalará em definitivo sobre os ferimentos. Alguns levarão sequelas físicas para as reencarnações futuras, devido ao fato de suas fichas cármicas acusarem grande envolvimento em episódios que marcaram outras pessoas com dor e sofrimento. Tais espíritos, julgados e condenados por suas próprias consciências, não logram forças para a regeneração perispiritual completa.

Os Espíritos que você observa se encontram nesse estado desde 1945 quando sofreram o acidente?

— Sim. O tempo para o Espírito não é regulado pelo relógio terreno; a vontade bloqueada torna a ação obstruída. O tempo passa sem tecer os fios da saúde, para quem se deixa paralisar na própria enfermidade.

(…..)

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KARDEC E OS ESPÍRITOS BRINCALHÕES NO SÉCULO XIX https://rumoaluz.com.br/kardec-e-os-espiritos-brincalhoes-no-seculo-xix/ Sat, 28 Sep 2024 20:25:00 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1245 Artigo extraído da Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos
PUBLICADA SOB A DIREÇÃO DE ALLAN KARDEC

Primeiro Ano – 1858

https://www.bvespirita.net

Os Gobelins – Lendas

Revista Espírita, janeiro de 1858

A intervenção de seres incorpóreos nas minúcias da vida privada, faz parte das crenças populares de todos os tempos. Não pode, sem dúvida, caber no pensamento de uma pessoa sensata tomar ao pé da letra todas as lendas, todas as histórias diabólicas e todos os contos ridículos, que se gosta de contar ao lado do fogo. Entretanto, os fenômenos, dos quais somos testemunhas, provam que esses próprios contos repousam sobre alguma coisa, porque o que se passa em nossos dias, pôde e deveu se passar em outras épocas. Que se aparte, desses contos, o maravilhoso e o fantástico dos quais a superstição os vestiu ridiculamente, e se encontrarão todos os caracteres, fatos e gestos dos nossos Espíritos modernos; uns bons, benevolentes, prestativos em servir, como os bons Brownies, outros mais ou menos traquinas, espertos, caprichosos e mesmo maus, como os Gobelins da Normândia, que se encontra sob os nomes de Bogles na Escócia, de Bogharts na Inglaterra, de Cluricaunes na Irlanda, de Puckas na Alemanha. Segundo a tradição popular, esses duendes se introduzem nas casas, onde procuram todas as ocasiões de brincar maldosamente: “Eles batem nas portas, deslocam os móveis, dão golpes sobre os barris, batem no teto e no assoalho, assoviam baixinho, produzem suspiros lamentosos, tiram as cobertas e as cortinas dos que estão deitados, etc.”

O Boghart dos Ingleses exerce particularmente suas malícias contra as crianças, às quais parece ter aversão: “Arranca, freqüentemente, sua fatia de pão com manteiga e sua tigela de leite, agita, durante a noite, as cortinas de seu leito; sobe e desce as escadas com grande ruído, joga sobre o assoalho as baixelas e os pratos, e causa muitos outros estragos nas casas.”

Em alguns lugares da França, os Gobelins são considerados como uma espécie de fantasmas domésticos, que se tem o cuidado de nutrir com iguarias, as mais delicadas, porque eles trazem, aos seus senhores, o trigo que furtam dos celeiros de outrem. É verdadeiramente curioso encontrar essa velha superstição, da antiga Gália e entre os Borussianos do século X (os Prussianos de hoje (século XIX). Seus Koltkys, ou gênios domésticos, vinham também roubar trigo dos celeiros para levarem à aqueles de quem gostavam. Quem não reconhece, nessas traquinagens, – à parte da indelicadeza do trigo roubado, do qual é provável que os autores se desculpavam em detrimento da reputação dos Espíritos – quem, dizemos, não reconhecerá nossos Espíritos batedores e aqueles que podem, sem lhes injuriar, ser chamados de perturbadores? Que um fato semelhante àquele que nos reportamos, mais acima, dessa jovem de Panoramas, tivesse se passado no campo, teria sido, sem nenhuma dúvida, levado à conta do Gobelin do lugar, depois de amplificado pela imaginação fecunda das comadres; não faltará ter visto o pequeno demônio pendurado na campainha, zombando e fazendo caretas aos tolos que iam abrir a porta.

NOTA DO BLOG – Para a Wikipédia, a enciclopédia livre Brownie (folclore) Boghart, Bogle e outros
Duende ou espírito doméstico do folclore da Inglaterra e Escócia, o brownie p. ex. habita casas de família, onde executa labores domésticos enquanto seus habitantes dormem. Tais tarefas são feitas em troca de presentes entre os quais laticínios, sua comida preferida. Outros nas lendas, vivem fazendo brincadeiras de mau gosto.

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ALLAN KARDEC/ESPÍRITO ESCREVE IMPORTANTE MENSAGEMSOBRE A NATUREZA DO CORPO DE JESUS https://rumoaluz.com.br/allan-kardec-espirito-escreve-importante-mensagemsobre-a-natureza-do-corpo-de-jesus/ Sat, 28 Sep 2024 14:03:20 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1232 Em agosto de 1913, a médium ZILDA GAMA, famosa nacionalmente pelos livros de Victor Hugo que psicografara, recebeu mensagens de diversos espíritos. ALLAN KARDEC, que desencarnara em 1869, portanto 44 anos antes, foi um desses espíritos. Essas mensagens não foram dadas ao público desde logo. Passaram-se 16 anos. Em 1929 a Editora O PENSAMENTO publicou o livro ‘’DIÁRIO DOS INVISÍVEIS”, contendo aquelas psicografias. E nas páginas 241 a 263 do livro encontramos o Capítulo intitulado ‘’O CORPO DE JESUS’’, de autoria do Codificador, com a proposta, claramente assumida, de corrigir erro por ele mesmo cometido em vida no seu livro A GÊNESE e dirimir a dúvida sobre a natureza do corpo de Jesus.

Um dos tópicos deste BLOG, denominado ENSAIOS E ARTIGOS possui o ANEXO I, que traz um trabalho de nossa autoria que possui o mesmo título ‘’O CORPO DE JESUS’’. Trata-se de um estudo ou ensaio sobre A NATUREZA DO CORPO DE JESUS, uma resenha sintética sobre o multimilenar conflito de ideias sobre o assunto, debatido por religiões e correntes de pensamento e somente esclarecido neste século XXI pela Espiritualidade.

Ocorre que, 20 anos após a publicação do livro ‘’DIÁRIO DOS INVISÍVEIS”, a Federação Espírita Brasileira (FEB), em 1949, publicou um pequeno trecho do referido capítulo na famosa revista ‘’O REFORMADOR’’.
Nesta página de HISTORIETAS, reproduzimos a íntegra do pequeno texto extraído daquela revista. Uma amostra para despertar seu interesse pela leitura do ANEXO I.deste BLOG.

TEXTO DE ALLAN KARDEC
PSICOGRAFADO PELA MÉDIUM ZILDA GAMA EM AGOSTO DE 1913, EXTRAÍDO DO LIVRO “DIÁRIO DOS INVISÍVEIS” (ED. PENSAMENTO EM 1929) E PUBLICADO PARCIALMENTE NA REVISTA O REFORMADOR (FEB) 1949

.‘’Afirmo, agora, baseado nas verdades transcendentes, que Jesus, o emissário divino, foi o ente mais evoluído, da mais alta estirpe sideral que já baixou à terra, em cumprimento de uma incumbência direta do pai celestial, e, portanto, o que houve de anormalidade em sua existência não foi uma seleção parcial feita por deus, mas uma justa homenagem que lhe era devida ao próprio mérito.

Nós, distanciados como estamos de sua perfectibilidade, não gozamos das mesmas regalias ou prerrogativas que lhe foram outorgadas, mas podemos adquiri-las, em séculos e milênios de dedicação, labor, esforço próprio, prática de todas as virtudes. Era, pois, Jesus, já naquela época – a do início do cristianismo – uma personalidade superior, que, para bem desempenhar sua missão planetária, teve de tecer suas vestes tangíveis, com as quais ofuscou o brilho de sua alma radiosa, constituída de eflúvios cósmicos, que se solidificaram, que se aderiram ao mediador plástico, dando-lhe a aparência de materialidade, mas que podiam ser dissolvidos ao influxo de sua vontade’’.

ALLAN KARDEC

NOTA DO BLOG: (os grifos são nossos)

  • Vestes tangíveis ou seja corpo físico
  • Mediador plástico ou seja o perispírito.

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1000 ANOS ANTES DE CRISTO, NOS ABISMOS DO UMBRAL https://rumoaluz.com.br/1000-anos-antes-de-cristo-nos-abismos-do-umbral/ Sat, 28 Sep 2024 13:58:08 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1229 UM MILÊNIO ANTES DA VINDA DE CRISTO A ESPIRITUALIDADE PREPAROU O PLANETA PARA RECEBER O SALVADOR, PROMOVENDO VERDADEIRO DESASSOREAMENTO E LIMPEZA DO PLANO ESPIRITUAL, COM A REMOÇÃO DE MILHÕES DE ESPÍRITOS DAS TREVAS, PRINCIPALMENTE ANTIGOS EXILADOS DA CAPELA. O OBJETIVO ERA O DE LEVAR A PAZ AO PLANETA E PLANTAR A SEMENTE DO CRISTIANISMO. PARA TANTO PRENDERAM-NOS NOS ABISMOS DO UMBRAL, MANTENDO-OS ISOLADOS E INACESSÍVEIS POR 1000 ANOS. ESSE EPÍSÓDIO RESUMIREMOS AQUI, REPRODUZINDO TRECHOS DO LIVRO ‘’SÃO FRANCISDO DE ASSIS’’, DO ESPÍRITO MIRAMEZ, PSICOGRAFADO PELO MÉDIUM JOÃO NUNES MAIA.

Trechos do Livro ‘’SÃO FRANCISCO DE ASSIS’’
do Espírito MIRAMEZ,
psicografado pelo médium JOÃO NUNES MAIA
(trechos extraídos da versão em PDF do site https://www.bvespirita.net/

CAPÍTULO 2
Uma Cidade Diferente

“Então vi descer do céu um Anjo, tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos. “
Apocalipse, 20:1 e 2.

João Evangelista, o grande vidente de Patmos, regredindo no tempo, teve a visão dos acontecimentos ocorridos no mundo espiritual, antes mesmo que ele nascesse, pois, para que o Cristo descesse à Terra, era necessário que engenheiros siderais limpassem a atmosfera do planeta, para que os atentados contra a Boa Nova do Reino de Deus não viessem a gerar alterações.

Uma falange de Anjos assomou à Terra, tirando dela dois bilhões de Espíritos inferiores, cuja animalização atingia até as raias do impossível. Se fôssemos contar os fatos ocorridos na comunidade que denominavam de A Cruzada. Assim a chamavam porque sua planta era em forma de cruz, que se quebrava nas suas quatro hastes, sendo que, em cada uma delas foi criado um reino, cada qual comandado por um príncipe e um imediato. Eles mesmos se organizaram, por haver no meio daquela multidão seres de alta envergadura intelectual, grandes magos, desenhistas habilidosos, artistas consagrados, muitos deles dados à lavoura, à pecuária e a outras atividades. Não faltavam, na grande metrópole das sombras, especialistas em todas as áreas do conhecimento.
Esses Espíritos não foram cambiados para essa região de uma só vez; foram divididos em muitas levas, para maior segurança do trabalho. A cidade das trevas foi edificada na linha do Equador, para que o Sol cooperasse com eles, desintegrando parte dos seus pensamentos inferiores e para que, de certo modo, os maltratasse, pelo calor abrasador dos seus raios diretos, em fusão com as suas próprias vibrações.

