O ASPECTO QUATERNÁRIO DO HOMEM – RUMO A LUZ https://rumoaluz.com.br Jesus, Espiritismo, Kardec Sat, 13 Jul 2024 18:47:53 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.1 https://rumoaluz.com.br/wp-content/uploads/2024/11/logo_desenho-150x150.jpg O ASPECTO QUATERNÁRIO DO HOMEM – RUMO A LUZ https://rumoaluz.com.br 32 32 QUAL O MOMENTO EXATO DO INÍCIO DA VIDA DO FETO https://rumoaluz.com.br/qual-o-momento-exato-do-inicio-da-vida-do-feto-2/ Sun, 07 Jul 2024 13:59:49 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=746 (trechos selecionados de artigos)

FECUNDAÇÃO: INÍCIO DA FORMAÇÃO DE UM NOVO SER
(matéria publicada na Folha Espírita em abril de 2006)  

Artigo da Dra. Cristiane Ribeiro Assis (AME-SP): ginecologista e obstetra, com especialização em Medicina Fetal

‘’O ser humano sempre teve curiosidade sobre os mistérios da vida. Com as descobertas científicas, em particular a do microscópio, o homem foi capaz de vislumbrar o momento do encontro entre óvulo e espermatozóide, ao qual denominou fecundação (ver abaixo nota do BLOG).  A explosão de vida que surge desse encontro surpreendeu e surpreende até hoje. O surgimento de um ser único e com identidade genética própria, a partir do simples encontro de duas pequenas células, é algo que deixa qualquer um deslumbrado.

Porém, informações que nos são dadas pela generosidade dos amigos do plano espiritual mostram que tal encontro não é tão simples assim. Inúmeros são os fatores que envolvem o retorno de um espírito ao corpo físico e para observá-los o homem ainda não foi capaz de desenvolver instrumentos adequados.  (………..)

Não existe fórmula fixa para a reencarnação. André Luiz nos lembra que acreditar que existe uma técnica invariável no serviço reencarnatório seria a mesma coisa que dizer que a forma de morrer é única para todas as pessoas. A reencarnação pode envolver grandes planejamentos ou ocorrer de forma compulsória, dependendo da evolução e grau de merecimento do ser reencarnante.  (…….)

Mas em que momento ocorre essa ligação? No livro  ‘’A Alma da Matéria’’, Dra Marlene Nobre ex presidente da AME – São Paulo, ressalta que as orientações dos Espíritos Superiores não deixam dúvidas de que a união da alma com o corpo ocorre no instante da concepção.  (……) ‘’.

Em ‘’Missionários da Luz’’, André Luiz nos fornece um relato detalhado sobre os mecanismos envolvidas na reencarnação de Segismundo. Destacaremos aqui as informações referentes à fecundação.

Em 1943, ano em que o livro foi psicografado, André Luiz nos explicava que o perispírito do reencarnante atua sobre o óvulo, dirigindo-o na seleção do espermatozóide, de modo a escolher o mais “útil” à programação reencarnatória. Essa informação só foi comprovada pela ciência em 1991, quando um estudo realizado em conjunto por cientistas americanos e israelenses, demonstrou que uma substância produzida pelo óvulo ou por suas células vizinhas, era a responsável pela seleção do espermatozóide mais apto. Tal descoberta provoca uma mudança significativa nos estudos sobre fertilidade, uma vez que até então, acreditava-se que o espermatozóide “vencedor” seria o mais rápido.

(………) 

André Luiz prossegue seu relato descrevendo que o encontro entre os gametas dos pais gera um microscópico globo de luz, sobre o qual Alexandre (ver Nota do BLOG.) ajustou a forma de Segismundo que se encontrava interpenetrada no perispírito de sua mãe. Quando isso ocorre ele nos conta que “essa vida latente começou a se movimentar. 

(….)  ‘’

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AS DIMENSÕES EM QUE SE SITUAM TODOS OS CORPOS https://rumoaluz.com.br/as-dimensoes-em-que-se-situam-todos-os-corpos/ Sat, 06 Jul 2024 16:50:35 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=738 EIS AS DIMENSÕES EM QUE SE SITUAM TODOS OS CORPOS

  • CORPO FÍSICO E DUPLO ETÉRICO  > NA 3ª DIMENSÃO (matéria)
  • CORPO ASTRAL > NA 4ª DIMENSÃO (sede da emoção e desejos)
  • C. MENTAL INFERIOR > NA 4ª D. (sede do amor vulgar, desejos, culpa)
  • C. MENTAL SUPERIOR> NA 5ª D. (sede do amor puro)
  • C.  BÚDICO > NA 6ªD (sede atemporal do arquivo da consciência)
  • C. ÁTMICO > 7ª D. (sede causal do Espírito, do EU CÓSMICO OU CRÍSTICO)
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O CORPO BÚDICO E O ÁTMICO https://rumoaluz.com.br/o-corpo-budico-e-o-atmico/ Sat, 06 Jul 2024 16:48:29 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=734 NOTA DO BLOG.

AS TRADIÇÕES  MILENARES DA ÍNDIA VÉDICA  INCLUEM MAIS O CORPO BÚDICO E O ÁTMICO.

 Augusto Marques – blog.aurha.com.br

‘’Atualmente, devido à facilidade de acesso à informação, muitos conhecimentos ficam à nossa disposição. No caso dos corpos espirituais, suas dimensões são estudadas desde os tempos do Antigo Egito. A compreensão sobre os diferentes níveis de consciência existentes também foi bastante explorada por hebreus e hindus. ‘’

(….) CORPO BÚDICO

‘’O corpo búdico, também denominado Buddhi, não é tão conhecido, pois está ligado ao mundo cósmico e ao tempo. É nele que reside a verdadeira sabedoria, buscada por todos os seres humanos.

Só que essa sabedoria não pode ser verdadeiramente compreendida justamente por estar além do alcance do plano físico. É onde ficam armazenados os acontecimentos e experiências de todas as dimensões e encarnações.

Quando acessado, o corpo búdico revela sua atemporalidade, sendo possível vasculhar o passado e vidas anteriores, seja para curar traumas, compreender o karma atual ou ressignificar traços da personalidade.’’

CORPO  ÁTMICO

‘’O corpo átmico é o que se encontra mais distante da compreensão e conhecimento humano. É considerado o “eu cósmico”, que constitui a essência divina presente em cada ser. Também chamado de Deus interno, se manifesta de maneira individual e permanente em cada indivíduo.’’

(….)

O processo de evolução humana envolve o acesso e a vontade de aprimorar cada um dos sete níveis de consciência, desde o corpo físico até o átmico. O resultado é uma vida mais leve, feliz e plena.’’

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O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES – O DUPLO ETÉRICO https://rumoaluz.com.br/o-perispirito-e-suas-modelacoes-o-duplo-eterico/ Sat, 06 Jul 2024 16:20:42 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=722 NOTA DO BLOG

Antes de iniciar a reprodução dessa matéria, é importante destacar que boa parte da matéria exposta  neste BLOG sobre o referido  tema tem  raízes fincadas na portentosa obra da literatura espírita, o livro ‘’O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES’’ de Luiz Gonzaga Pinheiro, da EDITORA EME. LUIZ GONZAGA PINHEIRO, um dedicado professor pernambucano estrutura seu relato com base em narrativas de médiuns desdobrados, que visitavam hospitais espirituais, assistindo cirurgias e fazendo entrevistas acompanhados de mentores espirituais.

Porque o termo ‘’modelações’’ ?  Porque,  nesses hospitais, os médicos espirituais, por meio de cirurgias avançadíssimas, procedem a remodelação dos órgãos do  perispírito ou corpo espiritual danificados por ocasião do desencarne em situações as mais variadas e trágicas possíveis. Essa obra destaca o quanto desconhecemos a respeito das   intervenções dos médicos espirituais para literalmente  ‘’reconstruir ‘’ espíritos desencarnados   por meio de  instrumentos que estão séculos à frente  da nossa Medicina terrestre.

Obs.:  www.ebookespirita.org  disponibiliza o conteúdo de domínio público e a propriedade intelectual dessa obra.

O conteúdo desta referência será reproduzida nas  várias oportunidades nas quais este BLOG apresentar matérias que terão o PERISPÍRITO ou CORPO ESPIRITUAL como foco central das preocupações da Medicina Espiritual, com o objetivo de remodelar seus órgãos. É uma justa homenagem aos médicos espirituais e à LUIZ GONZAGA PINHEIRO e sua equipe de médiuns que nos legaram o precioso livro ‘’O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES’’.

(disponibilizado por www.ebookespirita.org)

 CAPITULO 34

O DUPLO ETÉRICO

(….)

‘’Entre o corpo físico e o perispírito, funcionando como intermediário para a ação perispirítica sobre o físico e deste para aquele, encontra-se o duplo etérico.

Esse conjunto submete-se à ação do Espírito, que a ele se integra e sobre o qual age, permutando energias e comunicando-se com o mundo onde vive. O duplo etérico forma-se com a encarnação do Espírito e não possui existência própria como o perispírito, desintegrando-se após a morte física. É uma espécie de corpo vaporoso, qual cartucho fluídico, que guarda certa semelhança com o corpo físico e a ele se ajusta, ultrapassando-lhe as dimensões em cerca de um centímetro, com o peso aproximado a 60 gramas. Tal corpo fornece informações valiosas quanto ao estado de saúde física e evolução espiritual, quando observado sob os aspectos das emanações energéticas e colorido peculiar que traz. Por ter função de absorver energias vitais do ambiente distribuindo-as eqüitativamente, é considerado como o cerne da eletricidade biológica humana, envolvendo órgãos e sistemas em eflúvios próprios, permitindo, inclusive, o diagnóstico precoce de males que futuramente venham a acometer o indivíduo. Nos suicidas, o duplo etérico ainda pleno de energias vitais, permanece ligado ao perispírito e ao cadáver, fazendo com que o Espírito sinta uma espécie de repercussão daquilo que está a ocorrer na matéria, ou seja, a decomposição provocada pelos vermes. Ao afastar-se do corpo carnal, o duplo etérico provoca neste, certa redução nas funções vitais, com conseqüente queda na temperatura, qual se o combustível lhe diminuísse.

No livro “Nos Mecanismos da Mediunidade” de André Luiz, capítulo 11, página 98, o autor vê admirado o desdobramento de Castro, que ao deixar o corpo, o faz acompanhado do duplo etérico. Nessa ocasião, ele apresenta-se maior na configuração exterior, e com cores azulada e alaranjada à direita e à esquerda respectivamente. Na ocasião, Clementino, através de passes, o faz retornar ao físico para uma nova saída, sem o duplo, explicando a André o ocorrido. “A princípio, seu perispírito estava revestido com os eflúvios vitais que asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo de carne, conhecidos aqueles, em seu conjunto como sendo o duplo etérico formado por emanações neuropsíquicas que pertencem ao campo fisiológico e que, por isso mesmo, não conseguem maior afastamento da organização terrestre, destinando-se à desintegração, tanto quanto ocorre ao instrumento carnal, por ocasião da morte renovadora”. Sabe-se hoje que, o magnetismo, o passe, a hipnose, a anestesia, os acidentes e o transe mediúnico, podem afastar parcialmente o duplo etérico, quando este, apesar da ação retentora da matéria, pode seguir o perispírito, com o qual se

assemelha pela natureza etérica. No desdobramento, visando a uma diminuição na sua densidade com conseqüente aumento na velocidade e na mobilidade, o perispírito devolve ao físico, largas cotas de energia com as quais se encontra impregnado quando

justaposto a este, tal qual um balão, que para alcançar maior altitude desvencilha-se do lastro que o torna lento.

Se pois, consideramos o perispírito como intermediário entre o Espírito e o físico, o duplo etérico se enquadra nesse contexto como intermediário entre o perispírito e o físico, funcionando esse conjunto como amortecedor ou redutor da energia sutilíssima que é o Espírito. Para atuar na matéria, o Espírito ordena ao perispírito, que mobiliza o duplo etérico, que transmite ao físico, as ordens do senhor que é o ser espiritual.

A energia sutilíssima do Espírito, é rebaixada em vibração pelo perispírito, repetindo-se a operação no duplo etérico, para atingir o corpo material com a densidade que o mesmo pode sintonizar e obedecer. Insistimos ainda uma vez, que a harmonia, o desempenho, a saúde, a beleza e o grau de relativa perfeição desse conjunto, corpo físico-duplo etérico-perispírito, dependem exclusivamente do estado moral-intelectual em que se encontra o Espírito, sendo inteiramente impossível a toda a medicina espiritual ou terrestre, aperfeiçoá-lo sem tal ornamento, pois a lei de Deus é claríssima quando especifica que, para ter saúde é necessário evitar a doença, e esta nada mais é que toda e qualquer imperfeição da alma. (….)’’

