HERCULANO PIRES  no livro “REVISÃO DO CRISTIANISMO” editado em 1977,  pela Editora Paidéia critica o estágio resultante das transformações do Cristianismo Primitivo aduzindo:  “ao invés de se buscar a santidade da alma, buscava-se a santidade das coisas: crucifixos, medalhas, escapulários, bentinhos, rosários, fitas, velas, véus, paramentos, cálices de ouro e assim por diante.”

ALGUMAS CONCLUSÕES DE HERCULANO PIRES

“Não podemos condenar o processo histórico, que brotou, rude e impulsivo, das condições humanas de civilizações agrárias e pastoris, mas não é justo que o conservemos em nosso tempo de abertura para novas dimensões da realidade humana e da realidade cósmica.

As religiões nascidas do Cristianismo, ainda não se fizeram dignas da fonte que as gerou. Para que se elevem até a pureza da fonte, é necessário que o próprio conceito do Cristo e do Cristianismo sejam reformulados. Mas como reformulá-los se não procurarmos colocá-los em termos racionais, através da critica histórica e da revisão lógica e ontológica dos seus princípios, da sua moral, da sua substância e da sua estrutura ? …. Por tudo isso, revisar o Cristianismo é imperativo deste século, deste momento angustiante que estamos vivendo na Terra. Temos de penetrar no âmago da problemática cristã dos nossos dias, a partir de suas origens longínquas. Porque o Cristianismo é a única saída de que dispomos para o impasse negativo e ameaçador em que caímos, por nossa incúria. As próprias Igrejas sentem a necessidade de renovar-se. Mas jamais o farão com a devida eficiência, se não se desapegarem dos prejuízos tradicionais em que se acomodaram.”

A mensagem de Jesus, a exemplificação do seu amor, seus ensinamentos sobre a Realidade Espiritual, voltados para o progresso espiritual,  ficaram em segundo plano. O fundo original do Cristianismo Primitivo pleno de verdades eternas  foi substituído pela forma, supérflua  e exibicionista, como mostrou Herculano Pires.

CRISTIANISMO – DISTORÇÃO DA VERDADE COM SUBSTITUIÇÃO DO FUNDO PELA FORMA