A egrégora formada por essas almas servia de filtros para os raios cósmicos, de modo a não lesar nem lhes crestar a estrutura espiritual, abrindo-a em chagas, principalmente a daqueles que trabalhavam em serviços mais grosseiros. A escravidão, ali, era bem pior do que todas as conhecidas na Terra. Assim o Satanás descrito por João Evangelista, evidencia-se como o símbolo desses dois bilhões de Espíritos. Relativamente a esses expatriados, os perseguidores da época do Mestre eram bem mais brandos, pois conheciam o motivo de sua estadia ali, e alimentavam o ódio e o prazer da vingança. Quando pudessem sair da prisão milenar, a ideia era voltar à Terra e incendiá- la – tinham exércitos bem adestrados, esperando o dia de transformá-los em cinzas. Engenheiros siderais planejaram com habilidade indescritível a planta de um local que udesse alojar esses seres, acumulando material adequado para que eles mesmos o edificassem, sem notarem que estavam sendo ajudados. Correntes de fluidos de certa estrutura cruzavam os espaços em altas voltagens, carregando segredos que os habitantes não poderiam descobrir, para não anularem os curtos-circuitos lesivos, provocados ao contato com a forma perispiritual. Nas tentativas de evasão verificadas, constatou-se, pelas graves consequências para os fugitivos, que isso não compensaria. Os habitantes de A Cruzada esperavam, no passar dos séculos, o cumprimento da profecia de que, após mil anos, seriam soltos. Não desconheciam eles o futuro que lhes estava reservado e para isso se encontravam naquele preparo coletivo, assim como a Terra estava sendo preparada para suportar-lhes a maléfica ação. Deus, em Sua misericórdia, se serviria deles em benefício deles mesmos, em algumas etapas educativas, pois que, como filhos do Todo Poderoso, não se encontravam perdidos e condenados eternamente. O tempo e a dor os fariam amadurecer sob o calor das provações. A Terra seria, por muitas vezes, berço para essas almas, no sentido de torná-las boas e mansas, a fim de obterem ingresso no grande rebanho de Jesus Cristo.

O solo da cidade era de matéria viscosa, o que lhes dificultava os movimentos, porém, com o passar do tempo, desenvolveram, como sói acontecer na Terra, recursos e, com a manipulação de elementos, solidificaram as ruas e deram uma expressão mais confortável às mesmas. A pouca água de que dispunham tinha em sua composição substâncias eletroquímicas, que os mantinham alimentados, renovando-lhes as energias. Os vícios ali desenvolvidos foram incontáveis. A falta de Pudor, sem limites. O sexo em desalinho tomava proporções assustadoras, envolvendo todos os habitantes; a sofisticação da brutalidade e da prepotência era a condição maior dos dragões que tinham nas mãos o domínio e o comando dqueles Espíritos. Movidos por reminiscências que traziam da Terra, criavam ações idênticas; por vezes festejavam inventos em praça pública, esbravejando o nome do rei dos reis, desdenhavam o mundo dos homens, alegando faltar nestes a inteligência que lhes sobrava, afirmando que a meta era a liberdade, com a saída daquela jaula astral. Ali permaneceram verdadeiramente por mil anos. Depois, eles mesmos, para que se cumprissem as profecias, descobriram meios de escapulir pelo cinturão energético que os mantinham presos, começavam a perder os sentidos, a fim de serem levados para colônias apropriadas e lá preparadas para novas reencarnações no plano físico.
Colocar-nos-emos diante das profecias do Apocalipse, revivendo o que o profeta e evangelista disse, ouvindo do mundo espiritual e vendo os acontecimentos, tanto do assado quanto do grande futuro. A vista disso, acrescentaremos algo mais para que a realidade possa se apresentar e para que possamos sentir o drama que se passou na Idade Média, estendendo-se até quase o descobrimento do Brasil. Somente as Cruzadas, contando do grito estentórico de Pedro, o Eremita, e o Papa na realidade, no governo de Sérgio IV, no ano de 1009. para que analisemos melhor as profecias, eis o que diz o Apocalipse, capítulo vinte, versículos sete e oito: “Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão. E sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da Terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número desses é como a areia do mar”.

Na sequência, vejamos o fim do versículo três do mesmo capítulo: “Depois disto é necessário que ele seja solto por pouco íempo’’ se referindo que, depois dos mil anos, seria Satanás solto por menor espaço de tempo e, na verdade, assim aconteceu.

Quando eles desencarnavam – quase todos por meios violentos – permaneciam na erraticidade por pouco tempo, pois os agentes da luz os traziam imediatamente para novas prisões, acorrentavam-nos em corpos físicos de todos os tipos, em todas as nações do mundo-escola educativa da dor, onde se investiam uns contra os outros e de onde saíam a seduzir todas as nações da Terra, estimulando guerras, ateando fogo onde conquistassem ou perdessem as batalhas, gerando a peste e a fome. Por aí se nota a enorme justiça de Deus, a bondade imensurável do Criador, organizando esse trabalho indescritível para educar essas almas desviadas da Paz e do Bem, na sua feição de Amor, pois esse é o roteiro, pelo qual não se poderá um til que seja, em todos os fatos, nas nações e reações de todos os seres.

Depois das Cruzadas, explodiu a Inquisição, plano dos mesmos Espíritos já melhorados.
Se alguém se sente mal quando passa a saber de alguns acontecimentos ocorridos nas
masmorras das casas inquisitoriais, sofreria mais se soubesse alguns detalhes dos acontecimentos das Cruzadas, oito investidas envernizadas no puro ódio e na vingança.

Sob o pretexto de preservar o túmulo do Cristo, invadiam e conquistavam, provocando carnificinas. Sob a justificativa de que Deus ordenava e de que o Cristo surgia os incentivando às lutas de conquista, os fanáticos egressos da grande cidade negra reuniam-se em exércitos. É certo que nem todos aderiram quando se encontraram na carne, mas, em compensação, dos que não estavam presos – almas já melhoradas em comparação com os cruzados do astral inferior – muitos a eles se uniram por junção magnética, por hipnotização ou por afinidade com os sentimentos inferiores do alto comando das trevas.

Hitler, um dos últimos príncipes que ajudaram a governar a grande cidade nos céus do Equador, foi uma das feras enjauladas por mil anos que, ao assumir o controle do Estado Germânico, tinha uma tarefa odienta com a sua consciência e os seus comandados preguiçosos, reencamados como judeus, objetivando eliminar toda a raça. Entretanto, pôde somente atingir àqueles que, na contabilidade divina tinham registradas dívidas remontadas. Ele, prepotente em demasia e os outros, auto-hipnotizados, dizendo-se seres superiores, ainda desconheciam que eram a escória do mundo que os milênios e a dor iriam transmutar em pedras preciosas – todo o joio toma-se trigo, pela força do progresso.

Os comandados do Füehrer eram em tomo de quinhentos milhões que se dividiam entre
os dois planos da existência, lutando e ouvindo a antiga voz do pastor negro, e obedecendo à risca o comando, sem darem valor à própria vida. E ele, como símbolo, traz a grande cruz aberta nas hastes, planta da cidade das sombras, chamada A Cruzada, cuja quarta parte comandara com rigidez e orgulho, nunca saindo do poder durante todo o tempo, a não ser para voltar à Terra, com a grande pretensão de dominá-la, de colocar os pés no globo e dizer: “Esta é a minha casa”, ou então, transformá-la em pó. E se envaidece com a cruz suástica. Ao olhá-la, pareciam aumentar-lhe o poder e a coragem. Falanges e mais falanges de Espíritos estavam sob suas ordens, pois logo se afinizaram com o seu modo de ser. Desta forma, teve início a guerra de 1939 a 1945, com suas calamitosas consequências…’’

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NO PORVIR https://rumoaluz.com.br/no-porvir/ Mon, 16 Sep 2024 19:30:55 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1224 PG 87  da versão em PDF do site bvespirita.net/livros

Mesmo depois que passar a grande tempestade, o coração augusto do Cristo sangrará de dor, porque não será sem uma profunda e divina melancolia que verá partir, para rudes degredes (PUNIÇÕES) reeducativos, os afilhados ingratos e rebeldes que não lhe quiseram aceitar a doce proteção…

Os filhos da iniqüidade, empedernidos no crime e cristalizados no orgulho, deixarão as fronteiras fisiomagnéticas da Terra, em demanda das novas experiências a que fizeram jus; mas aqui, no orbe aliviado e repleto de escombros, uma nova idade de trabalho e de esperança nascerá, ao Sol da Regeneração e da Graça. Nesse mundo renovado, a paz inalterável instituirá um progresso sem temores e uma civilização sem maldade. Os habitantes do planeta estarão muito longe da angelitude, mas serão operosos e sinceros, um tanto sofredores e endividados para com a Eterna Justiça, mas fraternos e dóceis à inspiração superior. A subsistência exigirá esforços titânicos, na agricultura dignificada e no trato exaustivo das águas despoluídas, mas não haverá penúria nem fome. Por algum tempo, muitos corações sangrarão no sacrifício de missões ásperas, na solidão e no silêncio dos sentimentos em penitência; mas não existirá desespero nem prostituição, viciações letais ou mendicância, infância carente ou velhice abandonada. A morte fisiológica continuará enlutando, na amargura de separações indesejadas, mas o merecimento e a intercessão poderão proporcionar periódicos reencontros das almas amantes e saudosas, em fraternizações de fenomenologia sublime. A Ciência alcançará culminâncias jamais sonhadas… Naves esplêndidas farão viagens regulares a esferas superiores e as excursões de férias serão comuns, a mundos de sempiterna beleza. Necessidades e fraquezas não poderão ser extirpadas por milagre, mas os frutos venenosos da maldade jamais chegarão aos extremos do homicídio. O Estatuto dos Povos manterá o Parlamento das Nações, onde Excelsos Espíritos materializados designarão, em nome e por escolha do Cristo, os Governadores da Terra. Sem monarquias, oligarquias, plutocracias ou democracias, haverá apenas uma Espiritocracia Evangélica, fundada no celeste platonismo do mérito maior, do maior saber e da maior virtude, para o serviço mais amplo e mais fecundo.

 Reinarão na Terra a Ordem e a Paz.

O Amor Universal será Estatuto Divino.