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OS AMPUTADOS https://rumoaluz.com.br/os-amputados/ Sat, 06 Jul 2024 15:40:39 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=717 LIVRO “O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES’’ – CAPITULO 40

‘’… O algoz continuava a fitá-lo com assombro e Paulo, notando a tremura com que ele empunhava a espada concitou resoluto: Não tremais! …

Cumpri vosso dever até o fim!

Um golpe violento fendeu-lhe a garganta, seccionando quase inteiramente a velha cabeça que se nevara aos sofrimentos do mundo. Paulo de Tarso caiu redondamente, sem articular uma palavra.

O corpo alquebrado embolou-se no solo, como um despojo horrendo e inútil.

… Foi aí que ouviu passos de alguém que se aproximava de leve. Ocorreu-lhe subitamente o dia inesquecível em que fora visitado pelo emissário do Cristo, na pensão de Judas.

Quem sois? perguntou como fizera outrora, naquele lance inolvidável.

Irmão Paulo… começou a dizer o recém-chegado.

Mas, o apóstolo dos gentios, identificando aquela voz bem amada, interrompeu-lhe a palavra bradando

com júbilo inexprimível.

Ananias! Ananias!…

E caiu de joelhos em pranto convulsivo.

Sim, sou eu disse a veneranda entidade pousando a mão luminosa na sua fronte um dia Jesus mandou que te restituísse a visão, para que pudesses conhecer o caminho áspero dos seus discípulos

e hoje, Paulo, concedeu-me a dita de abrir-te os olhos para a contemplação da vida eterna. Levanta-te! Já venceste os últimos inimigos, alcançaste a coroa da vida, atingiste novos planos de redenção!

Paulo e Estêvão – Emmanuel (cap. X)

’Sempre tive curiosidade em saber por que os amputados sentem dores nos membros que perderam, portanto, inexistentes para eles. O perispírito ficaria igualmente amputado ou se conservaria íntegro, frente aos danos físicos? Caso o perispírito sofra a mesma amputação que o físico, que tratamento lhe seria dispensado para a sua volta à normalidade, uma vez que no físico, impossível se torna a regeneração?

Tenho observado muitos amputados no mundo espiritual que levam anos a conviver com suas deformações, e outros, em curtíssimo espaço de tempo se recuperarem, mostrando-se saudáveis e operosos.

No livro “O Céu e o Inferno” capítulo VI, Allan Kardec faz a seguinte indagação a um Espírito que teve o seu corpo físico decapitado em recente encarnação:

—Uma vez que assim é, sob que forma vos veríamos, se tal nos fosse possível?

Ver-me-eis sob a minha forma corpórea: a cabeça separada do tronco. É a resposta.

No livro “Paulo e Estêvão” de autoria de Emmanuel, psicografado por Francisco Cândido Xavier, o autor descreve a morte do apóstolo, quando o seu algoz lhe decepa a cabeça, sendo Paulo, quase instantaneamente transportado para lugar verdejante, estando perispiritualmente íntegro, apenas privado da visão.

Antigas vítimas da inquisição ou da escravatura, que se dedicam ainda a perseguir os seus carrascos, carregam em seus perispíritos após séculos, os estigmas das violências sofridas. Cristalização? Bloqueio? Ignorância acerca da plasticidade do perispírito? Desconhecimento da complexa anatomia e fisiologia humanas e da atuação da mente, impedindo a modelação perispiritual? Necessitam esses Espíritos para normalizarem seus corpos, da atuação de técnicos a recompor seus órgãos afetados por somente estes dominarem técnicas desconhecidas até então por nós?

Consultamos aos amigos espirituais. Gostaríamos de observar amputados; a resposta veio rápida, com o incentivo costumeiro em casos tais, quando a finalidade do que se faz obedece aos propósitos do bem comum.’’

O LIVRO TRAZ A MANIFESTAÇÃO PSICOFÔNICA DO ESPÍRITO DE ROSE KROPPER NA CONDIÇÃO DE TÉCNICA EM ESTRUTURA MOLECULAR DO PERISPÍRITO

‘’… Quando um Espírito apresenta em seu perispírito um dedo decepado é porque a sua mente assim o imagina. Mas nós, Espíritos que estudamos e compreendemos a estrutura molecular do perispírito, sabemos que é suficiente que ele pense, vibre na forma mental do seu dedo, para que ele se recomponha. Ocorre que existe um bloqueio mental, e aquele Espírito é então trazido às reuniões mediúnicas, para que através da psicofonia, ele com a sua mão justaposta à mão do médium, sinta mover o dedo que não existe. É como se aquele dedo tomasse uma forma utilizando a fôrma do médium. Isso produz um desbloqueio na mente do amputado, no que ele começa a recriar mentalmente o seu dedo, auxiliado logicamente pelos Espíritos amigos, através de técnicas hipnóticas, para que haja uma harmonização perispiritual.

O doutrinador poderá orientar essa reconstrução, induzindo o amputado a mover a mão, o dedo que não existia, convencendo-o de que a operação foi bem sucedida.

— E no caso de uma perna, um braço, um órgão maior?

— É muito mais complexo. Vocês observaram os retalhados.

(Espíritos que quando encarnados, atiraram-se sob as rodas de um trem danificando o perispírito). Nesse caso, há uma profundidade nas lesões, determinadas pelo forte desejo de destruição. Esse desejo de inexistir, de anular-se, o choque alucinante da dor, a continuidade do momento clímax do suicídio que não o abandona… enlouquece o Espírito. O que esperar de um louco brutalizado pela dor, cujo pensamento está coagulado em momento de pungente pesar? Os técnicos precisam esperar a crise passar. É necessário drenar a pesada carga de vibrações letais.

A depender dos méritos de cada um, tais irmãos podem ser levados às sessões espíritas, para que os médiuns, em procedendo o choque anímico, os auxiliem. Todavia, em ocasiões assim, o tempo, as reencamações dolorosas, o amor de Deus é que são os construtores dos órgãos danificados. Nosso trabalho nesse caso não sr reveste de muito proveito. É como fazer castelos de areia perto das ondas do mar.

Poderíamos modelar os órgãos, mas as ondas vibratórias do grande mar do sofrimento do suicida os desfariam instantaneamente.

No mais, como nada que se faz em louvor ao bem é inútil, esse período de sofrimento atroz lhe é necessário para desgaste de suas vibrações e fortalecimento do seu instinto de sobrevivência e auto estima. A dor, pirogravando em sua mente esses instantes, formará uma espécie de automatismo que o afastará do suicídio, como nos afasta do fogo. Além disso, não nos é permitido alterar a lei cármica na qual ele se inseriu como culpado, por livre decisão. À proporção que ele se pacifique ocorrerá o mesmo com suas células trituradas.

— Será possível a um Espírito de mente harmonizada e conhecedora dos mecanismos fluídicos e perispirituais recompor enquanto encarnado a perda de um dedo?

— No presente estágio evolutivo, não. No plano espiritual, devido à plasticidade da matéria isso seria possível. Mas no plano material, embora ocorram cicatrizações promovidas pelo automatismo do duplo etérico, este não está apto a substituir órgãos perdidos. Repito que não podemos desviar o rumo da vida desses Espíritos que se mutilam. Aqui em nosso mundo, como aí, o pensamento é vida, se materializa… Se alguém se fere propositadamente, a lei deve seguir seu curso.

— Há pouco você me falou que o duplo etérico ajuda na recuperação de células do físico. Como isso ocorre?

O duplo etérico, absorvendo a vitalidade do meio físico-espiritual, auxilia o corpo físico em seus impulsos disciplinadores, no sentido de se deixar modelar pelas linhas de força que o perispírito lhe desenha. O corpo físico é dotado de seu próprio sistema regulador, que o impulsiona a alimentar células sadias e a reparar células gastas. Todavia recebe para isso a ajuda do duplo etérico e do perispírito.

O primeiro organiza um sistema defensivo contra as agressões celulares e o segundo mantém a forma humana frente ao desgaste e a renovação celular. Todo o complexo,

corpo ffsico-duplo etérico-perispírito-corpo mental-Espírito, funciona em perfeita harmonia, em simbiose impecável, razão pela qual nos é difícil falar separadamente de uma parte dele.

No caso de mortes naturais, as células físicas perdem a vitalidade, após desligados definitivamente todos os centros de força que abastecem e unem o perispírito ao corpo denso. Em alguns casos, antes do desligamento dos centros de força, o perispírito ainda absorve pequena porção de vitalidade física, a depender da idade do corpo físico e do tipo de enfermidade do desencarnante. Após o desencarne a vitalidade das células perispirituais segue o seu curso através da captação de energias da natureza pela atuação fisiológica do perispírito no meio que agora habita.

No suicídio, além das células físicas, morrem também as células perispirituais afetadas, impossibilitando ao perispírito como um todo, reabastecer-se naturalmente.

Nesse caso procede-se a uma doação fluídica semelhante a uma doação sangüínea.

—E como isso é feito?

—Nas reuniões mediúnicas, retira-se dos médiuns e dos circunstantes, o material necessário para modelagens e abastecimento celular dos enfermos. Aqui entre nós, pesquisadores dominam a técnica da retirada e reposição de vitalidade celular. Todavia, não tenho autorização para transmitir essa informação.

—Pode ao menos fazer uma comparação?

—Sim! É como uma transmissão através de capilares sangüíneos, quase não notada pelos médiuns ou pelo enfermo.

—E no caso do amputado que trouxe o carma da amputação. Essa informação é fruto do seu mapa cármico exclusivamente ou concorrem para tal evento fatores genéticos?

—Geralmente esses fatores encontram-se relacionados. O mapa cármico traz a informação de que um braço deverá ser amputado. Então o indivíduo, um dia se verá diante de uma máquina que lhe roubará o braço, de um acidente, ou mesmo simples ferida onde a gangrena torne imperiosa a amputação. O mapa genético pode influir como fator secundário. A combinação de genes nas células reprodutoras, por ocasião do reencarne, poderá estabelecer para o futuro, condições que possibilitem desarmonias, deficiências, ou mesmo que concorram e possibilitem o fato traumático da amputação. Nesse exemplo, a genética do indivíduo age como fator concorrente, e não, determinante, pois o que faculta a amputação é o carma.

Temos ainda a considerar dois fatores. Se o indivíduo, ao reencarnar, tomou conhecimento da prova e a aceitou com resignação, ou se, por outro lado, dela tendo

conhecimento não a aceitou, abrigando em si o sentimento de revolta e de inconformismo. No primeiro caso, o amputado ao desencarnar, passará por um

processo de modelagem rápida, se condicionou-se a sentir-se amputado, readquirindo

a sua normalidade perispiritual. Se ele traz a consciência de que a sua prova foi

superada com êxito, não restarão sequelas em seu perispírito. Isso é possível, devido

à aceitação da prova evitar o surgimento de um bloqueio mental que venha a interferir

no processo de modelação do membro amputado. Nesse exemplo, pela consciência

antecipada da prova e pela aceitação do traumatismo físico sem mágoas, ele se

credita diante do plano espiritual a que o seu perispírito seja recomposto logo após

o pagamento do seu débito. O outro lado da questão, é quando não existe a aceitação

da prova, a insubmissão geradora de complexos e revanchismo.

O Espírito nessas condições, ao desencarnar, terá realmente aquele órgão ausente, visto ter sido a ausência, fator de revolta, alimento revigorante da cristalização da própria ausência. Aqui, os técnicos utilizam recursos magnéticos retirados do fluido universal, do fluido ambiental, para a formação de um novo órgão, que se materializará quando a rebeldia do acidentado amenizar.

—No caso de uma perna amputada, a substituição é feita pela introdução de uma perna mecânica?

—Não! A perna mecânica é suposta. É uma perna que se forma, tem células, neurônios, ossos, se encaixa e não deixa cicatrizes.

—E sobre as sensações e impressões que os amputados sentem no órgão ausente?

—As sensações de calor, frio, dor, são oriundas do condicionamento mental, adquirido antes da amputação, no qual o órgão enviava estímulos ao cérebro, ocasião em que este os registrava e reagia aos seus efeitos. Quando a amputação é recente este fato é notável, tanto por causa das terminações nervosas existentes no local da amputação funcionando como fios expostos a captarem estímulos favorecendo a recapitulação de sensações vividas, quanto pelo fato de a mente não estar acostumada ou condicionada à nova situação de ausência. À proporção que a mente aceita o fato e se prepara para atuar nas novas condições, essa sensação de existência de um membro fluídico no local do membro amputado, desaparece.

Sendo o pensamento um agente modelador, o “pensar e aceitar a mutilação” faz regredir qualquer resquício perispiritual que ultrapasse o espaço físico onde houver mutilação, o que poderia funcionar como veículo condutor para o Espírito, de alguma sensação exterior.