A Terra pertencerá aos mansos de coração…


FIM DA REPRODUÇÃO PARCIAL DO LIVRO ‘’UNIVERSO E VIDA’’

LEIA A ÍNTEGRA DESSA OBRA  INCOMPARÁVEL NO SITE  bvespirita.net/livros

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O TERCEIRO LEGADO https://rumoaluz.com.br/o-terceiro-legado/ Mon, 16 Sep 2024 19:26:42 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1219 PG 84  da versão em PDF do site bvespirita.net/livros

O Espiritismo não tem o caráter isolado de uma filosofia, de uma ciência ou de uma religião, porque é, ao mesmo tempo, religião, filosofia e ciência. É simultaneamente revelação divina e obra de cooperação dos Espíritos humanos desencarnados e encarnados. Tem a característica singular e ser impessoal, complementar e progressivo; primeiro, por não ser fruto da revelação de um só Espírito, nem o trabalho de um só homem; segundo, por ser a complementação natural, expressa e lógica das duas primeiras Grandes Revelações Divinas (a de Moisés e a do Cristo); terceiro, porque, como bem disse Kardec, ele jamais dirá a última palavra. É ciência, porque investiga, experimenta, comprova, sistematiza e conceitua leis, fatos, forças e fenômenos da vida, da natureza, dos pensamentos e dos sentimentos humanos. É filosofia, porque cogita, induz e deduz idéias e fatos lógicos sobre as causas primeiras e seus efeitos naturais; generaliza e sintetiza, reflete, aprofunda e explica; estuda, discerne e define motivos e conseqüências, comos e porquês de fenômenos relativos à vida e à morte. É religião, porque de suas constatações científicas e de suas conclusões filosóficas resulta o reconhecimento humano da Paternidade Divina e da irmandade universal de todos os seres da Criação, estabelecendo, desse modo, o culto natural do amor a Deus e ao próximo.

Somente sendo assim como é, poderia o Espiritismo realizar a sua grande missão de transformar a Terra, de mundo de sofrimento, de provas e expiações, em orbe regenerado e pacífico, a caminho de mais altas expressões de glória cósmica. Essa missão de transformar o mundo, o Espiritismo cumprirá; não com palavrório Inconsequente, nem com tricas políticas ou com ações de força bélica, mas fazendo a Humanidade enxergar e entender a evidência das grandes leis e dos grandes fatos da vida, a imortalidade do Espírito, a justiça indefectível, o imperativo do amor.

Infinitamente superior a todas as ciências limitadas, dispensa laboratórios sofisticados, aparelhagens caras e rígidos métodos empíricos. Imensamente mais eficaz do que todas as demais filosofias conhecidas, não se perde em devaneios da inteligência, nem se limita exclusivamente a fenômenos materialmente verificáveis ou deduzíveis por meio de insuficientes raciocínios de lógica matemática. Incomparavelmente mais racional e eficiente do que qualquer outra religião, dispensa sacerdócio, altares, rituais e dogmatismos, porque atua diretamente sobre o entendimento e o coração de cada pessoa, fala à alma de cada indivíduo e assenta o seu império na mente decada ser.

Por isso, o Espiritismo não necessita de exterioridades para empreender a reforma do mundo, porque isso ele realizará através de cada pessoa, de cada grupo de pessoas, de cada sociedade, de cada comunidade humana. Como a Doutrina Espírita tem a natureza de uma revelação progressiva e incessante, sua influência será cada vez mais específica e mais ampla, em todos os setores da atividade humana, inspirando novos rumos e novas motivações, suscitando novos pensamentos criativos e promovendo o progresso.
(….)

A revelação da existência de mundos parafísicos e transcendentais, por enquanto ignorados pela Ciência, e das leis que regem a sua interpenetração, levará a Física a níveis infinitamente mais elevados de cogitações e de grandeza, no mesmo passo em que armará a Química para novas descobertas no campo da ação, da composição e da dissociação das substâncias. No terreno da filosofia religiosa, a obra libertadora do Espiritismo já é mais do que evidente. Reconceituou as antigas noções de céu, inferno, purgatório e limbo; de anjos e demônios; de bem e de mal; de ressurreição e de penitência; de amor e de trabalho; de riqueza e de cultura; de beleza e de progresso; de liberdade e de justiça. Aos desvalidos e aos doentes, aos solitários e aos tristes, aos pobres e aos perseguidos, aos injustiçados e aos aflitos, a todos renovou as esperanças num Pai Justo e Bom, num futuro sem fim, numa bem-aventurança eterna e sem limites, mas merecida e conquistada no dever bem cumprido, no trabalho bem feito, na paz da consciência limpa e na fraternidade operosa e desprendida.

Esta é, por sinal, a face mais bela da missão do Espiritismo: — consolar, enxugar lágrimas, semear as flores divinas da esperança. Por isso, o próprio Cristo, que o prometeu e o enviou, chamou-o Consolador. Ele realmente anima e conforta, ajuda e retempera. Traz-nos de volta, redivivos, os nossos mortos queridos; mantém acesos os nossos ideais, mesmo quando as nossas condições atuais de existência não nos permitem realizá-los de pronto. Revela-nos afetos antigos, de inestimável valor, dos quais nos esquecêramos no tempo…

Foi por essa razão que o Espiritismo nasceu visceralmente ligado ao Evangelho de Jesus, do qual não se pode nunca separar. Se não fosse apostolicamente cristã, a Doutrina Espírita careceria de sentido. Seus fundamentos são o Amor e a Justiça; sua finalidade é o Bem — fonte única de verdadeira felicidade.

Com muito empenho, muita humildade e muita ênfase, advertimos a todos os irmãos em humanidade que jamais se utilizem do Espiritismo para qualquer fim menos nobre; que não se valham dele para a maldade ou para crime, e nem mesmo para a simples satisfação estéril de tolas vaidades pessoais. Saibam todos que é imensamente perigoso abusar dele, porque usar a mediunidade para o mal é abrir sobre a própria cabeça as portas do Inferno.

O Espiritismo é a mais poderosa das ciências, porque lida com forças vivas e integradas de dois planos da existência; dirigir inconscientemente essas forças integradas para o crime poderá ser genocídio, mas será necessariamente suicídio das mais desoladoras conseqüências. A esse respeito, ninguém alegue ignorância, pois o próprio Mestre Divino a todos advertiu claramente, há dois mil anos, de que todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Para os que fazem questão de conferir os textos sagrados, informamos que essa solene advertência está no versículo 31 do capítulo 12 das anotações de Mateus; mas além disso está gravada, em letras de fogo inapagável, na consciência viva de cada um.

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O CAMINHO PERCORRIDO   https://rumoaluz.com.br/o-caminho-percorrido/ Mon, 16 Sep 2024 19:19:32 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1217 PG 75  da versão em PDF do site bvespirita.net/livros

(NOTA DO BLOG: NESSE TÓPICO O ESPÍRITO  ÁUREO FAZ UMA RETROSPECTIVA COMEÇANDO PELA ARTE DESDE OS HOMENS DAS CAVERNAS, SEGUIDA DO SURGIMENTO DOS CULTOS, DA MITOLOGIA, DA MAGIA, DA CIÊNCIA E DA FILOSOFIA. E OS ENVIADOS DE JESUS: MOISÉS E OS 10 MANDAMENTOS, BUDA , ZARATUSTRA E MUITOS  OUTROS PORTADORES DA LUZ E FAMOSOS FILÓSOFOS E  PENSADORES E  PRECURSORES DO PORVIR DA HUMANIDADE . ÁUREO DESCREVE A DECEPÇÃO DA ESPIRITUALIDADE MAIOR ANTE O FRACASSO DA MISSÃO DO APOSTOLO DE JESUS QUE AQUI REENCARNOU COMO MAOMÉ PARA TRAZER A PAZ NO ORIENTE MÉDIO MAS PLANTOU E COLHEU A ‘’GUERRA SANTA’’ QUE HOJE É CHAMADA DE ‘’TERRORISMO’’.

Desde que os primeiros homens surgiram sobre a face da Terra, nasceu com eles o sentimento religioso, feito de imenso e amedrontado respeito diante das grandes forças da Natureza, que os fazia sentir-se pequeninos e cheios de temor. Já no primitivo clã totêmico, ensaiam-se os primeiros rituais de homenagem, em face do mistério da morte, e surgem os primeiros tabus, que tendem a conjurar os desafios da vida. Em plena era paleolítica, os despojos humanos eram inumados em grutas, como a de Spy, cobertos de enfeites, protegidos por pedras e com a cabeça voltada para o ponto do horizonte onde nascia o Sol. Revelando inequívoca preocupação com a sobrevivência dos Espíritos, homens pré-históricos deitavam seus mortos na posição dos fetos, para simbolizar-lhes o renascimento para uma vida mais alta, enquanto outros amarravam fortemente os membros dos cadáveres, na tentativa de impedir os defuntos de se erguerem dos seus túmulos para atormentar os vivos. Foi no recinto sombrio dos sepulcros que se esboçaram os primeiros templos, quando naquelas épocas remotas os homens começaram a pintar imagens de deuses nas paredes das cavernas funerárias e a colocar nelas as primeiras esculturas mágicas, como as encontradas na gruta de Tuc d’Audoubert e na de Montespan.

(….)

Cultuam então a Terra, o Sol, as Águas, o Fogo, o Vento, a Morte, o Trovão, a Lua… E pondo-se sob a proteção de alguma divindade mais próxima, poderosa e amiga, elegem–na sua padroeira, consagrando-lhe o seu clã, depois a sua cidade e finalmente o seu país. Para servir continuamente às divindades e lhes interpretar os desejos, constituem sacerdotes, logo erigidos a uma condição superior, quase sobre-humana, de intermediários entre os deuses e os homens. Os sacerdotes organizam-se em classes e hierarquias, assumem o comando da política, da guerra, do comércio, dos cultos; criam a mitologia, a magia, os tabus.

(…..)

É, porém, no bojo dos templos, transformados em observatórios e em dispensários, que a Mitologia e a Magia começam a criar a Filosofia e a Ciência. Os astros, considerados a morada de potentes divindades superiores, cujos relacionamentos, harmônicos ou desarmônicos, afetam favorável ou desfavoravelmente a vida terrena dos homens, passaram a ter importância fundamental para os antigos mesopotâmios, que criaram a Astrologia, futura mãe da Astronomia e futura avó da Astronáutica.”

(….)

Chegados ao século XIII, antes do advento do Senhor, o Excelso Mestre ordena, no Infinito, a descida, à Terra, de um dos maiores Espíritos que o mundo antigo conheceu: — Moisés, o Legislador.

 (…)

O Decálogo, que Moisés recebeu no Sinai, foi a primeira mensagem mediúnica diretamente transmitida, sem intermediários, aos homens terrenos, por Espíritos Angélicos, em nome e por ordem do Cristo. Por momentos de glória inesquecível, a Corte Celeste se fez presente na Crosta da Terra, trazendo ao chão planetário, pela vez primeira, a impregnação maravilhosa de vibrações excelsas, tão poderosas e sublimes, que ficaram para sempre em nosso solo e em nosso ar, como elo de forças vivas, a garantir sustentação magnética à marcha evolutiva da nossa Humanidade.  Os Dez Mandamentos, de procedência crística, são a grande e sólida base sobre a qual se ergueram as fundações da Civilização do Espírito, ainda hoje em processo de construção. Esse código, de majestosa grandeza, foi de tão decisiva importância para o mundo, que é impossível ignorá-lo ou minimizá-lo, malgrado certas conotações temporais que as necessidades da época nele inseriram, mas que não lhe toldaram a magnificência. Nem mesmo os preconceitos dos saduceus ou as manipulações farisaicas conseguiram obscurecê-lo. Ele foi a sagrada Carta de Justiça, do mesmo modo que o Evangelho de Jesus viria a ser a soberana mensagem do Amor Divino.

(….)

Longe dali, nos pagos da velha índia, haviam surgido, quinze séculos antes da era cristã, os textos védicos, de transcendente beleza e mística inspiração, seguidos depois pelos Aranyakes e Bramanas e, mais tarde, pelos Upanishads. Infelizmente, toda aquela esplêndida doçura degenerou no orgulhoso Bramanismo, que dividiu a sociedade em castas e concedeu abusivos privilégios à casta sacerdotal. Condoído diante de tão predatória indigência moral, o Cristo, na sua magnanimidade, fez nascer no mundo, na casa principesca dos Sáquias, o grande Sidarta, que, assumindo a condição de Buda, buscou reacender, nas plagas do Oriente, as luzes eternas da piedade  e da justiça. Reagindo com violência à pregação budista, os brâmanes não descansaram enquanto não conseguiram solapar seriamente o Budismo, no século VII, e finalmente expulsá-lo da índia, no século XII. Para consegui-lo, tiveram, porém, de reformar a própria doutrina bramânica, tornando-a menos áspera e menos injusta, até que ela se transformasse naquilo que ficou conhecido como sendo o Hinduísmo.

 O Divino Administrador da Terra não havia esquecido, em tudo isso, as numerosas coletividades que viviam nas vastidões da China e no Extremo Oriente. Também por lá, os Mensageiros Celestes animavam cultos vigorosos, de suave e carinhoso respeito aos mortos, mantendo vividas as idéias da sobrevivência e da reencarnação. Seiscentos e quatro anos antes de nossa era, o excelso Lao-Tsé nascia na corte dos Tcheu. Sua nobre pregação, feita de ascetismo e de esperança, dirigia-se sempre ao ideal da harmonia perfeita, filha do amor universal e da verdade simples. Pouco mais tarde, o generoso Confúcio, nascido no ano 551 a.C., reforçava no espírito de seu povo o apreço pela pureza dos costumes e o respeito aos antepassados, num mundo que devia ser regido pelas leis morais.

Ao mesmo tempo, Zaratustra ensinava, na Pérsia, a unidade divina e a fraternidade humana, a resistência ao mal e a vitória final do bem.

(…..)

O pensamento, porém, evolui. Em Mileto, Tales, Anaximandro e Anaxímenes, libertando-se da mitologia, buscam uma natureza, um physis, para todas as coisas. Protágoras, Pródico e Górgias, os sofistas, denunciam o caráter convencional das instituições sociais, desenvolvem a Retórica e formulam os fundamentos do Empirismo, do Ceticismo, do Subjetivismo, do Relativismo, do Pragmatismo e do Hedonismo. Demôcrito apresenta o postulado da estrutura atômica da matéria e Leucipo constrói o postulado da causalidade natural dos fenômenos naturais.

De 469 a.C. a 399 a.C., o vulto exponencial de Sócrates domina a cena humana. Ele afirma que o conhecimento é possível e que o seu objetivo supremo é a própria alma. “Conhece-te a ti mesmo”, repetia. Partindo da “douta ignorância”, que sabe nada saber, usava sempre o diálogo para fazer com que seus interlocutores chegassem por si mesmos a todas as conclusões. Valia-se da  ironia para demolir preconceitos e idéias falsas; e da maiêutica, para revelar verdades latentes no espírito humano, operando assim o “parto das idéias”. Dessa forma, trouxe o pensamento filosófico da Cosmologia para a Ética, pois ensinava que só no Bem existe Sabedoria.

Platão, discípulo de Sócrates, preocupou-se com a construção do Estado Perfeito, governado apenas pelos mais sábios e pelos mais dignos. Expôs e defendeu a idéia da pré-existência da alma e da reencarnação, o conhecimento como reminiscência de realidades vistas no mundo espiritual e esquecidas sob o impacto da imersão na esfera carnal.

Aristóteles, discípulo de Platão e preceptor de Alexandre, fundou o Liceu, na Escola Peripatética, onde desenvolveu suas idéias de busca da verdade através da experiência.

(NOTA DO BLOG : O PINTOR RAFAEL PINTOU NO SÉCULO XVI  O  AFRESCO  QUE MAIS TARDE  TOMOU O NOME DE  ‘’A ESCOLA DE ATENAS’’ ONDE RETRATA FAMOSOS PENSADORES E FILÓSOFOS, COM DESTAQUE PARA PLATÃO AO LADO DE ARISTÓTELES. PLATÃO DE BRAÇO LEVANTADO APONTANDO PARA O CÉU ONDE ESTÁ O ‘’MUNDO DAS IDÉIAS’ OU MUNDO INTELIGÍVEL. ARISTÓTELES APONTA PARA BAIXO, COM A MÃO NA HORIZONTAL, ONDE ESTÁ O ‘’MUNDO DAS COISAS’’, O MUNDO TERRESTRE O MUNDO SENSÍVEL.  VEJA ESSA FAMOSA PINTURA PESQUISANDO NO GOOGLE : ‘’A ESCOLA DE ATENAS’’

Continuado e revivescido por seus discípulos, seu pensamento consubstanciou-se no Aristotelismo, doutrina filosófica que atravessaria os séculos e exerceria poderosa influência, até o apogeu da filosofia medieval, quando as versões aristotélicas dos árabes Avicena e Averróis tiveram voga e foram elaboradas sínteses de grande repercussão, entre o Aristotelismo e o Cristianismo, da autoria de Alberto Magno e Tomás de Aquino.

(….)

Estamos agora em pleno século VI. Do alto do seu trono de luz e de trabalho, o Senhor contempla a sua seara e decide que estava chegado o momento de reforçar as suas lições divinas e ampliar os domínios da fé e do amor. Escolhe, então, um dos seus mais caros Apóstolos, Espírito amplo e enérgico, decidido e hábil, e confere-lhe a missão de trazer os árabes ao redil do Evangelho.

Guardando na alma a visão alcandorada dos cimos da vida, Maomé encarna em Meca, no ano 570. Aos quarenta anos de idade, após longa preparação, recebe a visita de celeste emissário, que o lembra do honroso compromisso e o concita a iniciar o seu apostolado. Sublimes recordações espirituais trazem-lhe à alma formosos estímulos; mas, limitado às estreitezas da carne e sentindo-se aparentemente à deriva, entre forças contraditórias, cede ouvidos invigilantes às potências do mal. . . Mistura no seu trabalho o divino e o humano, a luz e as sombras, a verdade e o erro, a misericórdia e a tolerância; permite que interesses imediatistas, eivados de violência e cupidez, se imiscuam em seu pensamento e lhe tisnem de treva as mais nobres inspirações.

O desapontamento do Colégio Celeste é doloroso e profundo. O Amigo de Jesus fundara, na Terra, um Estado teocrático e imperialista, infinitamente distanciado do sonho de amor e paz que sonhara na Galiléia! Ele, porém, voltaria depois à poeira dos caminhos terrenos, em sucessivas peregrinações de reajustamento; e na humildade e na dor, pôr-se-ia de novo em condições para novos serviços de construção e verdade. Experimentaria na própria alma as consequências de sua fraqueza, e dando exemplo de extrema dignidade, deixar-se-ia trucidar pelas hordas de seus próprios seguidores.  Na esteira da história, ainda nos comoveria profundamente os Espíritos, ao se mostrar, modesto e ativo, sempre amparado pelos seus indefectíveis Amigos Espirituais, a construir, laboriosa e infatigavelmente, com a ajuda de sua fiel Cadija, a monumental reinterpretação de “Os Quatro Evangelhos”…

(NOTA DO BLOG: ESCLAREÇA-SE QUE CADIJA, ESPOSA DE MAOMÉ REENCARNADA FOI A MÉDIUM QUE, SOZINHA, PSICOGRAFOU  AS 1861  PGS DESSA OBRA. SENDO QUE  TODA A  OBRA ”REVELAÇÃO DA REVELAÇÃO” TINHA  O TOMO PRIMEIRO  494 PÁGINAS, O TOMO SEGUNDO TINHA 703 PÁGINAS, E O TOMO TERCEIRO, 654 PÁGINAS. TOTAL 1861, PSICOGRAFADA POR UMA ÚNICA MÉDIUM. 

ESSE FATO (UMA SÓ MÉDIUM PSICÓGRAFA)  TERIA MOTIVADO CRÍTICAS E POR ESSA RAZÃO FOI  O SUFICIENTE PARA QUE ESSA OBRA TIVESSE SIDO REPUDIADA PELA COMUNIDADE ESPÍRITA DA ÉPOCA.)

(….)

Lição da História, que os homens terrestres ainda não aprenderam, é a de que o nosso mundo,  como todos os outros mundos do Universo, tem realmente um Governo Espiritual, efetivo e forte, embora tolerante e compassivo;

 Um Governo Providencial, que preside, em nome e sob a inspiração do Divino Pai, à evolução de todos os seres terrenos, e que, nesse mister protecionista e educativo, compreende, tolera e renova, sem cessar, ensinamentos e oportunidades; mas que, nem por isso deixa o orbe à matroca,(DESGOVERNADO) nem permite que a insensatez e a maldade humanas subvertam, além de limites toleráveis, a ordem da vida. A simples análise dos fatos não deixa, a esse respeito, qualquer dúvida. Sempre que a irresponsabilidade, a cobiça ou a perversão ameaçaram seriamente a estabilidade da existência, no planeta, o Céu interferiu ostensivamente, com providências eficazes e oportunas, para recompor a harmonia quebrada. Quando, pois, o excesso de abusos da Igreja Romana desbordou-se na permissividade sem freios e na simonia (FAVORES) oficializada, o Senhor da Seara determinou a encarnação, na Terra, de eminentes e enérgicos Espíritos Reformadores, incumbidos de estancar a enxurrada de vícios que começava a afogar, na Europa, a consciência clerical. Desacostumada de receber críticas fortes e escudada na intolerância e na impunidade, a Igreja queimou vivo, em 1498, a Girolamo Savonarola (FREI DOMINICANO), mas dezenove anos depois teve de enfrentar os protestos de Martinho Lutero, na Questão das Indulgências.

Dessa vez, o Vaticano não teve forças, nem morais, nem políticas, para sufocar a reação aos seus desmandos.  Impedindo que os padres queimassem a Lutero, como faziam com todos os hereges, Frederico da Saxônia o guardou em seu castelo de Wartburg.

(….)

A maior preocupação da Igreja era, porém, o combate aos protestantes e não o seu próprio retorno à humildade cristã. Na verdade, as providências renovadoras do Cordeiro não podiam ficar sem uma reação violenta dos Dragões. Foi sob a inspiração e comando deles que Inácio de Loyola (ESPÍRITO PROTETOR DO RÉU E MÉDIUM JOÃO DE DEUS) fundou, em 1534, a Companhia de Jesus, as guerras religiosas ensangüentaram a Europa e Catarina de Médicis ordenou o Massacre de São Bartolomeu.