No mais, essas sensações são passadas pelo duplo etérico ao perispírito, que as repassa ao Espírito. Como o duplo etérico após a amputação vai se extinguindo gradativamente do local, tal como acontece na morte, que o desliga do corpo para fazê-lo voltar ao reservatório universal, essa impressão do membro vivo e inexistente tende a desaparecer com a sua dissolução. Aí então, sem esse agente condutor intermediário entre o perispírito e o corpo, cessam as sensações de fato, podendo restar lembranças dessas impressões ou sensações, que podem ser tomadas como feitos reais, em virtude do condicionamento que aos poucos vai sendo substituído pela realidade da ausência.

— Podem ser retiradas células de um local do perispírito e colocadas em outro como em um enxerto?

— Esse não é o caso. O que vai gerar a perna é o pensamento dos técnicos, com o material retirado do fluido universal e do ambiente. Não ocorre isso de tirar um pedaço; as células que se formam tomam vida, são criadas, e a perna possui sangue, nervos, vitalidade e é permanente. Finalizando, lembro: o conhecimento anterior da prova e a sua aceitação é que favorecem ao amputado físico a sua plenitude e beleza perispirituais.

A reunião de estudos prolongou-se com o desdobramento de outros médiuns para observação de amputados. (….) ‘’

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O QUE ENSINA LEON DENIS SOBRE A DOR? https://rumoaluz.com.br/o-que-ensina-leon-denis-sobre-a-dor/ Sat, 06 Jul 2024 15:29:04 +0000 https://rumoaluz.com.br/?p=710 O BLOG PERGUNTA: O QUE ENSINA LEON DENIS  SOBRE A DOR?

DO LIVRO  ‘’O PROBLEMA DO SER, DO DESTINO E DOR’’

Depto. Editorial da Federação Espírita Brasileira – 1999 (trechos selecionados)

Suprimi a dor e suprimireis, ao mesmo tempo, o que é mais digno de admiração neste mundo, isto é, a coragem de suportá-la. O mais nobre ensinamento que se pode apresentar aos homens não é a memória daqueles que sofreram e morreram pela verdade e pela justiça? Há coisa mais augusta, mais venerável que seus túmulos? Nada iguala o poder moral que daí provém.  (…..)

A história do mundo não é outra coisa mais que a sagração do espírito pela dor. Sem ela, não pode haver virtude completa, nem glória imperecível. É necessário sofrer para adquirir e conquistar. Os atos de sacrifício aumentam as radiações psíquicas.

.É muito difícil fazer entender aos homens que o sofrimento é bom. Cada qual quereria refazer e embelezar a vida à sua vontade, adorná-la com todos os deleites, sem pensar que não há bem sem dor, ascensão sem suores e esforços.”

Dor física & dor moral

A dor física produz sensações “O sofrimento moral produz sentimentos”. A dor física é, em geral, um aviso da Natureza, que procura preservar-nos dos excessos. Sem ela, abusaríamos de nossos órgãos até ao ponto de os destruirmos antes do tempo.”

“Às almas fracas, a doença ensina a paciência, a sabedoria, o governo de si mesmas. Às almas fortes pode oferecer compensações de ideal, deixando ao Espírito o livre voo de suas aspirações até ao ponto de esquecer os sofrimentos físicos. (…..)

A todos aqueles que perguntam: Para que serve a dor? respondo: Para polir a pedra, esculpir o mármore, fundir o vidro, martelar o ferro. Serve para edificar e ornar o templo magnífico, cheio de raios, de vibrações, de hinos, de perfumes, onde se combinam todas as artes para exprimirem o divino, prepararem a apoteose do pensamento consciente, celebrarem a libertação do Espírito! E vede qual o resultado obtido! Com o que eram em nós elementos esparsos, materiais informes e, às vezes até, no vicioso e decaído, ruínas e destroços, a dor levantou, construiu no coração do homem um altar esplêndido à beleza moral, à verdade eterna!.” 

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Fluxo do Pensamento — Leis do Campo Mental https://rumoaluz.com.br/fluxo-do-pensamento-leis-do-campo-mental/ Sun, 16 Jun 2024 19:24:38 +0000 https://navajowhite-newt-408292.hostingersite.com/?p=223 Escrito pelo Prof. Dr. Nubor Orlando Facure

(Neurologista e Neurocirurgião)

(baseado na obra de André Luiz ‘’Mecanismos da Mediunidade’’ psicografada por F.C. Xavier e Waldo Vieira)

‘’O pensamento tem início de forma embrionária em seres vivos que foram aprendendo a se concentrar com determinado teor de persistência rumo a um certo objetivo, como o de se apropriarem de um alimento. Nessa longa caminhada, o pensamento passou a ser o instrumento sutil da vontade do Espírito, que exterioriza a matéria mental para atuar nas formações da matéria física, obtendo por esse caminho as satisfações que deseja.

A matéria mental é criação da energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do Universo.

Elaborando pensamentos, cada um de nós cria em torno de si um campo de vibrações impulsionado pela vontade, que estabelece uma onda mental própria, capaz de nos caracterizar individualmente.

Obedecendo às mesmas leis da energia e partículas do mundo físico, as ondas e partículas da matéria mental, em graus de excitações variados, se expressam em frequência e cores particulares dependendo da intensidade e qualidade do pensamento emitido, ou seja, da vibração mental emitida.

Considerando o terreno das manifestações da física dos átomos, sabemos que o calor, a luz e os raios gama, são expressões vibratórias de urna mesma energia.

 (…….)

Tanto quanto na matéria física, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento e frequência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do objetivo desejado.

 (……)

Por fim, já vimos que a excitação dos núcleos atômicos gera os raios gama e, no campo da mente, a correspondente vibração dos núcleos dos átomos mentais gera ondas ultra-curtas emitidas com imenso poder de penetração de suas energias. Essas vibrações resultam de expressões de sentimentos profundos, de cores cruciantes ou de atitudes de concentração muito intensas.

A Indução Mental

Indução, em termos eletrônicos, consiste na transmissão de uma energia eletromagnética entre dois corpos sem que haja contacto entre eles. Este fenômeno ocorre por conjugação de ondas através de um fluxo de energia que é transmitido de um corpo a outro. No campo mental o processo é idêntico.

Existe uma corrente de ondas suscetíveis de reproduzir suas próprias características sobre uma outra corrente mental que passa a sintonizar com ela.

Expressando qualquer pensamento em que acreditamos, estamos induzindo os outros a pensarem como nós. A aceitação que os outros fazem de nossas idéias passa a ser questão de sintonia.

Por outro lado, ao sentirmos uma idéia, absorvemos e passamos a refletir todas as correntes mentais que se assemelham a essa idéia, comungando os mesmos propósitos.

Portanto, nossas idéias e convicções nos ligam compulsóriamente a todas as mentes que pensam como nós e, quanto maior nossa insistência em sustentar uma idéia ou uma opinião, mais nos fixamos às correntes mentais das pessoas que se sentem como nós e que esposam as mesmas opiniões.

Imagens Mentais

 Nossa atividade mental através do discernimento e do raciocínio nos dá a prerrogativa de nós mesmos escolhermos nossos objetivos.

Projetando nossas idéias, produzimos os pensamentos, exteriorizando em torno de nós irradiações eletromagnéticas com poder mais ou menos intenso, conforme o comprimento das ondas mentalmente emitidas.

Essa corrente de partículas mentais nascidas de emoções, desejos, opiniões e vontades, constrói em torno de nós, cenas em forma de quadros vivos que são percebidos em flashes ou imagens seriadas, ou cenas contínuas que nos colocam em sintonia com todas as mentes que harmonizam com os pensamentos que exteriorizamos.

Já vimos, também, que somos suscetíveis de induzir pensamentos-imagens nos outros, assim como recebemos sugestões que se corporificam em formas vivificadas dentro de nossa psicosfera.

A simples leitura de uma página de jornal, uma conversação rotineira, a contemplação de um quadro, uma visita a familiares, o interesse por um espetáculo artístico ou programa de televisão, um simples conselho, são todos agentes de indução que nos compromete psiquicamente com as mentes sintonizadas nos mesmos assuntos.

Pensar ou conversar constantemente significa projetar nos outros e atrair para nós as mesmas imagens que criamos, suportando em nós mesmos as conseqüências dessa influência recíproca.

Persistir em idéias fixas, em comportamentos obsessivos ou tensões emocionais deliberadamente violentas, nos escraviza a um ambiente psiquicamente infeliz, com imagens que nós forjamos e que nos mantêm num circuito de reflexos condicionais viciosos.

Construindo com o conteúdo dos nossos pensamentos o campo mental que nos cerca, vivemos psiquicamente dentro dele, obedecendo a leis fundamentais relacionadas com a estruturação desse campo.

Por princípio, temos que entender que o campo mental é resultado de emissão de idéias que nós criamos, com nossa participação exclusiva e, portanto, com nossa total responsabilidade. Esta é a primeira lei do Campo Mental.

A segunda lei é a da assimilação, que estabelece que nós estamos ligados unicamente às mentes com quem nós nos afeiçoamos.

Portanto, além da sintonia, é necessário haver aceitação das idéias para que assimilemos as interferências boas ou más que recebemos.

A lei da assimilação significa também que uma idéia que nos incomoda, que nos martiriza ou nos revolta, só persiste em nós pela aceitação que fazemos de seu conteúdo e pelas ligações que mantemos com o seu emissor.

A terceira lei do campo mental está relacionada com o estudo e o aprendizado que desenvolve em nós o discernimento e o raciocínio. Ela estabelece que cada de um de nós só assimilará idéias, sugestões ou informações inéditas ou inovadoras, se já desenvolvemos a compreensão necessária ao avanço desses pontos de vista.’’

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Artigo do Prof. Dr. Nubor Orlando Facure https://rumoaluz.com.br/artigo-do-prof-dr-nubor-orlando-facure/ Sun, 16 Jun 2024 18:56:38 +0000 https://navajowhite-newt-408292.hostingersite.com/?p=220 O “CORPO MENTAL” COMO EXPRESSÃO CLÍNICA DA MENTE
Uma hipótese alternativa para o estudo da mente.

Prof. Dr. Nubor Orlando Facure**Ex-Professor Titular de Neurocirurgia UNICAMP. Diretor do Instituto do Cérebro  (Campinas,SP)


RESUMO

‘’O autor apresenta o “corpo mental” como uma hipótese alternativa para a abordagem da mente. Na atualidade a mente é vista como um conjunto particular de funções desempenhadas pelo cérebro. Esse modelo parece não dar à mente uma noção compatível com o organismo como um todo.

Usando como método a semiologia neurológica, procuramos demonstrar a existência de um “corpo mental” que se revela em diversas situações clínicas como na histeria, na hipnose, na narcolepsia, no membro fantasma e nas chamadas experiências fora do corpo.

Essa forma de estudar a mente sob a perspectiva de um corpo que se identifica semiologicamente, pode abrir um vasto campo de experimentação, e de interpretação de fenômenos tanto psicológicos como neurológicos.

INTRODUÇÃO
A matemática nos ensina que os elementos de um conjunto não conseguem explicar a natureza inteira desse conjunto. O conceito do todo escapa ao que cada uma das partes isoladamente possa representar (Bertrand Russell 1,2 ). Considerando os neurônios cerebrais como elementos de um conjunto que se pressupõe conter a mente, poderemos questionar se será possível uma compreensão completa do conceito de mente baseado nas funções dos neurônios. Essa interrogação nos autoriza, pelo menos teoricamente, colocarmos a mente, como situada, tanto fora quanto dentro do conjunto dos neurônios cerebrais.

Por outro lado, novas teorias (Ilya Prigogine in Del Nero 3 ), sugerem que “Sistemas de alta complexidade” têm capacidade de se auto-organizarem. O sistema nervoso, além da sua estrutura física, pode ser visto como um biossistema altamente complexo, dotado de particularidades e propriedades específicas dos seres vivos. Uma “Teoria da mente” 4 , tida como monista, materialista e “emergentista”, identifica os “estados mentais” como sendo um subconjunto distinto dos “estados cerebrais” que são claramente de natureza física, e que seriam, por sua vez, um subconjunto de estados do sistema nervoso.

Segundo essa teoria, as atividades dos neurônios nas suas trocas eletroquímicas produziriam uma nova qualidade de fenômenos que “emergem” como função mental, semelhante à ordem que resulta nos Sistemas de alta complexidade.

As diversas Teorias da mente 4 disponíveis na atualidade não conseguem, entretanto, passar de hipóteses com boa estruturação teórica, sem que possam dar conta de toda uma série de fenômenos conhecidos que a atividade mental expressa. Nenhuma Teoria conseguiu até agora efetuar predições específicas sobre os fenômenos mentais e muito menos nos garantiu a possibilidade de testá-la na clínica ou no laboratório.

OBJETIVO E METODO
É exatamente pela possibilidade de testar a hipótese tanto do ponto de vista clínico como laboratorial, que estou sugerindo o conceito de “corpo mental” em substituição ao de mente. Apresento diversas situações onde a semiologia neurológica pode confirmar essa hipótese como compatível com as expressões clínicas. Nesse trabalho, considero o corpo mental como um modelo que tem uma identidade clínica, que pode ser revelada pelos instrumentos de avaliação que a semiologia neurológica oferece.


MODELOS SEMIOLÓGICOS
Histeria – Pacientes histéricos que apresentam distúrbios sensitivos ou motores revelam um padrão semiológico típico, notando-se, antes de mais nada, que eles não obedecem as distribuições anatômicas adequadas às diversas vias de inervação do sistema nervoso.

Por outro lado, nas lesões orgânicas do cérebro, o mapa das anestesias revela distribuições muito conhecidas dos neurologistas, que aprenderam a constatar os níveis de anestesia metaméricos ou haloméricos e as síndromes chamadas de alternas, caracterizadas pelo comprometimento anestésico na hemiface de um lado e do tronco e membros no hemicorpo contralateral.

Os estudos semiológicos mostram que o paciente histérico faz um padrão de anestesia diferente, comprometendo, às vezes, todo seu corpo; ele não sabe que a inervação sensitiva da face percorre o nervo trigêmeo, enquanto as regiões posteriores do couro cabeludo, na nuca, seguem inervações muito distantes, situadas ao nível da medula cervical. As anestesias nos membros do histérico não poupam nenhuma forma de sensibilidade, havendo comprometimento global das sensibilidades superficiais e profundas. A organização dessa “anatomia” elaborada pelo histérico é produto da concepção mental que ele faz do seu corpo. O histérico se expressa semiologicamente como se possuindo um “corpo” organizado por sua mente e não pelo seu cérebro. Essa atitude é conhecida na história da histeria e, sem dúvida é universal, como se pode ler num dos tratados clássicos da neurologia, o “Sémiologie des affections du système nerveux” de J. Dejerine (1914) 5 .Na avaliação semiológica do histérico podemos identificar como ele expressa seu corpo mental.

A paralisia histérica também revela contrastes com a semiologia das síndromes lesionais orgânicas. A flacidez é extravagante, a hipertonia costuma ser difusa em toda musculatura, não respeitando a distribuição entre agonistas e antagonistas que o sistema gama exige. A perna deste paciente oferecerá resistência tanto para ser flexionada como para ser estendida. O hemiplégico ou o paraplégico histérico constrói uma deficiência dentro de um modelo imaginário obedecendo a uma construção mental e não a uma perda de vias nervosas.

Hipnose – indivíduos que assimilam as sugestões que induzem à hipnose podem produzir tanto paralisias como anestesias. A experiência médica, vasta nessa área 6 , tem demonstrado que as paralisias e as anestesias seguem o mesmo padrão dos quadros histéricos 7,8,9 . Em um e outro quadro, podemos perceber que o “corpo” construído pelo histérico e pelo hipnotizado tem origem nos seus “modelos mentais” e não obedece a sistematização das vias neurais.

As memórias do hipnotizado – Na experiência comum do transe hipnótico sabemos que ao despertar, o hipnotizado não retém as lembranças do que ele ouviu ou desempenhou durante o transe. Uma segunda indução feita logo a seguir o faz resgatar essas memórias retornando à cena do primeiro transe, sem se dar conta agora do que ouviu ou fez no intervalo entre os dois transes. Essa experiência parece nos revelar dois arquivos distintos de memorização. Eu diria que um deles se localiza no cérebro físico, quando ele está desperto, e outro no corpo mental quando ele está em transe. Essa situação pode ser comparada ao que fazemos no computador: um arquivo que criamos para determinado texto, não abre o texto de outro. Para que isso aconteça, é preciso copiar e colar um no outro para se proceder a essa leitura. No caso da hipnose, podemos usar a sugestão hipnótica para transferirmos as memórias de um ambiente para outro, o que se consegue com certa facilidade.

Narcolepsia – A narcolepsia é um distúrbio do sono no qual o paciente entra subitamente em um estado de sonolência que ele não consegue controlar. Os episódios se repetem com freqüência incômoda perturbando as atividades diárias do paciente. A duração dos episódios costuma ser variada podendo ser de alguns minutos ou horas. Ao despertar, esses pacientes fazem relatos curiosos. Podem permanecer aparentemente lúcidos durante a sonolência realizando nesse período atividades complexas. Sentem sua saída do corpo físico e convivem com cenários e personagens diversos. Alguns relatam uma experiência atemporal, podem ser testemunhas de episódios passados ou que venham a se confirmar no futuro.

De qualquer forma, eles parecem ser possuidores de um corpo com o qual vivenciam suas experiências. Os clássicos da neurologia rotulam esses quadros de alucinações hipnagógicas. Aqui estariam também incluídos os chamados sonhos lúcidos que indivíduos normais relatam. Parece-nos, porém, que na narcolepsia a experiência é mais “consciente” e menos simbólica que as vivências oníricas de todos nós. Não é difícil para estes pacientes descreverem as características físicas e funcionais desse corpo mental que lhes permite transitar pelos seus “sonhos”.

Membro fantasma – amputações quase sempre ocorridas em acidentes violentos podem produzir no paciente a percepção da continuidade da existência do seu membro amputado (amputações em outras partes do corpo como mama, nariz, língua, escroto e pênis, podem produzir sintomas semelhantes ao membro fantasma) 10 . Melzack 11, 12 acredita na existência, no cérebro, de uma imagem do corpo inteiro numa matriz neural. Ela seria composta por uma rede de interconexões neurais, organizada geneticamente e a partir de estímulos sensoriais, criando um padrão de identificação do eu que Melzack 10 chama de “neuro-assinatura”. Mesmo crianças que nascem sem membros podem revelar a existência dessa matriz corporal 11 . Em que pese as hipóteses neurofisiológicas que tentam justificar os sintomas do membro fantasma, sua manifestação clínica pode complementar os exemplos de corpo mental que queremos estudar.

O membro fantasma dá ao paciente toda sensação de um membro real (sentiment du realité concrète, segundo Lhermitte) 10 onde ele sente dor, cócegas, movimentos espontâneos e reações de evitamento como bater em um móvel. Considerando esse membro como parte do corpo mental veremos que a consciência do paciente não exerce controle sobre suas funções, quer motoras ou sensitivas. Podemos dizer que essa falta de controle é pertinente aos quadros de histeria e hipnose que anotamos.

Uma série de outros fenômenos clínicos parece sugerir a existência dessa representação corporificada da mente que estamos analisando. A construção da imagem corporal e as síndromes de negligência, são bons exemplos. A literatura leiga e neuropsiquiátrica produziu de uns tempos para cá uma enormidade de textos referindo-se a experiências fora do corpo e experiências de quase morte. Nós neurologistas encontramos com freqüência, entre as manifestações psíquicas dos epilépticos, a chamada “noção de uma presença”, onde uma “entidade” parece acompanhar como testemunha o desenrolar da crise epiléptica.


COMENTÁRIOS
Não temos dúvida de que o dilema cérebro/mente é inesgotável, contraditório e às vezes irreconciliável. Ao propor discutir o tema em termos de corpo mental, sabemos da dificuldade de se introduzir uma idéia nova num contexto de tamanha complexidade. Lembramos, porém, de uma afirmação do evolucionista Stephen Jay Gould 13 que propôs a evolução pontual das espécies. “Novos fatos, coletados à moda antiga, sob a tutela de velhas teorias, raramente levam a qualquer revisão substancial do pensamento. Os fatos não “falam por si só”; são lidos à luz da teoria. O pensamento criativo, tanto na ciência quanto nas artes, é o motor para a mudança de opinião”

A discussão da mente parece se esgotar entre a Filosofia e a Ciência sem chegar a um fim. O “corpo mental” parece-me que tem o mérito de especificar um objeto de estudo mais adequado devido seu comportamento clínico e experimental.

Esperamos que estudos subsequentes possam comprovar a validade da nossa proposta. Ainda precisamos aprofundar as características semiológicos sobre o corpo mental e identificarmos suas características anatômicas e funcionais fundamentais, já que ele pode ser avaliado clinicamente na histeria, testado experimentalmente na hipnose, reconhecido no membro fantasma, confirmado na narcolepsia (ver nota) e nas experiências fora do corpo conforme exemplificamos.

REFERÊNCIAS:
1 – Russel B. História do pensamento ocidental: a aventura dos pré-socráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro – Ediouro 2001
2 – Macrone M. Eureka! Um livro sobre idéias –São Paulo Ed. Rótterdan 1997 pag. 121 e 122.
3 – Del Nero H.S. O sítio da mente: pensamento, emoção e vontade no cérebro humano. São Paulo: Collegium Cognitio, 1977 Pag 193.
4 – Tripicchio A, Tripicchio AC. Teorias da mente – Ribeirão Preto, S.P. Ed Tecmedd 2003 Pag 72 a 77
5 – Dejerine J. Sémiologie dês affections du Systeme nerveux 12 ed – Masson et Cie Éditeurs Paris 1914 pag 540 a 549 e 927.
6 – Ferreira MV. Hipnose na prática clínica São Paulo Ed Atheneu 2003
7 – Halligan PW, Athwal, BS Oakley, DA, Franckowiak, RSJ. Imaging hipnotic paralysis: Implications for conversion hysteria. The Lancet, 2000; 355:986-987
8 – Halligan PW. New approaches to conversion hysteria. BMJ 2000; 320: 1488-1489 (3june)
9 – Marshall JC, Halligan PW, Fink GR, Wade DT, Frackwdak, RSJ. The functional anatomy of a hysterical paralysis. Cognition 1997; 64(1) Pag. B1B8
10 – Jensen TS, Rasmussen P. Amputation. Pag 402-412. Textbook of pain Ed. Patrick D. Wall, Ronald Melzack (Churchill Livingstone) Londres 1984
11 – Melzack R, Israel R, Lacroix R, Schultz G. Phantom limbs in people with congenital limb deficiency or amputation in early childhood. Brain 1997; 120 (9) 1603-1620
12 – Melzack R. Phantom limbs. Sci Am April 1992; 266: 120-126 ‘’

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O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES – ESTUDO DO CORPO MENTAL https://rumoaluz.com.br/o-perispirito-e-suas-modelacoes-corpo-mental/ Sun, 16 Jun 2024 18:52:19 +0000 https://navajowhite-newt-408292.hostingersite.com/?p=216 NOTA DO BLOG

Antes de iniciar a reprodução dessa matéria, é importante destacar que boa parte da matéria exposta  neste BLOG sobre o referido  tema tem  raízes fincadas na portentosa obra da literatura espírita, o livro ‘’O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES’’ de Luiz Gonzaga Pinheiro, da EDITORA EME. LUIZ GONZAGA PINHEIRO, um dedicado professor pernambucano estrutura seu relato com base em narrativas de médiuns desdobrados, que visitavam hospitais espirituais, assistindo cirurgias e fazendo entrevistas acompanhados de mentores espirituais.

Porque o termo ‘’modelações’’ ?  Porque,  nesses hospitais, os médicos espirituais, por meio de cirurgias avançadíssimas, procedem a remodelação dos órgãos do  perispírito ou corpo espiritual danificados por ocasião do desencarne em situações as mais variadas e trágicas possíveis. Essa obra destaca o quanto desconhecemos a respeito das   intervenções dos médicos espirituais para literalmente  ‘’reconstruir ‘’ espíritos desencarnados   por meio de  instrumentos que estão séculos à frente  da nossa Medicina terrestre.

Obs.:  www.ebookespirita.org  disponibiliza o conteúdo de domínio público e a propriedade intelectual dessa obra.

O conteúdo desta referência será reproduzida nas  várias oportunidades nas quais este BLOG apresentar matérias que terão o PERISPÍRITO ou CORPO ESPIRITUAL como foco central das preocupações da Medicina Espiritual, com o objetivo de remodelar seus órgãos. É uma justa homenagem aos médicos espirituais e à LUIZ GONZAGA PINHEIRO e sua equipe de médiuns que nos legaram o precioso livro ‘’O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES’’.

CAPÍTULO 47 – ESTUDO DO CORPO MENTAL

Primeira visita.

Já estou desdobrada, e encontro-me no interior de um hospital, um pouco diferente dos demais que tenho observado. Comigo, um rapaz alourado e o nosso amigo alemão. Esse hospital possui a aparência do Instituto Médico Legal, sem contudo apresentar a lugubridade dessas instituições terrenas.