Emissários do Anticristo, poderosamente apoiados pelas forças das Sombras, perpetraram, nessa época, os mais horripilantes delitos. Filipe H ocupava o trono da Espanha. Torquemada e Cisneros dirigiam impunemente sangüinolenta repressão à liberdade de consciência. Almas heróicas, porém, não escasseavam na Terra, dando os mais belos exemplos de virtude ativa e imperturbável fidelidade aos ideais evangélicos. Tereza D’Ávila e João da Cruz foram disso luminosos expoentes. Mesmo quando a escuridão parecia dominar o firmamento do mundo, jamais se extinguiu sobre a Terra a chama inapagável do Bem.  O tempo passa ….

(….)

Os cultores da história humana não escondem a sua admiração e a sua perplexidade em face da surpreendente aceleração do progresso mundial, a partir do século XVII, em todos os campos da inteligência — na ciência, na filosofia, nas artes e nas técnicas. Todos os departamentos do saber e do trabalho humanos se iluminam e se engrandecem. É que havia soado, no Infinito, a grande hora em que os Céus se abririam, para que descesse à Terra o Sublime Paracleto, o Espírito da Verdade, o Consolador que Jesus prometera à Humanidade e que a ela viria, para com ela ficar por todo o sempre! Do velho e glorioso Egito, da índia venerável, da China ancestral, da Grécia antiga e sábia, da culta Roma Imperial, acorrem em massa os Espíritos mais generosos e mais lúcidos, para, sob a égide do Cristo, inaugurarem no mundo uma nova era de verdade e de luz. Com a permissão divina do Eterno Pai, o coração amoroso de Jesus iria dar aos homens a Terceira Revelação. O Espiritismo iria ser codificado.

O intercâmbio espiritual entre os “mortos” e os “vivos”, os desencarnados e os encarnados,  sempre existiu, vigoroso e constante, em todas as idades do mundo, mas agora ele seria despojado dos véus da ignorância e do mistério, mostrado às claras, em todo o esplendor da sua realidade  xplicado e compreendido, sistematizado e estudado, cultivado e praticado em inusitadas dimensões  de consciência e de grandeza, como penhor de uma nova e eterna aliança entre a Terra e o Céu.

(…)

Para ter condições de bem receber e entender a Excelsa Mensagem, a Humanidade precisava libertar-se de velhos dogmas, emancipar o pensamento, conquistar novos estágios de conhecimento científico, desenvolver melhores possibilidades de comunicação e difusão cultural. Por isso, o Governo Espiritual do Planeta convocou a benemérita cooperação de cientistas e filósofos, navegadores e estadistas, técnicos, artistas, pensadores. Como, porém, nada de realmente grande se constrói sem a dedicação e a renúncia de almas generosas, dispostas a oferecer-se em holocausto (SACRIFÍCIO) ao progresso e ao bem comum, o Divino Mestre abriu, nas Alturas, o voluntariado do sacrifício, para os pioneiros da Mediunidade… Inúmeros Espíritos abnegados se inscreveram nessa legião de desprendidos e a História guardou, com carinho, nomes como os de Swedenborg, Davis,Cahag-net, Fox, Hayden, Hauffe, Cottin, Maginot, Mireille, Cook, Paladino, Home, Colignon…

A noite de 31 de março para 1º de abril de 1848 marcou, na casa dos Fox, em Hydesville, o início de uma nova época de fenomenologia espetacular, insistente, ostensiva, que se impôs à atenção geral, causou sensação nos Estados Unidos, levantou a opinião pública na Inglaterra e na Alemanha e se popularizou na França. Hippolyte Léon Denizard Rivail, o discípulo de Pestalozzi, tomou conhecimento dos fatos, constatou-os pessoalmente em 1855, estudou-os objetiva e minuciosamente, convenceu-se de sua realidade, buscou-lhes a causa e deduziu-lhe a significação; pesquisou, trabalhou. .. Apareceu então a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”. Era 18 de abril de 1857. Era o Espiritismo.

Agora, o Codificador só vive para a Codificação. Inspirado e sustentado pelas rimícias (INSPIRAÇÕES) celestes, foi apenas idealismo, trabalho e abnegação, até a morte. A equipe de   colaboradores terrenos é também de primeira ordem e prossegue na tarefa de consolidar a Doutrina. Na mesma linha de desprendimento e sacrifício do honesto livreiro Didier e da dedicada Sra. Boudet, alteiam- se o descortino, a coragem e a fidelidade dos Leymarie. A luz brilha na pena abençoada de Denis, Flammarion, Delanne, Bozzano, Geley, Aksakof, Roustaing…

(….)

Nada obstante, os príncipes das Trevas levariam o bispo católico de Barcelona a apreender e mandar queimar ilegalmente em praça pública, por carrasco oficial, cerca de trezentos volumes de obras espíritas, que foram solenemente incinerados no dia 9 de outubro de 1861.

(…)

A verdade é que esses dolorosos acontecimentos e suas tristes conseqüências não fugiam à lógica de uma reação desesperada dos escusos interesses que o Espiritismo naturalmente feria, com os seus princípios e as suas decorrências de inteiriça moral. Fosse ele simples compilação de fenômenos, sem maiores decorrências éticas, talvez pudesse ser tranqüilamente aceito, admirado e até praticado, sem afetar a consciência e sem alterar os hábitos das pessoas; mas, ao contrário disso, ele obrigava, por sua filosofia e pelos seus fundamentos evangélicos, a um claro e inarredável compromisso de renovação para o bem verdadeiro, para o amor desprendido e incondicional, para a fraternidade pura e para a justiça perfeita. Abalava, desse modo, todas as estruturas baseadas no egoísmo e na vaidade, no orgulho e na cobiça. Por isso, pareceu a muitos

incômodo demais e mesmo incompatível com a índole de uma civilização alicerçada no prazer irresponsável e na exclusividade da posse.

Na Europa do século XIX o Espiritismo não pôde florescer, mas a sua sementeira generosa e fecunda germinou no Brasil e aqui se transformou em árvore copada e frutuosa. Firmemente implantado na Terra de Santa Cruz, daqui já começa a irradiar a sua luz sobre o mundo inteiro, té que, vencida a noite tempestuosa que ameaça cair sobre este fim de século, alvoreça com o  novo milênio uma nova era.

A resposta do Anticristo ao novo Pentecostes de claridades eternas não se fez sperar. Karl Marx fundou o materialismo dialético (E ATEU) e abriu caminho para o  bolchevismo ateu. Frederico Nietzsche desenvolveu a teoria do super-homem, exaltando a vontade de guerra, de superioridade e de domínio, e criando condições para o racismo intolerante de Rosenberg e para o Nazismo de Hitler. Os vôos da Ciência, porém, não se detiveram. (….) O tempo transpõe a metade do século XIX, mas o progresso não para. (…) Nos domínios da Filosofia, o século XX traz profundas transformações. (…) No campo da Ciência, o século XX está repleto de acontecimentos notáveis. Freud funda a Sociedade Psicanalítica de Viena; Einstein expõe as suas  teorias da Relatividade; Werner Heinsenberg empreende a formulação da mecânica quântica da teoria atômica; Pavlov publica sua magistral obra “Reflexos  condicionados”; Fleming descobre a penicilina; Wolfgang Pauli anuncia a existência do neutrino, só muito depois experimentalmente comprovada; James Chadwick  descobre o nêutron e Cario Anderson o positron; Meitner, Kahn e Strassmann conseguem a fissão nuclear do urânio. O ano de 1945 tem uma conotação trágica: — explode a primeira bomba atômica, fabricada sob a supervisão de Robert Oppenheimer.

(…..)

Em todos os campos da atividade humana, o progresso continua a avançar, celeremente. As incessantes conquistas da ciência e da tecnologia deveriam trazer alegria e felicidade sempre maiores a todos os seres da Terra, mas todos sabem que não é isso o que está acontecendo.

(…)

Os equilíbrio político-militares são precários; os acordos internacionais não  nspiram confiança. O choque desgastante dos interesses em jogo e das pretensões indisfarçadas de hegemonia  tende claramente para uma catástrofe de grandes proporções. Somente a implantação universal e efetiva dos princípios evangélicos de fraternidade legítima poderia instituir no mundo a paz definitiva, tão necessária e tão almejada. Cristo é, na realidade, a única esperança.

(….)

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DEPOIS DO CRISTO https://rumoaluz.com.br/depois-do-cristo/ Mon, 16 Sep 2024 19:08:34 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1214 PG 63  da versão em PDF do site bvespirita.net/livros

Como escreveu o Evangelista, Jesus veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Sua Mãe teve de deitá-lo numa manjedoura, porque não havia lugar para ele na hospedaria de Belém. O governante da Galiléia não vacilou em sacrificar toda uma geração de crianças, no intuito declarado de matá-lo. Na sua cidade de Nazaré, foi rejeitado pela sua gente. Os chefes de sua nação não se cansaram de lhe armar ciladas e provocações. Traído e caluniado, acabaram por lhe infligir prisão, abandono e suplícios, para afinal condená-lo e lhe dar morte humilhante. Sua doutrina de amor e paz foi ferozmente combatida, seus discípulos foram perseguidos, proscritos, atormentados e mortos.
A Luz Divina, porém, não seria derrotada. O Cristianismo a tudo resistiu, fortaleceu-se e espraiou-se com a rapidez de um raio. Depressa chegou a Roma, a toda a Ásia Menor, à Grécia, às Gálias e à África do Norte. Os textos evangélicos foram redigidos, a missão de Paulo universalizou os ensinos doutrinários, João recebeu e divulgou o Apocalipse…
(…)
Ante a falência do Império Romano e da Igreja Católica, as Potências do Céu decidiram que a Civilização Ocidental devia ser reconstruída. No esforço de preparar o advento de uma nova era, grandes missionários de Jesus foram enviados à Terra, para regenerar o Cristianismo e reavivar a chama sagrada da fé. Dois dentre esses missionários eram elevadas expressões de capacidade realizadora, que efetivamente se destacaram pela sua ação, de largas consequências. Referimo-nos ao grande Bento

(NOTA DO BLOG: SÃO BENTO, PADROEIRO DA EUROPA, FUNDADOR DA ORDEM DOS BENEDITINOS) nascido em Nursia, em fins do século V, cuja Ordem conseguiu conquistar para o Cristo grande número de bárbaros, principalmente entre os germanos, e o árabe Maomé, nascido em Meca, no ano 570. Infelizmente, o Profeta do Islã não conseguiu vencer as tentações do poder humano e, falhando nos sagrados compromissos assumidos para com o Cristo, deixou no mundo uma doutrina cuja violência e intolerância levariam os árabes a tentar, pela força, o domínio do mundo.

(NOTA DO BLOG : SEGUIDORES DE MAOMÉ, OS ISLAMITAS ANTES DO ANO 700 JÁ DOMINAVAM O NORTE ÁFRICA, ATRAVESSARAM O MEDITERRANEO NO ESTREITO DE GIBRALTAR EM 711 , INVADIRAM A IBÉRIA (ESPANHA) E SE NÃO FOSSE A VITÓRIA DE CARLOS MARTEL EM 732 TERIAM SUBMETIDO A FRANÇA.
(….)

Abrimos aqui um rápido parêntese para lembrar que os povos gregos, a quem tanto deve a Humanidade, os latinos, que organizaram o Império Romano, os celtas, os eslavos e os germanos eram, todos eles, povos formados por aqueles mesmos Espíritos que, partindo da Ásia, em tempos remotos, na alvorada das civilizações terrestres, atravessaram os planaltos pérsicos e se espalharam do Báltico ao Mediterrâneo. De todos os exilados de Capela, eram eles os mais revoltados e os menos afeitos à religiosidade, mas eram também os menos preconceituosos e os mais abertos confraternização com os “filhos da Terra”, que por aqui encontraram. Eles criaram as bases democráticas da organização política dos povos ocidentais; sistematizaram a agricultura, o pastoreio e o comércio, e, com a sua inteligência inquieta e fecunda, lançaram os fundamentos da Ciência a fizeram evoluir até as magnificências de hoje em dia.
(….)

Consagrando a violência como arma da fé, em absoluto desacordo com o espírito do vero Cristianismo, as Cruzadas não atingiram os fins a que se propuseram e resultaram em completo desastre militar. Apesar disso, a Sabedoria Celeste aproveitou ao máximo, em favor da Humanidade, o que esses grandes movimentos bélicos foram capazes de criar de bom. Se recordarmos rapidamente qual era a situação da Europa no início do século IX, logo nos daremos conta de que a política de Carlos Magno havia instituído as bases do feudalismo medieval, ao confirmar no poder os seus vassalos, mas lhes impondo a sua imperial autoridade através dos famosos “enviados do senhor”.
(…)

O contato dos cruzados com o luxo e o conforto dos potentados muçulmanos despertou nos europeus um novo e forte desejo de regalos que dantes ignoravam e que custavam fortunas só adquiríveis através do trabalho produtivo e fecundo. Foi assim que, para conseguir açúcar, cravo, baunilha, pimenta, canela, sofás, almofadas e divas, sedas e tapetes, aqueles fidalgos, antes ociosos, voltaram aos seus domínios com novas disposições, sem dúvida egoístas, mas que devolveram aos povos europeus a bênção do trabalho, e, com ela, considerável melhora nas condições de vida das populações, amplamente beneficiadas pelo vigoroso crescimento da indústria e do comércio. Ao lado disso, os cruzados também trouxeram para a Europa muitos livros esquecidos ou desconhecidos no Velho Mundo, até mesmo pelas elites clericais; livros que os árabes haviam traduzido dos gregos, e outros que eles próprios haviam produzido, versando sobre astronomia, medicina, geografia e matemática. Para que se possa medir, de algum modo, a importância disso, deve-se compreender que, sem esse trabalho dos árabes, descoberto e aproveitado pelos europeus, provavelmente não houvessem surgido, nos séculos XIII e XIV, as primeiras universidades européias, que tão esplêndidos serviços iriam prestar à Humanidade; e nem houvessem surgido tão brilhantemente, no firmamento da cultura humana, pensadores como Tomás de Aquino e Rogério Bacon, e poetas do talento de Dante e de Petrarca.
(….)

Entretanto, nada disso obscurece a verdade de que o panorama do mundo era tão sombrio, nos inícios do século XI, que, nas regiões mais elevadas do arcabouço planetário, o Colégio Crístico determinou a encarnação em massa de um verdadeiro exército de tarefeiros do bem, para sustentar a chama sagrada do ideal evangélico, ameaçada pela terrível ventania de violência e depravação que varria a Terra. Por isso, enquanto os dignitários da Igreja e os senhores feudais erguiam taças e espadas, em nome de Deus, abnegados penitentes davam, nos mosteiros, nas vilas e nos campos, os mais santos exemplos de piedade e amor cristão. Notabilizaram-se nisso os albigenses e os valdenses, cujo zelo apostolar provocou cruéis perseguições de insensatas autoridades humanas.

Ante tão lamentáveis descalabros e tão profunda deturpação dos ensinos do Divino Mestre, o grande Vidente de Patmos ofereceu-se a Jesus para voltar ao mundo, numa veste de carne, a fim de recordar, com o seu exemplo de amor e de pobreza, as lições imortais do Nazareno. Assim foi que nasceu em Assis, em 1182, o seráfico Francisco, cuja pureza e cuja doçura impregnariam para sempre as paisagens itálicas.

A reação das forças negrejantes foi imediata, e já no ano seguinte, 1183, o Concilio de Verona lançava as bases eclesiásticas da Inquisição, que levaria, daí a vinte e três anos, à fundação da Ordem Dominicana dos Irmãos Pregadores. E como as ameaças e as prisões não houvessem bastado para calar a voz dos albigenses, o próprio Pontífice Romano pediu, em 1209, que se organizassem, contra eles, campanhas militares. Mas nesse mesmo ano de 1209, enquanto as primeiras expedições punitivas eram movidas contra os cristãos de Albi, Francisco fundava, na Úmbria, a Ordem dos Irmãos Menores, para o exercício da mais completa humildade e da mais absoluta pobreza.

O exemplo dos franciscanos não comoveu, porém, o espírito belicoso dos príncipes e dos lérigos, e três anos após a desencarnação do Pobrezinho (SÃO FRANCISCO), as milícias do tenebroso Simão de Monfort perpetraram, contra os albigenses,(CÁTAROS) o massacre de 1229, que os exterminou.

Longe de se satisfazerem com esse sanguinário triunfo, os áulicos (SEGUIDORES) do Anticristo trataram de ampliar e consolidar o domínio da Treva sobre as consciências, e dois anos depois, em 1231, o Papa Gregório IX organizou o primeiro Tribunal de Inquisição, cujo funcionamento confiou ao zelo dos frades dominicanos. As Potências do Bem, entretanto, não desanimaram, e outros insignes missionários de Jesus desceram à Terra, criando novos movimentos de regeneração do Cristianismo
(….)

Com as fogueiras que queimaram vivos João Huss, em 1415; Jerônimo de Praga, em 1416,e Joana d’Arc, em 1431; e com a queda de Constantinopla, em 1453, ruiu o mundo antigo; mas quando Colombo e Cabral, no último decênio do século, chegaram às terras americanas, abrindo a cortina do tempo, surgiram, como por encanto, no cenário humano, um mundo novo e uma nova era.

“É então — escreve Emmanuel, em seu precioso livro “A Caminho da Luz” — que inúmeros mensageiros de Jesus, sob a sua orientação, iniciam largo trabalho de associação dos Espíritos, de acordo com as tendências e afinidades, a fim de formarem as nações do futuro, com a sua personalidade coletiva. Á cada uma dessas nacionalidades seria cometida determinada missão no concerto dos povos futuros, segundo as determinações sábias do Cristo, erguendo-se as bases de um mundo novo, depois de tantos e tão continuados desastres da fraqueza humana.
(….)

“O século XVIII iniciou-se entre lutas igualmente renovadoras — comenta Emmanuel, no livro já citado —, mas elevados Espíritos da Filosofia e da Ciência, reencarnados particularmente na França, iam combater os erros da sociedade e da política, fazendo soçobrar os princípios do Direito divino, em nome do qual se cometiam todas as barbaridades. Vamos encontrar nessa plêiade de reformadores os vultos veneráveis de Voltaire, Montesquieu, Rousseau, D’Alembert, Diderot, Quesnay. Suas lições generosas repercutem na América do Norte, como em todo o mundo.
(….)

A independência dos Estados Unidos da América, proclamada no dia 4 de julho de 1776 e reconhecida pela Inglaterra no dia 3 de setembro de 1783, teve na França profunda repercussão.
(….)

Enquanto esses acontecimentos se desdobravam no Velho Mundo, o Novo Mundo se emancipava e organizava.
A independência política não tardou a coroar os sonhos de liberdade dos centro e sul-americanos, muitos deles liderados pelos extraordinários campeões que foram Bolívar e San Martin. Em menos de dez anos, de 1816 a 1825, emanciparam-se o Haiti (1804), o Paraguai (1813), a Argentina (1816), o Chile (1818), o Brasil, o México e Nova Granada (1822), Guatemala, San Salvador, Honduras, Costa Rica e Nicarágua (1823) e a Bolívia (1825).

O grande Espírito do Apóstolo Tomé já estava, a esse tempo, no mundo, onde reencarnou a 3 de outubro de 1804, com a excelsa missão de codificar o Espiritismo (NASCE HIPPOLYTE LÉON DENIZARD RIVAIL/ ALLAN KARDEC). Ele não vinha só. Como assinala Emmanuel, no livro já citado, “fazia-se acompanhar de uma plêiade de companheiros e colaboradores, cuja ação regeneradora não se manifestaria tão-somente nos problemas de ordem doutrinária, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século XIX.” E acrescenta:

— “A Ciência, nessa época, desfere os vôos soberanos que a conduziriam às culminâncias do século XX. O progresso da arte tipográfica consegue interessar todos os núcleos de trabalho humano, fundando-se bibliotecas circulantes, revistas e jornais numerosos. A facilidade de comunicações, com o telégrafo e as vias férreas, estabelece o intercâmbio direto dos povos. A literatura enche-se de expressões notáveis e imorredouras. O laboratório afasta-se definitivamente da sacristia, intensificando as comodidades da civilização….’’

(NOTA DO BLOG COMENTÁRIO DO ESPÍRITO ÁUREO ‘’o laboratório afasta-se definitivamente da sacristia’’, MOSTRANDO A IMPORTÂNCIA QUE ELE DÁ À FACETA DE CIÊNCIA QUE SE DESTACA NA DOUTRINA ESPÍRITA, JUNTAMENTE COM A FILOSOFIA E RELIGIÃO. TANTO ASSIM QUE NESSE LIVRO ‘’UNIVERSO E VIDA’’ ELE DÁ ABSOLUTO DESTAQUE À EVOLUÇÃO QUE A CIÊNCIA TROUXE À HUMANIDADE )
(…)

Durante séculos a fio a Humanidade acumulou montanhas de ódios, e já a emanação sedimentosa dos pensamentos sombrios e ferozes se aglomera sobre a Terra, em espessas camadas superpostas e ameaçadoras, que lembram cirros virulentos e invisíveis.
O monstro da destruição, por ela alimentado com tanta solicitude, rosna sanhudo à sua face, qual áspide (SERPENTE) principescamente criada para o assassínio traiçoeiro do seu dono.

O vendaval não tarda a desencadear sobre as valas torturadas do orbe a procela furiosa que se alimenta de sangue e que se banha nas lágrimas. Relegado o Evangelho do Cristo, olvidados os seus divinos ensinamentos, ergastulado ( DETIDO) no cárcere dos dogmas o espírito sublimado da sua Doutrina de Amor, que outra coisa poderia suceder à Humanidade desvairada, senão a completa bancarrota dos seus princípios superiores, esmagados perante o esquife da justiça, apunhalada pelo egoísmo feroz, nos delírios da vaidade e da rapina?

Na orgulhosa presunção da sua trágica cegueira, o homem rejeitou a direção de Jesus, chafurdando-se no mar das experiências dolorosas do desvario e dos crimes. Agora, num crepúsculo agoniado de jornada, treme assustadiço ante os densos novelos de fumaça que sobem do monturo letal dos próprios erros!

Armados até os dentes, espreitam-se os povos, numa estranha dança de malabarismos fatídicos, temendo pela sorte. Os engenhos de destruição engendrados pelo homem ameaçam-lhe a própria sobrevivência e a dura necessidade de paz não consegue suplantar a fantástica miragem da luta de extermínio. Eis o salário da rebeldia humana! Eis o altíssimo preço da ambição!