Vejo em frente muito verde, e no interior do prédio, posso perceber uma beleza arquitetônica relevante, mas sóbria. Subimos as escadas e somos recebidos por uma mulher trajando roupas brancas; deve ser médica ou enfermeira. Seu aspecto é muito suave. Seus cabelos pretos e lisos, caídos sobre os ombros. Também estou vestida de branco. Uma saia longa que não me permite ver os pés. Chegamos a uma sala muito espaçosa, e vejo várias gavetas como se fossem fichários. Essa irmã que nos recebeu e que diz ser a coordenadora dos trabalhos, está informando ue nas gavetas que observo, encontram-se perispíritos modelados, para Espíritos que desencarnaram em acidentes graves, onde o corpo físico e o perispírito passaram por sérias lesões.

—Você tem certeza de que é isso mesmo que está ouvindo? De que não são perispíritos, mas apenas moldes, assim como manequins? —A irmã reafirma que são perispíritos moldados pelos técnicos, com o auxílio do corpo mental dos Espíritos que irão incorporá-los. Esses perispíritos aparentam ser de uma matéria plástica transparente. Dentro da gaveta que ela abriu para minha observação, está o perispírito de um homem de aproximadamente 60 anos.

Seus cabelos são grisalhos e suas feições não são joviais. Noto que existe uma grande diferença entre este perispírito que observo e o dessa irmã com quem falo. O dela tem vitalidade, semelhante ao corpo físico possui brilho, pele, carne, ossos, sentidos. O outro, o que está na gaveta, é transparente. Possui órgãos, mas não apresenta vitalidade nem palpitação. Ela nos explica que o corpo que eu observo na gaveta, está ligado ao Espírito

que irá habitá-lo, mas não necessariamente que o Espírito esteja ali, deitado espalhado naquele corpo. Todavia há um vínculo que os une. O paciente que possuirá este corpo modelado, foi vítima de trágico acidente que lhe subtraiu o físico e danificou drasticamente o perispírito. Existe no entanto a revestir o Espírito, o que chamamos de corpo mental, que nos possibilita promover a ideoplastia do perispírito, ou seja, da fôrma que se danificou.

—Será que você pode explicar melhor o que ouviu?

—A irmã repete que eles aproveitaram o corpo mental do Espírito, do qual o perispírito é cópia grosseira, como matriz, para dela extrair os dados necessários à nova modelagem. Por isso percebemos a aparência de um homem de 60 anos. São informações mentais que este corpo retém. É enfim como o paciente se sente e se situa no tempo e no espaço. Se ele fosse jovem, seu corpo mental refletiria o seu estado jovem, por força do seu comando mental, o qual obedece com absoluta fidelidade às diretrizes da mente.

A mente, minha amiga, (diz ela) guarda tudo que vê e sente. Então, em qualquer ocasião ou época, os técnicos em manipulação de fluidos, podem utilizar desses recursos e formar imagens, ou modelar o perispírito para o Espírito que o necessite. O Espírito que habitará este perispírito, não está consciente no momento. Apresenta-se em uma espécie de coma profundo. Dirigimo-nos a uma outra sala, onde observo mais gavetas. Todos os perispíritos que estão nelas, passaram por modelações, pois seus originais sofreram avarias brutais, onde houve desagregação, devido à mente registrar fortemente o momento do acidente. Alguns corpos foram inclusive, colocados ainda vivos, em estado cataléptico, em crematórios, e no momento da cremação, o medo e o pavor criaram neles seqüelas perispirituais de grande vulto. Separando a sala onde me encontro, de uma outra, existe um “vidro” transparente. Para adentrarmos a outra sala, já me encontro com outra vestimenta.

Vejo através de “vidros” que mais corpos são guardados em espécie de câmaras. Da cabeça de cada um deles saem fios que se ligam às gavetas com os perispíritos, na sala de onde saí. Agora Eulália, esse é o seu nome, diz que devo redobrar a atenção sobre o que vou observar.

—Explique melhor sobre os corpos que você observou.

—Os corpos aos quais me referi possuem semelhança fisionômica com os que estão nas gavetas, mas parecem ser mais leves, sutis, diz ela. Vejo-os como cadáveres, pois estão inanimados. Mas, o princípio inteligente, que é o Espírito, encontra-se ali adormecido. Como este não tem forma, eu não posso vê-lo; apenas a sua atuação através desse corpo mental.

Ao que vou assistir, e você escrever, é a junção desses dois corpos, ou seja, do corpo mental aqui observado com o perispírito que foi remodelado. Quando isso ocorrer, nós poderemos ver a fôrma perispiritual do Espírito, com a aparência da sua última encarnação; no momento, o perispírito que deverá unir-se ao corpo mental, apresenta-se apático, sem a vitalidade cuja ausência notifiquei.

Sem o corpo mental que retrata a condição do Espírito, o processo ideoplástico seria de impossível realização. Os técnicos fariam um corpo mais feio ou mais belo, ou seja, de feições alteradas, pois não tomariam como base os arquivos mentais do Espírito que a tudo guarda. A reconstituição precisa ser exata. Como o cirurgião plástico modela os traços fisionômicos do corpo acidentado, eles também modelam o perispírito, que em tudo se assemelha ao que foi avariado. Sem o corpo mental, a nova forma seria guiada apenas pelo mapa cármico e genético do paciente, impondo-lhe benefício ou prejuízo, o que não é admissível nas leis divinas.

—Pode se deter mais um pouco nesse raciocínio?

—No caso do novo perispírito moldado ser melhor, mais saudável, mais belo do que o merecido pelo Espírito, ou no sentido inverso, negando tais qualidades quando o Espírito delas se faz credor, haveria uma injustiça ou um privilégio, dois procedimentos inadmissíveis na justiça divina. Seria como pintar em uma tela a fotografia de uma pessoa, utilizando o negativo da foto como modelo. O corpo mental, retratando as particularidades cármicas, morais e intelectuais de que a mente se faz portadora, deixa-se plasmar segundo se mostra, funcionando como molde perfeito para a reagregação do perispírito.

Agora estamos em uma sala de cirurgia. Portamos máscaras, boinas e luvas. Tudo me parece rigidamente esterilizado. Um médico já idoso, vai fazer uma experiência para demonstrar o que ocorre com os Espíritos que aqui se encontram nas condições já descritas. Começa por explicar que os Espíritos se encontram adormecidos. Pede que os enfermeiros tragam em uma maca o perispírito que vi há pouco na gaveta, e o colocam

sobre uma mesa cirúrgica. Por trás da mesa, aparelhos a serem usados na cirurgia. Outros enfermeiros trazem o que eles chamam de corpo mental que se encontrava na câmara. Ambos são colocados muito próximos um ao outro. A situação que observo assemelha-se a uma cena de desencarne aí na Terra. O corpo físico embaixo e o perispírito acima já liberto. Mas aqui vai ocorrer o inverso. O corpo mental terá que adentrar o perispírito que lhe pertence, o qual foi remodelado segundo as características da citada matriz.

Quando por ocasião do acidente que desagregou grande parte dos fluidos perispirituais, o Espírito ficou em coma. Posteriormente, ele foi desdobrado, ou eja, saiu junto ao corpo mental, a fim de permitir os reparos necessários, a que os  técnicos se empenharam com toda a competência e caridade já conquistadas. Como no desdobramento terreno, onde o perispírito fica ligado ao corpo físico através de um laço fluídico, aqui também ocorreu o mesmo. O corpo mental está ligado ao perispírito por um laço que lhe permite o comando sobre ele. A experiência que me preparo para assistir é o corpo mental assumir esse comando sobre o perispírito já remodelado, como esse faria ao adentrar o corpo após o sono, despertando-o. Alguns fios começam a ser ligados. O médico fala que o Espírito em atendimento encontra-se adormecido há 30 anos. Esse é um instante sublime para ele. O ambiente aqui não admite qualquer pensamento dissonante. Toda a equipe se posta em oração, e eu também. Veja se me entende: existem fios ligados da aparelhagem para o corpomental e do corpo mental ao perispírito. Estão ligando cabeça com cabeça. Elesparecem gêmeos.

Quando ligaram cabeça com cabeça, (é como se acendesse uma luz) o cérebro perispiritual começa a funcionar. Agora eles estão baixando o corpo mental e colocando-o sobre o perispírito, no que ocorre um encaixe perfeito. Foi como se o perispírito absorvesse o corpo mental, passando a ter vida. Já não vejo dois corpos, mas somente um. O perispírito começa a demonstrar a sua vitalidade costumeira. Percebo a cor, o sangue circulando, os órgãos funcionando, a respiração mas ainda está imóvel. Pedem-me para deitar em uma cama ao lado, a fim de funcionar como doadora de fluidos vitais para esse irmão. Os técnicos dizem que esse tratamento ainda será muito demorado. O paciente passará por um processo de reeducação mental, onde aos poucos irá recobrando a memória. Eles o farão ver imagens, desfazendo a amnésia. Lembrará lentamente de nomes, imagens, lugares, como é uma flor….

Estou me sentindo muito cansada, mas feliz, porque o paciente está voltando à vida. Está mexendo os braços. O médico diz que normalmente servimos como doadores durante o sono físico, onde eles podem repor nossas energias com facilidade. Fala que o procedimento a que assisti pode parecer ficção, mas é assim que funciona, e que

você não deve omitir detalhes por medo de não ser bem entendido. Estou saindo para refazimento.

Segunda visita.

Encontro-me em um local muito parecido com um auditório. Um amigo ao meu lado diz tratar-se de uma sala de aula. Um companheiro coloca um aparelho em meu ouvido e me explica que você poderá me ouvir, mas eu só o ouvirei se retirar esse aparelho dos ouvidos. Quando você tiver uma dúvida na minha transmissão, eles retirarão o aparelho para que eu o escute e retorne ao ponto obscuro. Todos estão usando este aparelho. Vou realmente assistir a uma aula. Entre os alunos, todos animados e um pouco ansiosos, reconheço aquele rapaz que foi seu aluno e que desencarnou vítima de um acidente de trânsito. Ele traz uma prancheta na mão e acena saudando-me. O instrutor pede que eu passe para você o nome da escola “Universidade Espiritual da Colônia Neysy”.  À nossa frente existe uma tela em substituição ao quadro negro. Todos se preparam, inclusive a sua mãe. Vai começar! Devo falar tudo que vejo e que escuto.

Ingressou na sala um senhor alto e sereno. É o professor. Ele apenas pensa e seus pensamentos são projetados sobre a tela, em forma de desenhos e gráficos, no que se constitui o objetivo da aula. O desenho é de um corpo humano completo, mostrando um subcorpo, como uma espécie de sombra. No lugar do cérebro, existe um sinal, como se aquele local formasse uma terceira divisão do corpo. Essa parte do cérebro está grifada em caracteres bem vivos. Ao lado do desenho do corpo completo está o número l e o nome perispírito. A sombra, como se fosse um esboço ao redor do corpo é o número 2, o corpo mental. E o número 3 representa a sede do Espírito.

Diz o professor: Esta indicação do Espírito localizado no cérebro é para efeito didático, uma vez que o Espírito não se restringe apenas à parte cerebral. Ouço agora uma rápida descrição do perispírito e do corpo mental, pois segundo ele, o mais importante da sua explanação é compreender que podemos nos transportar não só em perispírito, mas também em corpo mental.

—Quer dizer que no mundo dos Espíritos, à saída do corpo mental do corpo perispiritual, é semelhante a saída do perispírito do corpo físico aqui na Terra?

—Exato! Nós nos desdobramos aqui em corpo mental, diz o professor. Agora em um outro desenho, ele mostra as partes do físico, e as contrapartes correspondentes no perispírito. Fazendo essa comparação, ele vai logo mostrando os efeitos do suicídio, e os danos causados ao perispírito, conforme o gênero utilizado.

Procure certificar-se se o corpo mental tem igualmente órgãos como o perispírito, e se estes são atingidos pelo suicídio.

Diz ele, que o corpo mental funciona muitíssimo bem no Espírito que já tem um determinado grau de evolução e equilíbrio, e que não sofre desagregação como o perispírito. Afirma ainda que o corpo mental está para o perispírito assim como este está para o corpo físico. A aula prossegue, e o professor mostra os membros, partes lesadas do perispírito, por causa do suicídio. Sobre o corpo mental, a explicação é que ele apresenta todos os órgãos do perispírito, mas, de uma matéria mais sutil e delicada. Nele, tudo é mais aperfeiçoado.

— Então eu posso ficar convicto de que o corpo mental possui órgãos como o perispírito.

— Certo! Mas eles não são atingidos, pela própria formação e composição intrínseca que lhes são peculiares.

Já tivemos oportunidade de ouvir explicações sobre o corpo mental, nos amputados; na forma de membro transparente no lugar do membro faltoso; nos suicidas por retalhamento, como uma película impedindo que ele se parta ao meio; naqueles que passaram por explosões do próprio perispírito, como uma espécie de fôrma vazia. Mas, no caso do suicídio por queimadura, cujo perispírito ficou apenas um torrão, como o corpo mental transportou-se para o novo perispírito?

— Naquele caso, o Espírito, enquanto consciente, ajudou na elaboração do novo perispírito. Ele queria um corpo, da mesma maneira que quem precisa encarnar necessita de um corpo para manifestar-se. O corpo mental é como o pensamento que voa. No momento em que desejou e que o novo corpo estava preparado e vitalizado, em fração insignificante do segundo, ele se transferiu.

—Mesmo assim, ainda não entendi como ele se transferiu.

—Pense assim: o corpo mental é como um raio, uma energia que pode penetrar em qualquer lugar. Algo muito volátil, maleável a tal ponto de mudar a forma original, tomar a forma de energia, ser direcionada pela vontade do Espírito e penetrar no novo corpo nele enxertando-se. Claro que tudo foi feito auxiliado pelos técnicos, devido às condições precárias do Espírito. Diz ele que é uma imagem aproximada do que ocorreu, e que você entenderá melhor nos próximos encontros.

Terceira visita

Já deixei o corpo, e recebo a informação de que vamos fazer duas visitas. Uma delas à subcrosta, e a outra, a uma colônia. Essa segunda visita, servirá como refazimento, e para que você estabeleça paralelos entre os perispíritos dos habitantes da subcrosta e os habitantes dessa colônia. Vamos observar Espíritos de categorias diferentes, e dessa análise perispirítica, tirar conclusões, dirimindo nossas dúvidas.

Estamos em uma zona bastante escura, e encontro-me com três amigos. Vejo com certa nitidez o nosso amigo alemão. Sua aparência é jovial embora seja um homem maduro. Tem um andar lento, como de uma pessoa bastante descansada. Os outros dois estão do meu lado, como a proteger-me. Estamos vestidos com roupas semelhantes ao couro, mas elas se encontram tingidas com uma espécie de fuligem. Camuflagem, diz Khrõller. Assim não seremos percebidos, quando penetrarmos nesses antros.

Estamos defronte a umas ruínas e ouvimos muitos gritos, lamentos, choro. Não devo ligar para o que escuto, dizem, e sim permanecer em silêncio e oração. Existe uma masmorra nessas ruínas. Nela, diversos Espíritos de categoria muito inferiorizada. Alguns de aspecto animalesco, formas de ursos, unhas e patas enormes. No entanto, o corpo e o rosto são humanos. Nosso amigo diz que esses irmãos foram vítimas de hábeis hipnotizadores. Observo alguém que tem o corpo todo chagado. São grandes feridas na pele. Apenas criações mentais dele, que se refletem no perispírito, tornando-o ulcerado. Vejo também um outro corpo sob essa pele cheia de feridas. Esse corpo muito fino, como se estivesse sobre os ossos, apresenta-se intacto. É algo tão tênue, que quase não percebo. Só consegui distingui-lo porque o instrutor colocou a mão sobre minha cabeça, ampliando a minha visão. Ele me diz que aquele corpo delicado é o corpo mental, que reveste o Espírito. Observo agora a grosseria da sua pele. As pústulas são enormes e tão reais, como se fossem no corpo físico. O corpo perispiritual desse companheiro parece ser tão materializado quanto o corpo físico. Percebo até o sangramento, as cascas das feridas, o inchaço e o odor pútrido. Parece-me estar frente a um hanseniano em estado grave. Aqui, na subcrosta a respiração é difícil e o calor é insuportável. Vejo

muitos companheiros sem a forma humana. Alguns possuem formas estranhas e seus perispíritos são tão densos, que não podem habitar a crosta. Esses Espíritos entraram no estado de primitivismo devido aos grandes crimes praticados, e para suportarem a alta temperatura das furnas, seus perispíritos se revestiram de camadas grosseiras, como escamas pétreas.

Isso ocorre por vontade deles ou é um tipo de adaptação ao ambiente que o perispírito desenvolve?

—As condições climáticas, aqui resumidas ao calor, bem como os crimes cometidos por esses Espíritos são os responsáveis pelo adensamento perispiritual.

Eles padecem “o fogo do inferno”, diz nosso instrutor. Certa vez li um livro que procurava retratar as condições dos Espíritos habitantes dessas regiões, mencionando-os sob forma de peixes, polvos, répteis, aves, espécie de larvas, árvores ressequidas e até minerais. Essa descrição é verdadeira?

—O Espírito que eu estou observando tem um revestimento parecido com o do crocodilo. Ele não tem a boca desse réptil, mas a sua pele é idêntica. Diz o instrutor, que os Espíritos decaem na forma perispirítica, mas não passam de homens para animais. Subjugados por mentes vigorosas, as formas perispirituais se degradam devido à sua maleabilidade, que obedece à vontade de quem as manipula, desafiando a imaginação de quem observa. Muitos deles portam formas monstruosas, subumanas, para amedrontar, e permanecem assim por viciação mental. Outros chegam a ter uma forma quase mineral, como se não pensassem, não tivessem mais vontade própria. Suas emoções não são mais registradas, apresentando uma massa disforme, permanecendo assim por séculos sem condições de habitar a crosta. Mas os Espíritos, ao tocá-los, sabem que não são minerais, mas humanos. Já li também sobre formas perispirituais enormes, descomunais. Isso pode ocorrer?

— A condição do perispírito é muito elástica, mas tem um limite. Ê como uma bexiga que enche e ultrapassando o ponto crítico tende a estourar. Não pode assumir formas gigantescas pela sua condição de limite. No entanto, pode apresentar formas variadas e até maior que a dimensão humana, mas, não desproporcionalmente grande. Vamos à segunda visita.

Estou levitando. Sinto em meu coração a sensação de altura, como se estivesse m um elevador. Estamos descendo. Observo que é dia, pois percebo os raios solares. Tudo está muito claro. Encontro-me no meio de um jardim com muitas flores vermelhas minúsculas, formando um tapete na relva. Apanho uma delas, e percebo que não possui nenhum aroma. Exalam o perfume do refazimento, diz o Espírito que está ao meu lado. Mais que o verde, esta florzinha está me refazendo as energias.

Estou sentada. Há um banco no meio da relva, e eu coloco os pés descalços sobre o tapete verdejante. (Ah! Se eu pudesse ficar aqui para sempre). Sei que devo ermanecer apenas alguns instantes enquanto são extraídas do meu perispírito as

impurezas nele impregnadas na visita anterior. Já não estou mais com aquelas roupas

tingidas de cinza; tampouco estou cansada. Além dos fluidos do ambiente, recebi passes dos amigos deste lugar. Interessante! Não consigo imaginar este lugar à noite. Faz sol! É como o sol das cinco horas da tarde. Esta colônia fica situada acima da Filadélfia. Não sei porque a Filadélfia. É tarde lá?

Parece-me que a Filadélfia fica no nordeste dos Estados Unidos. Se isto for verdade, deve ser final de tarde por aí.

Percebo muitos Espíritos com características alouradas. Falam outro idioma e apresentam-se amigáveis. Sei que eles estão falando outro idioma, mas eu entendo o que eles dizem. O instrutor diz que a nossa comunicação é mental, por isso eu entendo o que dizem. O sotaque ou condição lingüística da colônia não é capaz de obstaculizar a nossa comunicação que se faz mentalmente. Esta colônia se chama “Lírios do campo”. Volitamos novamente. Estou com um roupão branco e amparada por dois amigos. Sinto as nuvens como se fosse passageira de um avião. Pousamos em outro local da mesma colônia. Encontro-me em uma sala ampla, cujo piso parece mármore branco. No centro

da sala vejo um aparelho em movimento circular, um pouco lento. Assemelha-se a uma câmara de TV. É um captador de fluidos ambientais. Eles estão me colocando no raio de ação do aparelho, e estou sentindo uma sensação muito agradável. O instrutor pede que eu olhe ao redor, mas nada percebo junto a mim. Apenas Espíritos mais adiante. Então ele me recomenda elevar o padrão vibratório através de uma prece, porque o Espírito que vai nos ajudar, está procurando baixar o seu, para que nós o avistemos. Vejo então ao meu lado, uma luz muito forte, e ele, esse Espírito que vai nos ajudar, procura reduzir a luminosidade para tornar-se perceptível em seus detalhes. Consigo distingui-lo agora com nitidez. É uma mulher belíssima. Suas feições são muito delicadas e o seu olhar me deixa emocionada. A pele é como se fossem pétalas suaves. Quando ela toca a minha mão eu sinto uma emoção muito grande, um envolvimento de paz e de ternura. Ela diz ser apenas uma humilde servidora do Cristo. Estende a mão para que eu possa sentir a delicadeza da sua pele. É tudo perfeito. As unhas são róseas, a pele aveludada, os cabelos são como fios dourados. Não possuem a mesma constituição dos nossos cabelos. É realmente uma coisa muito bela.

O instrutor informa que essa irmã se prontificou a nos auxiliar, deixando-se tocar e observar, para que possamos sentir a diferença, a sutileza do perispírito. Ocorre agora algo que eu nunca havia visto. Ela está se desdobrando. O perispírito está parado à minha frente, e ao mesmo tempo, eu percebo ao lado, uma luz fortíssima. Ela me diz mentalmente: Você não está percebendo, mas existe um revestimento nesse corpo desdobrado. É o meu corpo mental. Eu não sou como você pensa, só luz.

Procure observar se esse revestimento possui as mesmas características do perispírito que está à sua frente. Não estou conseguindo distinguir nada. Vejo apenas a luminosidade. Mas vou perguntar a ela. Posso tocar? pergunto-lhe. Ela afirma que sim. Estou tocando o corpo mental. Sinto a mão, os dedos, as unhas, mas não consigo ver, devido a intensa luz. É como se seu corpo mental fosse de luz.

— No instante em que ela quer pode desdobrar-se?

— Sim! Ela fez isso para que eu pudesse observar os dois corpos. Informa-nosque o seu corpo mental é adaptado aos fluidos do ambiente onde está. Quanto mais depurado é o Espírito, mais esse corpo se torna tênue e sutil. Com esse corpo, os Espíritos podem fazer estágios, estudos em outras colônias mais avançadas. Nos Espíritos angélicos, esse revestimento é tão sutil, que até os Espíritos mais elevados não conseguem perceber. Só com a permissão deles é que podem ser notados. Vejo agora seu perispírito em movimento novamente, depois que a luz apagou; o que significa que ela retornou. Afirma que a sutileza do perispírito é espantosa, pois ela, Espírito sem credenciais de destaque no campo da evolução, teve que baixar um pouco a sua vibração para se deixar perceber, e poderia ter ficado invisível para nós, caso quisesse. Poderíamos ver apenas uma luz e ela estaria revestida com o seu perispírito.

Reafirma que foi um grande prazer cooperar conosco em nossos estudos. Abraça-me, e novamente me sinto emocionada. Vou retornar, pois não me é permitido ficar por muito tempo nesta zona, devido às condições do meu perispírito. Meu

ingresso foi permitido apenas para fins de estudo.

Paralelo entre o homem no seu aspecto quaternário e o ovo.  

1. Casca = Corpo físico

2. Membrana da casca = Duplo etérico

3. Membrana da gema = Perispírito

4. Membrana do disco germinativo = Corpo Mental

Primeira visita.

Já estou desdobrada, e encontro-me no interior de um hospital, um pouco diferente dos demais que tenho observado. Comigo, um rapaz alourado e o nosso amigo alemão. Esse hospital possui a aparência do Instituto Médico Legal, sem contudo apresentar a lugubridade dessas instituições terrenas.

Vejo em frente muito verde, e no interior do prédio, posso perceber uma beleza arquitetônica relevante, mas sóbria. Subimos as escadas e somos recebidos por uma mulher trajando roupas brancas; deve ser médica ou enfermeira. Seu aspecto é muito suave. Seus cabelos pretos e lisos, caídos sobre os ombros. Também estou vestida de branco. Uma saia longa que não me permite ver os pés. Chegamos a uma sala muito espaçosa, e vejo várias gavetas como se fossem fichários. Essa irmã que nos recebeu e que diz ser a coordenadora dos trabalhos, está informando ue nas gavetas que observo, encontram-se perispíritos modelados, para Espíritos que desencarnaram em acidentes graves, onde o corpo físico e o perispírito passaram por sérias lesões.