A tormenta desabará. A Justiça Divina, que dá a cada qual segundo as suas obras, não susterá o automatismo da lei de causa e efeito, que o Espiritismo tão bem define e prega. A sementeira de maldades e ignomínias rebentará num oceano de frutos amargos de prantos e de dores, e o homem aprenderá, por fim, que o Evangelho do Senhor não é um conto de fadas, mas uma Lei de Vida, que ninguém pode violar sem funestas conseqüências. Então, raiará para a Terra um Novo Dia. As lições maravilhosas de Jesus, vivificadas e restabelecidas em sua pureza original pela Terceira Revelação, regerão as manifestações do sentimento enobrecido nas forjas da amargura. Uma Nova Aurora despontará, fecunda, para este orbe triste e a aleluia de há dois mil anos ressoará, mais vivida e mais clara, nas quebradas dos nossos alcantis (PRECIPICIOS). O Espírito do Bem remará na alma dos homens. Cristo vencerá!

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O DIVINO LEGADO https://rumoaluz.com.br/o-divino-legado/ Mon, 16 Sep 2024 19:03:53 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1211 PG 60  da versão em PDF do site bvespirita.net/livros

Apesar do efetivo apreço e da confessada admiração que votamos à inteligência humana, somos compelidos a reconhecer que ela ainda não dispõe de capacidade suficiente para bem avaliar a divina grandeza do Espírito Crístico de Jesus. Isso talvez explique por que tantos intelectuais ilustres tentaram e tentam minimizar o significado do Evangelho no contexto da evolução planetária, embora nenhum jamais tenha ousado negar-lhe a inigualável expressão moral e a profunda influência na história dos povos. Buscam, porém, ignorar-lhe a inapreciável contribuição nos campos da Ciência, da Filosofia e do Direito, procurando limitá-lo às dimensões de apenas uma religião, dentre as demais religiões humanas. É, porém, chegada a hora de se aferir melhor a realidade dos fatos, para que a verdade e a justiça prevaleçam, no interesse da Humanidade.
(….)
Sim, Irmãos em Humanidade! É isso o que acontece! Somente à medida que vamos crescendo em inteligência, em dignidade moral, em pureza de sentimentos, em experiência da vida, em ciência e em técnica, vamos podendo, vagarosa, mas efetivamente, ir compreendendo melhor, e melhor sentindo o Espírito e a Mensagem do Cristo Divino! Tão imensos são o poder e a sabedoria dEle, tão indizível o seu amor, que Ele pôde produzir esse sublime milagre de nos revelar, sem ofuscar-nos, verdades eternas, de incontáveis faces, dosando-as de tal modo e com tanta propriedade, que pudessem ir sendo por nós compreendidas e assimiladas, sem pressa, sem traumas, sem imposições, sem inconvenientes, ofertando-nos um legado inesgotável de sabedoria e de amor, capaz de alimentar-nos e de enriquecer-nos para sempre!
Quantas verdades transcendentes e desconhecidas nos foram reveladas por Jesus e registradas no seu Evangelho Divino! Até que a palavra amorosa e sábia do Mestre nos esclarecesse, que idéia fazíamos de nós mesmos?
Na pobreza de nossa imaginação, não passávamos de seres criados ao acaso dos caprichos de deuses indiferentes e cruéis, cuja benevolência precisávamos conquistar com sacrifícios e oferendas servis e cujas cóleras quase nunca se aplacavam senão diante do sangue inocente de nossos próprios filhos, que éramos constrangidos a imolar-lhes! Libertando-nos definitivamente desse aviltante servilismo e elevando-nos à incomparável condição de Príncipes dos Universos, Jesus nos revelou a amorosa paternidade do Deus Eterno e único, conscientizou- nos de sua onipotente bondade, de sua misericordiosa e infalível justiça, de sua presença onímoda (PLENA) e perene, ensinando-nos a elevar até Ele a força do nosso pensamento e a confiar com filial devoção na sua infatigável Providência! Honrando-nos o entendimento, disse-nos, antes de qualquer outro, que na Casa do Pai há muitas moradas, que a vida estua pelo infinito dos espaços, que multidões incontáveis de palácios siderais abrigam radiosas Humanidades, que o Pai não cessa de trabalhar, de criar, de expandir e sublimar as bênçãos supremas da vida. Retificando velhos conceitos errôneos, filiados à nossa ancestral ignorância, convidou-nos a compreender que Deus dá a cada um segundo as suas obras, de perfeito acordo com a Lei de Causa e Efeito, estabelecendo em novas bases as nossas concepções de justiça. Falou-nos com clareza da lei das reencarnações, dos imperativos da evolução incessante, da indispensabilidade do esforço próprio, do mérito pessoal, para o progresso sem fim. Somente uma inacreditável cegueira de entendimento poderá recusar-se a reconhecer como contribuição legítima ao progresso da Ciência a revelação de verdades científicas por ela ainda ignoradas, como a pluralidade dos mundos habitados, a lei das reencarnações, a Lei de Causa e Efeito como base da soberana justiça, a paternidade universal de Deus, que desautoriza a teoria da geração espontânea, a lei de intercomunicação entre os planos espirituais da vida, que consagra a cientificidade dos fenômenos mediúnicos e a lei das compensações de valores, segundo a qual o amor cobre a multidão dos pecados. Curiosamente, a Ciência, como tal oficialmente considerada, gastou dois mil anos para admitir, com grande timidez, a remota possibilidade de cada uma dessas verdades elementares e fundamentais, e ainda não conseguiu incorporar nenhuma delas ao seu acervo de conhecimentos definitivos, por absoluta falta de condições técnicas para as comprovações necessárias!
Quando a lei das reencarnações for finalmente compreendida e aceita pela Ciência, a Psicologia e a Psicanálise alcançarão níveis excepcionais de progresso. A Psiquiatria atuará com muito maior segurança e eficácia quando puder entender os ascendentes e os mecanismos da fenomenologia medianímica. A Parapsicologia encontrará caminhos ilimitados de desenvolvimento quando incorporar aos seus princípios a certeza da imortalidade e as técnicas de intercomunicação dos Espíritos.
(…..)
Como o Direito Humano está ainda longe desses princípios divinos de legítima fraternidade e verdadeira justiça! Quantos dolorosos conflitos, quantas difíceis provações, quanta dor e quantas lágrimas ainda terão de acicatar o sentimento e a inteligência dos homens, para que eles finalmente entendam e aceitem as diretrizes evangélicas como normas ideais para suas instituições, a fim de terem alegria e paz em suas vidas! Até lá, a sabedoria do Mestre continuará parecendo
aos doutos juristas do mundo alguma coisa lírica e irreal, fantasiosa e inaplicável…
Enquanto, porém, houver sobre a face da Terra pobres e famintos, gente que chora e almas sem misericórdia, a palavra de Jesus não cessará de ecoar nas eternas Bem-aventuranças! Por mais que demore, os princípios da força serão substituídos, no mundo, pelos da misericórdia, e os mandamentos da astúcia pelos da verdadeira justiça. Nesse dia, acima do Direito Público e do Direito Privado, do Direito de Sociedade e do Direito de Família, estará o Direito Divino do Amor Universal e Eterno, a reger a vida humana para o entendimento e a felicidade. Então, a Religião não será mais objeto de exploração entre os seres humanos, nem instrumento de poder político ou de exacerbação de vaidades sociais. As preces, sentidas e sinceras, não serão comercializadas e os maiores dentre os irmãos serão invariavelmente os servidores de todos.
O divino legado de Jesus, que a Humanidade Terrena ainda não quis aceitar e não pôde receber, é o de um mundo feliz, de paz e amor, sem injustiças, sem opróbrios, sem miséria, sem orfandade, sem crimes e sem ódios, sem fratricídios e sem guerras, onde todos, solidários e progressistas, criarão a Beleza, desenvolverão a Ciência e as Artes, a Filosofia e a Técnica, com trabalho digno e repouso honesto, na nobreza do lar e na administração operosa e esclarecida.

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O FILHO DO HOMEM https://rumoaluz.com.br/o-filho-do-homem/ Mon, 16 Sep 2024 18:56:58 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=1207 PG 56  da versão em PDF do site bvespirita.net/livros

No seio excelso do Criador incriado, nos cimos da evolução, pontificam os Cristos divinos, os devas arcangélicos, cuja sublime glória e soberano poder superam tudo quanto de magnificente e formidável possa imaginar, por enquanto, a mente humana. São eles que, sob a inspiração do Grande Arquiteto do Universo, presidem, no infinito, à construção, ao desenvolvimento e à desintegração dos orbes, fixando-lhes as rotas, as leis fisioquímicas e bio-matemáticas e gerindo seus destinos e os de seus habitantes. Os Cristos, espíritos puríssimos, não encarnam. Não têm mais nenhuma afinidade essencial com qualquer tipo de matéria, que é o mais baixo estágio da energia universal. Para eles, matéria é lama fecunda, que não desprezam, sobre a qual indiretamente trabalham através dos seus prepostos, na sublime mordomia da vida, mas coisa com que não podem associar-se contextualmente, muito menos em íntimas ligações genéticas. Eles podem ir a qualquer parte dos universos e atuar onde lhes ordene a vontade todo-poderosa de Deus Pai; podem mesmo mostrar-se visualmente, por imenso sacrifício de amor, a seres inferiores e materializados, indo até ao extremo de submeter-se ao quase-aniquilamento de tangibilizar-se à vista e ao tato de habitantes de mundos inferiores, como a Terra; mas não podem encarnar, ligar-se biologicamente a um ovo de organismo animal, em processo absolutamente incompatível com a sua natureza e tecnicamente irrealizável.

A possibilidade de violentação das leis naturais é relativa e não chega até o ponto de permitir que um organismo celular de matéria densa resista, sem desintegrar-se instantaneamente,  (O GRIFO É DO BLOG) à mais abrandada vibração bioeletromagnética de um espírito Crístico. Se é impraticável a um espírito Humano, inteligente e dotado de consciência, encarnar em corpo de irracional, por completa impossibilidade biológica de assimilação mútua entre a matriz perispirítica e o óvulo animal de outra espécie, para não falarmos também das impossibilidades psíquicas de semelhante absurdo de retrogradação evolutiva, muito menos poderia um Cristo encarnar em corpo humano terrícola. A distância evolucionária que separa um orangotango de um homem terrestre é bem menor que aquela que medeia entre um ser humano terrestre e um Cristo divino.

 Para apresentar-se visível e tangível na superfície da crosta terráquea, teve o Cristo Planetário de aceitar voluntariamente intraduzível tortura cósmica, indizível e imensa, ainda que quase de todo inabordável ao entendimento humano. Primeiro, obrigou-se à necessidade de abdicar, por espaço de tempo que para nós seria longuíssimo, da sua normal ilimitação de espírito cósmico e ao seu trono no Sol, (PORQUE O SOL É MORADA DO CRISTO)  sede do sistema, transferindo-se do centro estelar para a fotosfera, onde lhe foi possível o primeiro e doloroso mergulho na matéria, através do revestimento consciente do seu mentespírito com um tecido energético de fótons. Depois, teve de imergir no próprio bojo do planeta Terra, em cuja ionosfera utilizou vastos potenciais eletromagnéticos para transformar seu manto fotônico em léptons e em quarks formadores de mésons e de bárions, estruturando átomos ionizados. Finalmente, concluindo a dolorosíssima operação de tangibilidade, revestiu esse corpo iônico com delicadíssima túnica molecular, estruturada à base de ectoplasma, (O GRIFO É DO BLOG) combinado com células vegetais, recolhidas principalmente (… ) de vinhedos e trigais.