—Você tem certeza de que é isso mesmo que está ouvindo? De que não são perispíritos, mas apenas moldes, assim como manequins? —A irmã reafirma que são perispíritos moldados pelos técnicos, com o auxílio do corpo mental dos Espíritos que irão incorporá-los. Esses perispíritos aparentam ser de uma matéria plástica transparente. Dentro da gaveta que ela abriu para minha observação, está o perispírito de um homem de aproximadamente 60 anos.

Seus cabelos são grisalhos e suas feições não são joviais. Noto que existe uma grande diferença entre este perispírito que observo e o dessa irmã com quem falo. O dela tem vitalidade, semelhante ao corpo físico possui brilho, pele, carne, ossos, sentidos. O outro, o que está na gaveta, é transparente. Possui órgãos, mas não apresenta vitalidade nem palpitação. Ela nos explica que o corpo que eu observo na gaveta, está ligado ao Espírito

que irá habitá-lo, mas não necessariamente que o Espírito esteja ali, deitado espalhado naquele corpo. Todavia há um vínculo que os une. O paciente que possuirá este corpo modelado, foi vítima de trágico acidente que lhe subtraiu o físico e danificou drasticamente o perispírito. Existe no entanto a revestir o Espírito, o que chamamos de corpo mental, que nos possibilita promover a ideoplastia do perispírito, ou seja, da fôrma que se danificou.

—Será que você pode explicar melhor o que ouviu?

—A irmã repete que eles aproveitaram o corpo mental do Espírito, do qual o perispírito é cópia grosseira, como matriz, para dela extrair os dados necessários à nova modelagem. Por isso percebemos a aparência de um homem de 60 anos. São informações mentais que este corpo retém. É enfim como o paciente se sente e se situa no tempo e no espaço. Se ele fosse jovem, seu corpo mental refletiria o seu estado jovem, por força do seu comando mental, o qual obedece com absoluta fidelidade às diretrizes da mente.

A mente, minha amiga, (diz ela) guarda tudo que vê e sente. Então, em qualquer ocasião ou época, os técnicos em manipulação de fluidos, podem utilizar desses recursos e formar imagens, ou modelar o perispírito para o Espírito que o necessite. O Espírito que habitará este perispírito, não está consciente no momento. Apresenta-se em uma espécie de coma profundo. Dirigimo-nos a uma outra sala, onde observo mais gavetas. Todos os perispíritos que estão nelas, passaram por modelações, pois seus originais sofreram avarias brutais, onde houve desagregação, devido à mente registrar fortemente o momento do acidente. Alguns corpos foram inclusive, colocados ainda vivos, em estado cataléptico, em crematórios, e no momento da cremação, o medo e o pavor criaram neles seqüelas perispirituais de grande vulto. Separando a sala onde me encontro, de uma outra, existe um “vidro” transparente. Para adentrarmos a outra sala, já me encontro com outra vestimenta.

Vejo através de “vidros” que mais corpos são guardados em espécie de câmaras. Da cabeça de cada um deles saem fios que se ligam às gavetas com os perispíritos, na sala de onde saí. Agora Eulália, esse é o seu nome, diz que devo redobrar a atenção sobre o que vou observar.

—Explique melhor sobre os corpos que você observou.

—Os corpos aos quais me referi possuem semelhança fisionômica com os que estão nas gavetas, mas parecem ser mais leves, sutis, diz ela. Vejo-os como cadáveres, pois estão inanimados. Mas, o princípio inteligente, que é o Espírito, encontra-se ali adormecido. Como este não tem forma, eu não posso vê-lo; apenas a sua atuação através desse corpo mental.

Ao que vou assistir, e você escrever, é a junção desses dois corpos, ou seja, do corpo mental aqui observado com o perispírito que foi remodelado. Quando isso ocorrer, nós poderemos ver a fôrma perispiritual do Espírito, com a aparência da sua última encarnação; no momento, o perispírito que deverá unir-se ao corpo mental, apresenta-se apático, sem a vitalidade cuja ausência notifiquei.

Sem o corpo mental que retrata a condição do Espírito, o processo ideoplástico seria de impossível realização. Os técnicos fariam um corpo mais feio ou mais belo, ou seja, de feições alteradas, pois não tomariam como base os arquivos mentais do Espírito que a tudo guarda. A reconstituição precisa ser exata. Como o cirurgião plástico modela os traços fisionômicos do corpo acidentado, eles também modelam o perispírito, que em tudo se assemelha ao que foi avariado. Sem o corpo mental, a nova forma seria guiada apenas pelo mapa cármico e genético do paciente, impondo-lhe benefício ou prejuízo, o que não é admissível nas leis divinas.

—Pode se deter mais um pouco nesse raciocínio?

—No caso do novo perispírito moldado ser melhor, mais saudável, mais belo do que o merecido pelo Espírito, ou no sentido inverso, negando tais qualidades quando o Espírito delas se faz credor, haveria uma injustiça ou um privilégio, dois procedimentos inadmissíveis na justiça divina. Seria como pintar em uma tela a fotografia de uma pessoa, utilizando o negativo da foto como modelo. O corpo mental, retratando as particularidades cármicas, morais e intelectuais de que a mente se faz portadora, deixa-se plasmar segundo se mostra, funcionando como molde perfeito para a reagregação do perispírito.

Agora estamos em uma sala de cirurgia. Portamos máscaras, boinas e luvas. Tudo me parece rigidamente esterilizado. Um médico já idoso, vai fazer uma experiência para demonstrar o que ocorre com os Espíritos que aqui se encontram nas condições já descritas. Começa por explicar que os Espíritos se encontram adormecidos. Pede que os enfermeiros tragam em uma maca o perispírito que vi há pouco na gaveta, e o colocam

sobre uma mesa cirúrgica. Por trás da mesa, aparelhos a serem usados na cirurgia. Outros enfermeiros trazem o que eles chamam de corpo mental que se encontrava na câmara. Ambos são colocados muito próximos um ao outro. A situação que observo assemelha-se a uma cena de desencarne aí na Terra. O corpo físico embaixo e o perispírito acima já liberto. Mas aqui vai ocorrer o inverso. O corpo mental terá que adentrar o perispírito que lhe pertence, o qual foi remodelado segundo as características da citada matriz.

Quando por ocasião do acidente que desagregou grande parte dos fluidos perispirituais, o Espírito ficou em coma. Posteriormente, ele foi desdobrado, ou eja, saiu junto ao corpo mental, a fim de permitir os reparos necessários, a que os  técnicos se empenharam com toda a competência e caridade já conquistadas. Como no desdobramento terreno, onde o perispírito fica ligado ao corpo físico através de um laço fluídico, aqui também ocorreu o mesmo. O corpo mental está ligado ao perispírito por um laço que lhe permite o comando sobre ele. A experiência que me preparo para assistir é o corpo mental assumir esse comando sobre o perispírito já remodelado, como esse faria ao adentrar o corpo após o sono, despertando-o. Alguns fios começam a ser ligados. O médico fala que o Espírito em atendimento encontra-se adormecido há 30 anos. Esse é um instante sublime para ele. O ambiente aqui não admite qualquer pensamento dissonante. Toda a equipe se posta em oração, e eu também. Veja se me entende: existem fios ligados da aparelhagem para o corpomental e do corpo mental ao perispírito. Estão ligando cabeça com cabeça. Elesparecem gêmeos.

Quando ligaram cabeça com cabeça, (é como se acendesse uma luz) o cérebro perispiritual começa a funcionar. Agora eles estão baixando o corpo mental e colocando-o sobre o perispírito, no que ocorre um encaixe perfeito. Foi como se o perispírito absorvesse o corpo mental, passando a ter vida. Já não vejo dois corpos, mas somente um. O perispírito começa a demonstrar a sua vitalidade costumeira. Percebo a cor, o sangue circulando, os órgãos funcionando, a respiração mas ainda está imóvel. Pedem-me para deitar em uma cama ao lado, a fim de funcionar como doadora de fluidos vitais para esse irmão. Os técnicos dizem que esse tratamento ainda será muito demorado. O paciente passará por um processo de reeducação mental, onde aos poucos irá recobrando a memória. Eles o farão ver imagens, desfazendo a amnésia. Lembrará lentamente de nomes, imagens, lugares, como é uma flor….

Estou me sentindo muito cansada, mas feliz, porque o paciente está voltando à vida. Está mexendo os braços. O médico diz que normalmente servimos como doadores durante o sono físico, onde eles podem repor nossas energias com facilidade. Fala que o procedimento a que assisti pode parecer ficção, mas é assim que funciona, e que

você não deve omitir detalhes por medo de não ser bem entendido. Estou saindo para refazimento.

Segunda visita.

Encontro-me em um local muito parecido com um auditório. Um amigo ao meu lado diz tratar-se de uma sala de aula. Um companheiro coloca um aparelho em meu ouvido e me explica que você poderá me ouvir, mas eu só o ouvirei se retirar esse aparelho dos ouvidos. Quando você tiver uma dúvida na minha transmissão, eles retirarão o aparelho para que eu o escute e retorne ao ponto obscuro. Todos estão usando este aparelho. Vou realmente assistir a uma aula. Entre os alunos, todos animados e um pouco ansiosos, reconheço aquele rapaz que foi seu aluno e que desencarnou vítima de um acidente de trânsito. Ele traz uma prancheta na mão e acena saudando-me. O instrutor pede que eu passe para você o nome da escola “Universidade Espiritual da Colônia Neysy”.  À nossa frente existe uma tela em substituição ao quadro negro. Todos se preparam, inclusive a sua mãe. Vai começar! Devo falar tudo que vejo e que escuto.

Ingressou na sala um senhor alto e sereno. É o professor. Ele apenas pensa e seus pensamentos são projetados sobre a tela, em forma de desenhos e gráficos, no que se constitui o objetivo da aula. O desenho é de um corpo humano completo, mostrando um subcorpo, como uma espécie de sombra. No lugar do cérebro, existe um sinal, como se aquele local formasse uma terceira divisão do corpo. Essa parte do cérebro está grifada em caracteres bem vivos. Ao lado do desenho do corpo completo está o número l e o nome perispírito. A sombra, como se fosse um esboço ao redor do corpo é o número 2, o corpo mental. E o número 3 representa a sede do Espírito.

Diz o professor: Esta indicação do Espírito localizado no cérebro é para efeito didático, uma vez que o Espírito não se restringe apenas à parte cerebral. Ouço agora uma rápida descrição do perispírito e do corpo mental, pois segundo ele, o mais importante da sua explanação é compreender que podemos nos transportar não só em perispírito, mas também em corpo mental.

—Quer dizer que no mundo dos Espíritos, à saída do corpo mental do corpo perispiritual, é semelhante a saída do perispírito do corpo físico aqui na Terra?

—Exato! Nós nos desdobramos aqui em corpo mental, diz o professor. Agora em um outro desenho, ele mostra as partes do físico, e as contrapartes correspondentes no perispírito. Fazendo essa comparação, ele vai logo mostrando os efeitos do suicídio, e os danos causados ao perispírito, conforme o gênero utilizado.

Procure certificar-se se o corpo mental tem igualmente órgãos como o perispírito, e se estes são atingidos pelo suicídio.

Diz ele, que o corpo mental funciona muitíssimo bem no Espírito que já tem um determinado grau de evolução e equilíbrio, e que não sofre desagregação como o perispírito. Afirma ainda que o corpo mental está para o perispírito assim como este está para o corpo físico. A aula prossegue, e o professor mostra os membros, partes lesadas do perispírito, por causa do suicídio. Sobre o corpo mental, a explicação é que ele apresenta todos os órgãos do perispírito, mas, de uma matéria mais sutil e delicada. Nele, tudo é mais aperfeiçoado.

— Então eu posso ficar convicto de que o corpo mental possui órgãos como o perispírito.

— Certo! Mas eles não são atingidos, pela própria formação e composição intrínseca que lhes são peculiares.

Já tivemos oportunidade de ouvir explicações sobre o corpo mental, nos amputados; na forma de membro transparente no lugar do membro faltoso; nos suicidas por retalhamento, como uma película impedindo que ele se parta ao meio; naqueles que passaram por explosões do próprio perispírito, como uma espécie de fôrma vazia. Mas, no caso do suicídio por queimadura, cujo perispírito ficou apenas um torrão, como o corpo mental transportou-se para o novo perispírito?

— Naquele caso, o Espírito, enquanto consciente, ajudou na elaboração do novo perispírito. Ele queria um corpo, da mesma maneira que quem precisa encarnar necessita de um corpo para manifestar-se. O corpo mental é como o pensamento que voa. No momento em que desejou e que o novo corpo estava preparado e vitalizado, em fração insignificante do segundo, ele se transferiu.

—Mesmo assim, ainda não entendi como ele se transferiu.

—Pense assim: o corpo mental é como um raio, uma energia que pode penetrar em qualquer lugar. Algo muito volátil, maleável a tal ponto de mudar a forma original, tomar a forma de energia, ser direcionada pela vontade do Espírito e penetrar no novo corpo nele enxertando-se. Claro que tudo foi feito auxiliado pelos técnicos, devido às condições precárias do Espírito. Diz ele que é uma imagem aproximada do que ocorreu, e que você entenderá melhor nos próximos encontros.

Terceira visita

Já deixei o corpo, e recebo a informação de que vamos fazer duas visitas. Uma delas à subcrosta, e a outra, a uma colônia. Essa segunda visita, servirá como refazimento, e para que você estabeleça paralelos entre os perispíritos dos habitantes da subcrosta e os habitantes dessa colônia. Vamos observar Espíritos de categorias diferentes, e dessa análise perispirítica, tirar conclusões, dirimindo nossas dúvidas.

Estamos em uma zona bastante escura, e encontro-me com três amigos. Vejo com certa nitidez o nosso amigo alemão. Sua aparência é jovial embora seja um homem maduro. Tem um andar lento, como de uma pessoa bastante descansada. Os outros dois estão do meu lado, como a proteger-me. Estamos vestidos com roupas semelhantes ao couro, mas elas se encontram tingidas com uma espécie de fuligem. Camuflagem, diz Khrõller. Assim não seremos percebidos, quando penetrarmos nesses antros.

Estamos defronte a umas ruínas e ouvimos muitos gritos, lamentos, choro. Não devo ligar para o que escuto, dizem, e sim permanecer em silêncio e oração. Existe uma masmorra nessas ruínas. Nela, diversos Espíritos de categoria muito inferiorizada. Alguns de aspecto animalesco, formas de ursos, unhas e patas enormes. No entanto, o corpo e o rosto são humanos. Nosso amigo diz que esses irmãos foram vítimas de hábeis hipnotizadores. Observo alguém que tem o corpo todo chagado. São grandes feridas na pele. Apenas criações mentais dele, que se refletem no perispírito, tornando-o ulcerado. Vejo também um outro corpo sob essa pele cheia de feridas. Esse corpo muito fino, como se estivesse sobre os ossos, apresenta-se intacto. É algo tão tênue, que quase não percebo. Só consegui distingui-lo porque o instrutor colocou a mão sobre minha cabeça, ampliando a minha visão. Ele me diz que aquele corpo delicado é o corpo mental, que reveste o Espírito. Observo agora a grosseria da sua pele. As pústulas são enormes e tão reais, como se fossem no corpo físico. O corpo perispiritual desse companheiro parece ser tão materializado quanto o corpo físico. Percebo até o sangramento, as cascas das feridas, o inchaço e o odor pútrido. Parece-me estar frente a um hanseniano em estado grave. Aqui, na subcrosta a respiração é difícil e o calor é insuportável. Vejo

muitos companheiros sem a forma humana. Alguns possuem formas estranhas e seus perispíritos são tão densos, que não podem habitar a crosta. Esses Espíritos entraram no estado de primitivismo devido aos grandes crimes praticados, e para suportarem a alta temperatura das furnas, seus perispíritos se revestiram de camadas grosseiras, como escamas pétreas.

Isso ocorre por vontade deles ou é um tipo de adaptação ao ambiente que o perispírito desenvolve?

—As condições climáticas, aqui resumidas ao calor, bem como os crimes cometidos por esses Espíritos são os responsáveis pelo adensamento perispiritual.

Eles padecem “o fogo do inferno”, diz nosso instrutor. Certa vez li um livro que procurava retratar as condições dos Espíritos habitantes dessas regiões, mencionando-os sob forma de peixes, polvos, répteis, aves, espécie de larvas, árvores ressequidas e até minerais. Essa descrição é verdadeira?

—O Espírito que eu estou observando tem um revestimento parecido com o do crocodilo. Ele não tem a boca desse réptil, mas a sua pele é idêntica. Diz o instrutor, que os Espíritos decaem na forma perispirítica, mas não passam de homens para animais. Subjugados por mentes vigorosas, as formas perispirituais se degradam devido à sua maleabilidade, que obedece à vontade de quem as manipula, desafiando a imaginação de quem observa. Muitos deles portam formas monstruosas, subumanas, para amedrontar, e permanecem assim por viciação mental. Outros chegam a ter uma forma quase mineral, como se não pensassem, não tivessem mais vontade própria. Suas emoções não são mais registradas, apresentando uma massa disforme, permanecendo assim por séculos sem condições de habitar a crosta. Mas os Espíritos, ao tocá-los, sabem que não são minerais, mas humanos. Já li também sobre formas perispirituais enormes, descomunais. Isso pode ocorrer?

— A condição do perispírito é muito elástica, mas tem um limite. Ê como uma bexiga que enche e ultrapassando o ponto crítico tende a estourar. Não pode assumir formas gigantescas pela sua condição de limite. No entanto, pode apresentar formas variadas e até maior que a dimensão humana, mas, não desproporcionalmente grande. Vamos à segunda visita.

Estou levitando. Sinto em meu coração a sensação de altura, como se estivesse m um elevador. Estamos descendo. Observo que é dia, pois percebo os raios solares. Tudo está muito claro. Encontro-me no meio de um jardim com muitas flores vermelhas minúsculas, formando um tapete na relva. Apanho uma delas, e percebo que não possui nenhum aroma. Exalam o perfume do refazimento, diz o Espírito que está ao meu lado. Mais que o verde, esta florzinha está me refazendo as energias.

Estou sentada. Há um banco no meio da relva, e eu coloco os pés descalços sobre o tapete verdejante. (Ah! Se eu pudesse ficar aqui para sempre). Sei que devo ermanecer apenas alguns instantes enquanto são extraídas do meu perispírito as

impurezas nele impregnadas na visita anterior. Já não estou mais com aquelas roupas

tingidas de cinza; tampouco estou cansada. Além dos fluidos do ambiente, recebi passes dos amigos deste lugar. Interessante! Não consigo imaginar este lugar à noite. Faz sol! É como o sol das cinco horas da tarde. Esta colônia fica situada acima da Filadélfia. Não sei porque a Filadélfia. É tarde lá?

Parece-me que a Filadélfia fica no nordeste dos Estados Unidos. Se isto for verdade, deve ser final de tarde por aí.

Percebo muitos Espíritos com características alouradas. Falam outro idioma e apresentam-se amigáveis. Sei que eles estão falando outro idioma, mas eu entendo o que eles dizem. O instrutor diz que a nossa comunicação é mental, por isso eu entendo o que dizem. O sotaque ou condição lingüística da colônia não é capaz de obstaculizar a nossa comunicação que se faz mentalmente. Esta colônia se chama “Lírios do campo”. Volitamos novamente. Estou com um roupão branco e amparada por dois amigos. Sinto as nuvens como se fosse passageira de um avião. Pousamos em outro local da mesma colônia. Encontro-me em uma sala ampla, cujo piso parece mármore branco. No centro

da sala vejo um aparelho em movimento circular, um pouco lento. Assemelha-se a uma câmara de TV. É um captador de fluidos ambientais. Eles estão me colocando no raio de ação do aparelho, e estou sentindo uma sensação muito agradável. O instrutor pede que eu olhe ao redor, mas nada percebo junto a mim. Apenas Espíritos mais adiante. Então ele me recomenda elevar o padrão vibratório através de uma prece, porque o Espírito que vai nos ajudar, está procurando baixar o seu, para que nós o avistemos. Vejo então ao meu lado, uma luz muito forte, e ele, esse Espírito que vai nos ajudar, procura reduzir a luminosidade para tornar-se perceptível em seus detalhes. Consigo distingui-lo agora com nitidez. É uma mulher belíssima. Suas feições são muito delicadas e o seu olhar me deixa emocionada. A pele é como se fossem pétalas suaves. Quando ela toca a minha mão eu sinto uma emoção muito grande, um envolvimento de paz e de ternura. Ela diz ser apenas uma humilde servidora do Cristo. Estende a mão para que eu possa sentir a delicadeza da sua pele. É tudo perfeito. As unhas são róseas, a pele aveludada, os cabelos são como fios dourados. Não possuem a mesma constituição dos nossos cabelos. É realmente uma coisa muito bela.

O instrutor informa que essa irmã se prontificou a nos auxiliar, deixando-se tocar e observar, para que possamos sentir a diferença, a sutileza do perispírito. Ocorre agora algo que eu nunca havia visto. Ela está se desdobrando. O perispírito está parado à minha frente, e ao mesmo tempo, eu percebo ao lado, uma luz fortíssima. Ela me diz mentalmente: Você não está percebendo, mas existe um revestimento nesse corpo desdobrado. É o meu corpo mental. Eu não sou como você pensa, só luz.

Procure observar se esse revestimento possui as mesmas características do perispírito que está à sua frente. Não estou conseguindo distinguir nada. Vejo apenas a luminosidade. Mas vou perguntar a ela. Posso tocar? pergunto-lhe. Ela afirma que sim. Estou tocando o corpo mental. Sinto a mão, os dedos, as unhas, mas não consigo ver, devido a intensa luz. É como se seu corpo mental fosse de luz.

— No instante em que ela quer pode desdobrar-se?

— Sim! Ela fez isso para que eu pudesse observar os dois corpos. Informa-nosque o seu corpo mental é adaptado aos fluidos do ambiente onde está. Quanto mais depurado é o Espírito, mais esse corpo se torna tênue e sutil. Com esse corpo, os Espíritos podem fazer estágios, estudos em outras colônias mais avançadas. Nos Espíritos angélicos, esse revestimento é tão sutil, que até os Espíritos mais elevados não conseguem perceber. Só com a permissão deles é que podem ser notados. Vejo agora seu perispírito em movimento novamente, depois que a luz apagou; o que significa que ela retornou. Afirma que a sutileza do perispírito é espantosa, pois ela, Espírito sem credenciais de destaque no campo da evolução, teve que baixar um pouco a sua vibração para se deixar perceber, e poderia ter ficado invisível para nós, caso quisesse. Poderíamos ver apenas uma luz e ela estaria revestida com o seu perispírito.

Reafirma que foi um grande prazer cooperar conosco em nossos estudos. Abraça-me, e novamente me sinto emocionada. Vou retornar, pois não me é permitido ficar por muito tempo nesta zona, devido às condições do meu perispírito. Meu

ingresso foi permitido apenas para fins de estudo.

Paralelo entre o homem no seu aspecto quaternário e o ovo.  

1. Casca = Corpo físico

2. Membrana da casca = Duplo etérico

3. Membrana da gema = Perispírito

4. Membrana do disco germinativo = Corpo Mental

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O LIVRO DOS ESPIRITOS COMENTADO PELO ESPÍRITO MIRAMEZ https://rumoaluz.com.br/o-livros-dos-espiritos-comentado-pelo-espirito-miramez/ Sun, 16 Jun 2024 18:44:11 +0000 https://navajowhite-newt-408292.hostingersite.com/?p=210 Trecho retirado do site ‘’O LIVROS DOS ESPIRITOS COMENTADO PELO ESPÍRITO MIRAMEZ’’

www.olivrodosespiritoscomentado.com

(esse texto do site foi extraído da Coleção Filosofia Espírita, psicografada por 

João Nunes Maia e publicada em 1982)

COMENTÁRIO  À QUESTÃO  93 (trechos selecionados)

‘’Assim como damos formas aos nossos pensamentos e, de certo modo, vida às nossas ideias, nós somos o produto dos pensamentos de Deus e recebemos vida pelo Seu poder magistral, pela arte que tem de criar. Somos filhos de Deus, como somos pais dos nossos pensamentos.  (…….) 

O Espírito reveste-se de uma roupagem a que chamamos de perispírito, sem que esta seja definitiva. Ela é apurada, conforme a evolução do Espírito, ou suprimida, de acordo com o mundo em que ele habita. Existem ainda variedades de corpos usados pelos Espíritos de que muitas escolas espiritualistas igualmente dão notícias, pelas suas pesquisas

 (………..)

O perispírito, para nós na Terra, é de grande valor: ele nos livra e nos protege de certos enervamentos ou contrações, que o Espírito poderia sofrer sem a sua proteção, ante o ambiente negativo e carregado de magnetismo inferior. O Espírito reveste-se de corpos de acordo com o ambiente em que estagia, ou em que vai trabalhar, qual o vaqueiro que usa a roupa de couro, além da sua costumeira, para correr dentro do mato, como usa o cavalo que o protege e o ajuda no seu mandato. Eis aí o porquê da necessidade dos corpos usados pelos Espíritos na sua jornada terrena.  (…….)

 Ainda existem outros pormenores que, com o passar dos tempos serão descobertos. Só temos a dizer que o perispírito é uma grande maravilha para os Espíritos ainda em condições materiais….’’

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