 (….) 

Embora nossas toscas palavras e rudes considerações não possam, de nenhum modo, dar a mais pálida idéia do imensurável sacrifício do Cristo Divino para materializar-se entre os homens, convém aqui refletirmos um pouco sobre o que sabe a experiência humana, no campo dos tormentos a que está exposta no mundo a sensibilidade apurada.

(….)

O que avulta de pronto à nossa assustada percepção é o superlativo massacre de sensibilidade que se evidencia no fato de um ser, não apenas de super-requintada, mas de divina delicadeza sensorial, expor-se ao inferno de baixas, odientas e agressivas vibrações terrestres, para respirar e agir, por inexcedível amor, no clima superlativamente asfixiante de nossas humanas iniqüidades. Em face do muito de sublime já escrito na vasta literatura espírita-cristã, sobre a dor moral, em suas variadíssimas expressões, não examinaremos aqui esse primordial e nobilíssimo aspecto do sacrifício messiânico, mas insistiremos em chamar a atenção para a terrível realidade psicofísica do maior de todos os dramas de dor, que foi a materialização crística neste mundo de trevas e maldade; dor real inimaginável, jamais sofrida, na Terra, por qualquer ser vivente, nem antes nem depois do filho de Maria.

O espectro da dor é temido pelos homens até os limites do pânico. Quem saberá, porém, formar idéia do que possa ser a dor de algum arcanjo? Muitos esquecem que a evolução é, por natureza, aguçadora da sensibilidade; que não só os poderes da percepção, mas igualmente os da sensação, se ampliam e apuram, à medida que o Ser ascende na escala evolutiva.

(….)

 Todos os animais reagem a estímulos externos, como modificações de umidade, gravidade ou disponibilidade de oxigênio. Para alguns, como determinados répteis, mudanças de temperatura podem ser de conseqüências vitais. A própria minhoca, que não tem olhos, acusa a presença de uma fonte luminosa. Na escala evolutiva, a capacidade sensorial não cessa de aperfeiçoar-se.

(….)  o sistema nervoso evolui sempre, até atingir a complexidade que apresenta no organismo humano. Neste, muito além das sensações captadas e transmitidas pelos doze pares de nervos cranianos, bem sabem os estudiosos do sistema nervoso autônomo quantas e quão importantes são as manifestações psicossomáticas provocadas por transtornos emocionais.

À proporção que a densidade decresce, a sensibilidade se intensifica. No perispírito dos desencarnados, ela é muito maior do que no dos encarnados comuns, porque aqueles lidam com matéria mais rarefeita, mais plástica e, por isso, mais obediente às modelagens mentais. Sendo a literatura espírita riquíssima em esclarecimentos e exemplificações a esse respeito, não se justificaria entrássemos agora em considerações repetitivas, salvo para acrescentar novas anotações. Limitar-nos-emos, portanto, a considerar que o plano espiritual imediatamente ligado ao crostal planetário não é senão a outra face deste último e sua continuação natural, em termos de sinalética invertida, ou seja, de antimatéria. Essa conscientização é importante para que se entenda melhor os problemas de ressonância entre os dois planos.

 (….)

 Encerremos,porém, esta rápida digressão, pois o que nos propomos sublinhar aqui é que a condição de desencarnado outorga ao Espírito maiores poderes de sensibilidade consciente, na exata proporção da menor densidade do seu veículo psicossomático e do seu grau evolutivo. Todas essas considerações valem também para os Espíritos encarnados quando em desdobramento sonambúlico e para os desencarnados em processo de materialização na Crosta.

 Impõe-se-nos a referência a tais situações, por serem tais eventos imensamente mais freqüentes do que os homens terrestres costumam supor. Extremamente desatentos a tudo quanto não sejam os seus interesses imediatos e o seu “ego” personalístico, simplesmente não se apercebem de que lidam constantemente com pessoas, imagens e coisas de outro plano, momentaneamente percebidas, muita vez com a ajuda de seus próprios recursos ectoplasmáticos, sem que anotem a realidade e a natureza desses fenômenos, exceto quando, algumas raras vezes, a “estranheza” de certos acontecimentos lhes causa calafrios. Assim é que verdadeiros agêneres são tachados de demônios ou assombrações. Entretanto, os “íncubos” e os “súcubos” da lenda nem sempre são seres imaginários e sim personagens muito reais do grande drama humano.

Há, porém, agêneres e agêneres.

NOTA DO BLOG Sobre Agêneres leia no Anexo I deste BLOG, dentro do tema ‘’O CORPO DE JESUS’’ o tópico denominado ‘’Correntes filosófico-religiosas incompatíveis

Tais seres são, por definição, criaturas fisiologicamente não geradas como o normal dos encarnados. Noutras palavras, seres que se mostram materializados os olhos humanos, às vezes por longos períodos, que são sempre interrompidos, necessariamente, por variáveis interregnos de tempo. Em casos especiais, a freqüência com que aparecem dá uma poderosa impressão de continuidade.

Existem, contudo, outros seres, muito peculiares, que não são propriamente agêneres, mas que pertencem muito mais ao plano extrafísico do que ao plano que chamamos físico. Trata-se de criaturas sem dúvida humanas, mas cuja ligação biopsicofisiológica commatéria densa a que chamamos “carne” é a mínima possível. São Espíritos sublimes, de imensa superioridade evolutiva, que só encarnam na Terra em raras e altíssimas missões, de singularíssima importância para a evolução da Humanidade. O maior desses Espíritos foi a Mãe Maria de Nazaré, a Virgem Excelsa, Rainha dos Anjos, cuja presença material, na Crosta Terráquea, foi indispensável para a materialização do Messias Divino entre os homens. Coube a ela fornecer ao Mestre a base ectoplasmática necessária à sua tangibilização, servindo ainda de ponto de referência e de equilíbrio de todos os processos espirituais, eletromagnéticos e quimio-físicos que possibilitaram, neste orbe, a Presença Crística. Tudo o que o Senhor Jesus sentiu, na sua jornada messiânica, repercutiu diretamente nela, na Santa das Santas, na Augusta Senhora do Mundo. Estrela Divina do Universo das Grandes Almas, também ela teve de peregrinar do paraíso excelso de sua felicidade para o nosso vale de lágrimas, a fim de ajudar e servir a uma Humanidade paupérrima de espiritualidade, da qual se fez, para sempre, a Grande Mãe, a Grande Advogada e a Grande Protetora.

NOTA DO BLOG – Portanto o texto deixa claro que MARIA  não era agênere,  mas um espírito sublime que encarnou na Terra. Sobre agêneres  reproduzimos a seguir trecho publicado na REVISTA ESPÍRITA de fevereiro 1859:

‘’ Um espírito materializado, cujo corpo todo fosse assim visível e palpável, teria para nós todas as aparências de um ser humano, e poderia falar conosco, sentar-se em nosso lar como uma pessoa qualquer, porque, para nós, seria um dos nossos semelhantes. A sociedade parisiense de estudos espíritas chama-os agêneres para indicar que sua origem não é o produto de uma geração.

Pedimos ao espírito de São Luís consentir em nos esclarecer diferentes pontos, respondendo às nossas perguntas.

  • . Que ocorreria se um espírito materializado fosse apresentado a uma pessoa desconhecida? – R. Seria tomado por pessoa comum. Mas vos direi uma coisa, é que existe, algumas vezes, na terra, espíritos que revestem essa aparência, e que são tomados por homens.
  • Podem eles procriar? – R. Deus não lhes permitiria; seria contrário às leis que estabeleceu para a terra; elas não podem ser elididas.
  •  Têm eles uma necessidade real de se alimentarem? – R. Não; o corpo não é um corpo real.
  • Tendo-se um semelhante ser em casa, seria um bem ou um mal? -R. Seria antes um mal; de resto, não se podem adquirir muitos conhecimentos com esses seres  e não têm, jamais, um caráter de permanência.
  • Perguntou-se se o Conde de Saint-Germain não pertencia à categoria dos agêneres. – R. Não; era um hábil mistificador.
  • Assim um espírito que se encontrasse nas condições de um agênere, por exemplo, poderia ver-se num espelho?
  •  – R. Certamente “

(….)

Consideremos agora um fato de magna importância. Materializações se verificam nos mais diversos níveis e nos mais variados graus. E são normalmente parciais, em maior ou menor escala.

Há materializações de luzes, de sons, de formas, de objetos, de partes de corpos perispirituais. Materializações integrais de psicossomas dificilmente ocorrem, exceto nos níveis mais baixos da evolução. Mesmo nestes últimos casos, não são também integrais, no sentido mais rigoroso do termo, porque as entidades que nesse nível se tangibilizam têm sempre deformados e até necrosados importantes centros de sensibilidade, especialmente no tocante à consciência. São mutilados do espírito e, quase sempre, aleijados da mente e da forma, longe da completidão mentofísica de si mesmos. O Cristo-Jesus, Senhor da Verdade e da Inteireza, foi o único Espírito absolutamente completo, com todas as suas faculdades plenamente desenvolvidas e em perfeito funcionamento, que se materializou totalmente na Terra, assumindo por inteiro a biologia e a morfologia de um Homem, com tudo o que compõe um organismo humano, sem faltar absolutamente nada, personificando o modelo físico e espiritual, perfeito por excelência, do Homo sapiens, na futura e mais elevada conformação biomentofísica que atingirá quando chegar ao seu mais alto grau de evolução terrestre. Foi por essa razão que Jesus se intitulou, com a mais plena verdade e a mais inteira justiça, O FILHO DO HOMEM. Não o fez por mera força de expressão; disse uma soleníssima verdade, da mais extraordinária significação, pois como Homem Ideal, perfeito e íntegro, ninguém teve, como ele, neste mundo, todos os sentidos funcionando em grau máximo. Sua percepção, mesmo se quiséssemos vê-la do exclusivo ponto de vista da organização psicossomática humana, atingiu o mais alto nível, que outro ser humano, ou de aparência humana, jamais conseguiu. Teve, portanto, sobradas razões para exclamar, como registrou o evangelista Marcos (9:19): “ó geração incrédula e perversa, até quando me fareis sofrer?” O sofrimento experimentado por Jesus, na preparação e no decurso de seu messianato, não teve, não tem e não terá similar, de qualquer ângulo que seja analisado, inclusive no que concerne à dor física, tal como a entendemos, em vista da sua inigualável sensibilidade orgânica.

Completamente irreal e terrivelmente injusto é, pois, o argumento de embuste, largamente usado pelos que não compreendem a absoluta impossibilidade da encarnação comum de um Ser Crístico e só conseguem ver uma grosseira pantomima na capacidade de sofrer de um agênere. A verdade, como vemos, é bem outra, incomparavelmente bela, justa, santa, lógica e real; a realidade do sublime amor daquele que é, de fato, o Caminho, a Verdade e a Vida.

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